Capítulo 29 - "Nós fizemos tudo certo"(3)

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Eu apenas conseguia observar minutos intermináveis que sucediam daquela batalha, e minha energia era quase o suficiente para retornar e ajuda-los.

Meu corpo mal se movia, e se eu fosse ali agora eu seria apenas um fardo.

As pernas de Ayla mal a sustentavam, e o suor que escorria pelo seu rosto carregava consigo o peso de toda a energia rúnica que ela já não possuía. Olga, por sua vez, tremia de exaustão, seu corpo marcado por fraturas, com manchas roxas cobrindo seus braços como se o sangue tivesse desistido de circular.
Petrov mal conseguia segurar o próprio machado, seus músculos tão rígidos quanto pedra, forçados a continuar apenas pela aura que o mantinha de pé. Se não fosse por isso, ele já teria colapsado. Então, Olga, com a voz trêmula, falou:
-Todas as escamas catalogadas com sucesso, precisamos perfurar a 77° escama entre a segunda pata direita que está na 31° linha acima da barriga. Você escondeu muito bem a escama invertida dragão desgraçado.

No entanto, Taizhong permanecia imóvel, impassível, como uma estátua imortal. Seu rosto exibia apenas tédio e desgosto, como se a batalha fosse uma brincadeira sem importância. Como se ainda guardasse suas cartas até o final. Nossa única opção era ganhar enquanto ele ainda nos substimava.

[Ohou, vocês aguentaram bem, quase sinto pena de vocês por acharem que ainda possuem alguma esperança.]
A segunda voz melancólica que apenas eu escutava dizia simultaneamente:
[Finalmente... Eles demoraram muito para sequer encontrar isso...]

Assim que Taizhong terminou de falar, Olga se esforçando ao máximo para manter a sua compostura colocando a coluna reta, barriga para dentro e estufando o peito, um braço nas costas e o outro na frente ergueu a rapiera com dificuldade e gritou:

-Vamos finalizar com isso agora! Formação oficial 7. Vamos!
Ela apontou para o dragão com sua rapiera mais uma vez.
-Sem o Leon e o Rufus? Com todos exaustos? Você tá doida princesa?
Petrov hesitou por um segundo, o suor misturando-se ao sangue que já cobria seu corpo.
-Isso vai dar ruim Olga, eu não sei se tenho aura suficiente pra isso!
Olga confiante respondia:
-É a única forma eu vou cobrir os dois dessa vez.
Ayla, quase sem forças, ergueu o olhar com determinação sombria.
-Não importa mais... Se a gente falhar agora, vai ser o fim. Melhor quebrar alguns ossos do que deixar todo mundo morrer. Apenas não me culpe se você morrer no processo princesa.

[Já acabaram a discussão estratégica? Não importa o que façam, não vai ser o suficiente. Uma formiga é uma formiga não importa quantas vezes tente não vai ferir uma montanha.]
[Não é como se fosse mudar algo... Até mesmo se me ferissem...]

A formação 7 era nossa manobra final, a ofensiva mais devastadora para inimigos gigantes. No entanto, arriscar usa-la naquele estado era puro suicídio, pois todos estavam à beira da exaustão. Ainda mais com a Olga tentando cobrir o espaço de 3 pessoas.
Tentei me erguer mais uma vez, mas cada articulação gritava de dor, e o sangue escorria das minhas feridas. Meus músculos, agora rígidos como ferro, recusavam-se a responder. No entanto ainda mais dolorido que meu próprio corpo era uma sensação horrível que estava rondando minha mente como uma vespa em um ninho de abelhas.

-Se for a formação 7 eu consigo ajudar!
Eu gritei cuspindo sangue.

Ayla não tardou, mesmo com dificuldades de manter suas mãos retas cortou ambos os lados dos seus braços deixando o sangue cair na madeira para criar um círculo vermelho e com dificuldade juntou ambas as palmas das mãos como se fosse rezar, sangrando pelos olhos e gritou cuspindo sangue enquanto encostava as palmas das mãos no chão onde estava o círculo de sangue.
-Aprimoramento rúnico de 9 estrelas, existência de sacrifício.

Luzes douradas, como pequenas estrelas voavam ao redor de nós e em nenhum momento depois disso ela parou de encantar, cada palavra fluia de sua boca como sangue, sua visão e audição já estavam comprometidas.
Mas por causa do buff eu consegui retomar o controle do meu corpo, era uma habilidade que convertia expectativa de vida em bônus área, mesmo que sentisse como se estivesse com enormes grilhões de metal de 1 tonelada em cada parte do corpo eu corri. Corri, corri em direção a Taizhong como se a minha vida dependesse desse ataque.

Why Gods Are So DumbOnde histórias criam vida. Descubra agora