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12 anos antes ( 16 )

Dominike

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Eu tomo decisões péssimas. E isso incluí, desapontar a minha família e me desapontar. O fato é que quando você deseja agradar os outros...o desagradado é você.

◇◆◇

Minha madrasta fala sobre como os Nikovi são uma geração de líderes. Ela diz que todos nós estamos destinados a grandeza...isso é uma farça. Por dentro das paredes e das mansões luxuosas há apenas uma coisa. Segredos e sujeira.

Minha verdadeira mãe por exemplo...morreu após o meu nascimento e meu pai obviamente arrumou outro buraco pra meter o pau.

Me pergunto o que ele faria se descobrisse que eu pretendo nunca dá herdeiros pra ele. Eu não vou continuar essa geração de merda.

– primo! - a garota me abraça ixageradamente.

– oi. - digo sem ânimo.

– vai ter caça hoje. Não está animado? - franzo o cenho em puro desgosto.

– eu não vou participar dessa maluquice. - dou de ombros, indo me sentar na cadeira que fica perto da campo.

– qual é! Você é sempre um careta. - reviro os olhos.

– se está tão irritada vai lá você! - digo ríspido.

– você sabe que mulheres não fazem isso. - a garota se senta na minha frente e eu encaro o campo de futebol esverdeado. A grama a pouco cortada.

– tanto faz. - afrouxo minha gravata. Me sinto sufocado.

– sua irmã...onde ela está? - volto a encarar minha prima irritante.

– ela não é minha irmã. E mesmo se fosse eu não saberia. - estreito meus olhos em um questionamento silencioso.

Todos da família sabem que eu sou a ovelha negra. E Paola Nikovi a menina perfeita...e sendo assim é meu dever odia-la também. Igual odeio todo o resto.

– você deveria mudar essa sua cara, se não vai ficar óbvio todo a sua indiferença em relação a filha da Bianca. - ela aponta pro meu rosto e eu bufo.

– eu acho que não ficou claro o suficiente porque a pirralha está correndo até aqui nesse exato momento. - me coloco de pé enquanto o diabo vem me irritar.

– oi irmãozinho. Oi priminha. - ela me dá um sorriso diabólico e eu me viro ignorando sua investida.

A verdade é que desde que tomei consciência tem sido assim. Eu a ignoro.  E ela insiste em me encher a porra do saco.

Ela é uma garota irritante que tem tudo o que quer e eu não vou fazer parte disso. Por isso meu maior objetivo é contradizer o que ela faz. Talvez seja infantil da minha parte mas não é...você verá em breve.

~

Meu Bobtail corre buscando a bolinha de plástico que eu jogo. O cachorro late animadamente enquanto corre pelo campo, deve passar das 23 horas. A metade dos Nikovi já foram embora...

– bom garoto! - grito e o cão balança o rabo.

– olha só...você sabe responder. - fecho o rosto de imediato quando Paola diz.

Dou de ombros. O cachorro se aproxima dela cheirando seus sapatos e ela dá um esboço de um grito e eu faço cara feia.

– ele vai me morder. - ela comenta isterica.

– não vai não...mas se morder quem pega raiva é ele. - cruzo os braços.

– tira ele de perto de mim agora! Eu estou mandando. - ela meche as mãos.

– ele não vai. - digo firme. - E eu não vou.

Paola estreita os olhos, vejo um lampejo de alguma emoção sombria. É essa a cara que ela faz quando é contrariada, ela tira os sapatos que parece haver uma plataforma. E quando me dou conta do que ela acabou de fazer já estou a empurrando até que ela caia de bunda na grama.

Meu Bobtail choraminga correndo até mim.

– ei! Qual seu problema? É só um cachorro. Sujou meu vestido.

– não, ele tem mais sentimentos que você. E se bater no meu cachorro de novo ou em qualquer outro, eu faço você engolir a porcaria da grama!

O cachorro me segue cabisbaixo, entro na casa indo direto para o meu quarto. Isso me extressa...

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Votem! Bjss

Me contem a suas teorias nos comentários.

Black swan - Duologia, Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora