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Dominike

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O quão fundo é o oceano para quem se afogou em águas rasas?
Eu presumo que...imensurável.

◇◆◇

Anastácia acha que esse jogo muda se ela me tentar, mas quanto mais ela procurar pior vai ser a sua sujeira.

Talvez.

É a única resposta mediante sua pergunta. A um tempo considerável que uma morte a mais ou uma morte a menos deixou de ser contável. Deixo outra mensagem apenas para o seu assombro.

Me encontre cisnei negro, e só assim as mortes vão acabar.

Não é verdade. Eu vou matar quem me irritar...e isso nunca vai mudar. Mas gosto de pensar que estou tentando...como dizem mesmo?

Mentiroso é aquele que acredita.

Saio de meus devaneios quando meu velho amigo coça a garganta.

– O que faremos com o Sullivan? - Max gesticula curioso.

– ele já está morto. O que há de fazer? - dou de ombros.

– se continuar matando pessoas por aí, vai atrair suspeita para quem quer que seja o motivo. - balanço a cabeça levemente.

– quem se importa? Eu mando na metade da cidade e você sabe...

– pense bem. A morte de Dorothe já foi extremamente cansativa. - ele revira os olhos. - E talvez tenha um motivo a mais atrás da morte de um policial corrupto e um mero dançarino de ópera.

Odeio o quanto esse animal é inteligente. Puta que pariu.

Ouço um som agudo vindo do telefone de escritório. Aperto o botão e a secretária começa a falar.

– senhor o Igor está aqui. Deixo ele entrar? - coço a barba por fazer.

– pode deixar, obrigado. - desligo o telefone e Maxuel bufa se sentando no sofá.

Algum tempo depois Igor abre as portas do seu modo espalhafatosa. Max o encara com um semblante que eu julgo ser de tédio.

– vocês deveriam se dar bem. - comento apenas pelo entretenimento. - meus dois únicos amigos.

Ambos me dão olhares mortais e eu ergo as mãos em rendição.

– deveria escolher melhor suas amizades. - Igor alfineta e Maxuel dá um sorriso afiado.

– devo ressaltar que eu o conheço a mais tempo? Você chegou depois infelizmente. - é um bom ponto.

– é muito interessante a briga fútil pela minha humilde atenção mas vamos deixar isso para outra hora? Se senta logo Igor. - e assim ele faz.

De fato eu conheço Max desde a adolescência, e conheci Igor quando comecei a fundar minha impresa, ele não sabe exatamente como mas sabe apenas que Deniel não é meu filho de fato. E claro...ele não sabe dos meus outros negócios que envolve...morte.

– qual o assunto da vez então? - arqueio as sombracelhas.

– Deniel. - concluo.

– o que tem meu sobrinho? - Max faz careta diante a fala de Igor.

– o sobrinho não é seu. Por favor pare de calúnias. - respiro fundo segurando minha risada.

– a verdade é que ele não é de nenhum de vocês dois. - os dois param de se encarar e me dirigem a atenção em uma briga silenciosa mas dessa vez o ódio é direcionado a mim.

– como ousa?

– seu psicopata.

– é a verdade porra! Mas já que insistem...ele está um pouco triste. Vocês sabem...o aniversário da morte da Yin, o deixa assim. - eles suavizam a expressão. - devemos fazer algo.

– uma festa. - meu amigo mais novo dá a ideia.

– é a primeira vez que concordo com o inútil.

– uma festa. - digo antes de Igor retrucar. - contratem o salão, e essas coisas. Eu vou ficar responsável por distraí-lo...e chamar alguns amigos dele.

– parece bom. Mas...quem sabe...

– não. - digo sério. - você não vai contratar uma dançarina de programa para o meu fi...para o Deniel. Ele só tem 9 anos. Se quiser ver, contrate para você mesmo.

– eu não ia dizer isso.

– ia sim! Seu bundão. - Max sorri diabolicamente.

– estamos entendidos com isso, certo? - coço a nuca.

– sim. - os dois dizem em unisom.

– ótimo. Agora vazem, não aguento mais vocês dois juntos! Chatos pra caralho. - mecho as mãos apontando pra saída.

– mas tem uma coisa...antes. - reviro os olhos. - quem era Yin mesmo?

– e ainda o chama de sobrinho, inacreditável.

– você também não se lembra seu cuzão!

– borboleta. Era a borboleta que ficou presa no quarto dele no penúltimo verão.

Relembro do dia. Ele ficou com ela por apenas uma tarde, tentando mandá-la embora e mesmo assim ficou chorando quando ela sumiu. Tempo depois achamos as assas debaixo da sua cama e ele ficou chorando. Sua ingenuidade é louvável. Não sei como...consegui criá-lo desse jeito.

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Votem! Bjss

Black swan - Duologia, Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora