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Dominike

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Eu odeio dividir.
E ela vai aprender que homens como eu não são bons, mas ela vai gostar de toda a minha maldade.

◇◆◇

Encaro o telefone. Desde que a vi no bar busquei mais informações sobre ela. Anastácia Mavick...a nova professora de Deniel para a minha total perturbação.

Encaro o monitor, eu deixei um homem de confiança com a missão de observá-la...só que as câmeras que tem na escola me dão um privilégio maior. Ele está esperando apenas a minha ordem para atirar...ela me bloqueou?

– atrevida. - murmurou observando sua expressão pela câmera no exato momento que ela percebe meu sniper.

Disco o número de telefone e o coloco no ouvido.

– e então? - dou uma risada zombeteira e ela anda alguns passos para longe do homem.

– porque está fazendo isso? - sua voz treme do outro lado da linha.

– sendo sincero...eu não tenho um motivo. Quer dizer...eu estou apenas me divertindo. - molho a boca com um gole de vinho.

– pare de me ameaçar. E se matar alguém eu vou chamar a polícia, me deixe em paz! - ela berra desligando o telefone antes que eu conte que ela avisou tarde de mais.

Arqueio as sombracelhas vendo que ela sumiu das câmeras de segurança. Disco outro número, dessa vez o do meu homem.

– senhor? Devo atirar?. - ele pergunta.

– não. Pode sair daí, obrigado. - aviso.

Desligo o celular. Meu querido cisnei...está jogando um jogo que não pode vencer. Eu serei sua sombra, até o feliz dia que eu morrer.

~

Max fala sobre seu novo negócio. Ele é um assasino de aluguel, treinei com ele quando tinha cerca 16 anos, ele frequentava a academia de luta do meu falecido pai.

Ele fala de mais, a verdade é essa, o homem é um dos meus melhores amigos e um dos poucos na verdade.

– você não está me ouvindo. - reviro os olhos

– percebeu só agora? - franzo o cenho e ele estreita os olhos.

Ouço o barulho de porta se abrindo, Deniel corre em minha direção e eu sorrio para ele.

– eai campeão. ‐ digo animado e ele vira o rosto encarando Maxuel.

– oi Dom!

– tio! - ele grita correndo até as pernas de Max que o pega no colo abraçando o garotinho de olhos castanhos.

– você está grande! Daqui a pouco vai ficar maior do que eu. - Max brinca e Deniel faz cara séria.

– já sou um homem. - ele comenta distraidamente.

– claro, e esse homem precisa ir tomar banho. - corto seu barato e ele bufa.

– sem graça.

Max o coloca no chão e ele corre pra fora do escritório. Caminho até a porta apenas para fechá-la.

– ele ainda chama você de Dom. - Max encara os sapatos e eu me sento na poltrona, as chamas da lareira queima.

– é o meu nome. - dou de ombros.

– fazem 9 anos Dominike...você deveria mudar isso. - tombo a cabeça pra trás.

– eu não vou obrigá-lo a me chamar de pai...quando eu não sou o pai. - fecho os olhos.

– você sabe que é sim. - ignoro sua voz mandona.

É assunto delicado. E eu odeio tocar no passado.

– Dominike. Não importa quanto tempo passe...e mesmo que você não admita você sabe que estou certo. - ouço o barulho dele se movendo pela sala.

– nunca direi isso. - abro os olhos encarando a saída e ele revira os olhos segurando a maçaneta da porta.

– ele será um adolescente em breve e querendo ou não vai ter que conversar com ele.

– eu sei.

– Ele vai ter perguntas e você deve saber respondê-las...Até mais velho amigo. - ele me dá um aceno de cabeça com um sorriso fraco antes de ir embora.

Eu sei de toda essa merda. Eu sei que estou brincando de pai e filho a tanto tempo que agora...me dói ter que explicar que não é essa a verdade. A verdade é suja e cruel...por isso eu aceito que ele me chame de Dom. Eu aceito apenas isso...com tanto que ele não se machuque.

~

Votem!bjss.

Black swan - Duologia, Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora