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Anastácia

♤♥︎♤

Homens bons fazem que as flores sejam doces e perfumadas...mas
Homens maus fazem que os espinhos te espetem apenas pelo prazer de te ensinar a dor. E sem querer você se torna mais forte.

♤♥︎♤

Teza está a meia hora falando sobre Michel. E como ele tinha um futuro brilhante.

- achei que o intuito fosse esquecer. - comento.

- é meio ruim. Droga. - ela esfrega a própria cara.

- licença...senhora. - o garçom chama.

- sim? - o encaro e ele me entrega um papel.

- um homem pediu para entregar. - ele deixa e em seguida se vira indo embora.

Mordo a bochecha. Um homem?

- está arazando corações amiguinha. Abre logo! - ela sorri e berra.

Respiro devagar abrindo o papel, a caligrafia é impecável.

Não quero parecer tóxico.
Você usa o que quiser, é quente. É bonito. Mas...se por acaso aparecer olhos dentro de uma caixa na sua porta amanhã, foi avisada.

Meu cenho se franze e em seguida olho em volta procurando por alguém suspeito. Não sei porque mas meu coração está acelerado.

- o que está escrito? - Minha melhor amiga pergunta mas eu ignoro.

Quem pode ser...? Ao longe olho um homem sair pela porta da frente.
Ele tem costas largas, terno azul escuro, é alto, parece forte, cabelo escuro...não dá pra ver mais nada.

- já volto. Não saí daqui. - aviso me levantando e pegando minha bolsa.

Quase corro até a saída, mas quando finalmente estou do lado de fora o vento gelado da noite me abraça.

- droga. - dou um gemido de frustração.

Onde ele foi? Não pode ter ido longe. Olho em volta procurando qualquer coisa mas quando finalmente vejo a silhueta ela some dentro de um veículo preto. Uma BMW. Caminho como quem não quer nada até o veículo, esperando que ele corra de mim de novo, mas o veículo fica ali parado. Me coloco em frente a janela. É escura de mais, não dá pra ver nada lá de dentro.

- ei! Eu vi você entrando. É feio ameaçar mulheres assim, eu não te conheço! - bato no vidro.

A resposta demora um pouco para vim, meu coração bate tanto que sinto a vibração no pulso.

- não é ameaça se você for masoquista. - a voz é baixa e abafada quase não ouço pelo fato que ele não abaixou o vidro.

- e quem disse que eu sou? - coloco a mão na cintura.

- e quem disse que não é, cisnei negro? - e assim ouço o barulho do motor. - e eu não faço isso com outras.

O carro acelera pela rua me deixando parada na calçada. Sem nem menos ter um nome ou um rosto. Merda. O idiota tem razão, eu estou molhada.

~

Já dentro da casa de Tereza, ela balbucia coisas sem sentido enquanto eu visto um pijama que já mora praticamente com ela.

- descobriu quem era o maluco? - ela diz se virando pra mim. Estou deitada ao seu lado.

- não. Não faço ideia. - mordo o lábio.

- que cara é essa? - ela aponta pra mim rindo.

- cara? - me viro pro outro lado me embolando na coberta. - você não estava bêbada?

- nem vem. Você fez aquela cara que sempre faz quando esta querendo ficar com algum homem. - fecho os olhos ignorando.

- não fiz não.

- Anastácia! Por favor. Não fique com um maluco. Se o vir de novo, chame a polícia. Eu não quero te ver em um jornal - ela suspira dramaticamente.

- como se algum homem fosse tão obcecado por mim a esse ponto.

- o seu problema é esse. Você não liga pra parte do jornal, só quer saber da emoção! É pirada! - ela joga o travesseiro na minha cara.

- talvez..vai dormir logo! Boa noite. - ela continua a dar sua lição de moral.

Não me importo mesmo...ele tem razão. Eu sou sadomasoquista. E odeio o fato de não ver o seu rosto. Aposto que seria bruto e tentador...sombrio. Vou sonhar com isso.

~

Votem! Bjss

Black swan - Duologia, Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora