Capítulo 20 (Bo-young)

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São quase quatro da tarde quando sento no refeitório do hospital para tomar um café.

Alguns minutos se passam e Lucca e Minah se sentam na mesa comigo.

Lucca: E aí, como você tá? Aquele idiota ainda tá incomodando você?

Bo-young: Não. Não tem ninguém me incomodando e parem de se preocupar. Eu tô legal.

Minah: Amiga, pra ser sincera, não é o que parece. Você vive nesse hospital e pra esse hospital agora. Faz quanto tempo que você não vai em casa em?

Bo-young: Três dias... Mas isso não significa que não tô bem, só tive muitas cirurgias, só isso. Além do mais, em seis horas meu plantão acaba e então terei dois longos dias de folga. Dias estes que usarei para dormir como nunca dormir na vida.

Minah: Huum, então tá bom né.

Tomou mais um gole de café quando escuto um anúncio no alto falante do hospital

"Dra. Park, comparecer a recepção do andar da cirurgia. Dra. Park, comparecer a recepção do andar da cirurgia"

Lucca: iihh, será que aconteceu alguma coisa?

Bo-young: Não sei, mas vou lá descobrir né...

Levanto pra sair, mas antes viro e falo:

Bo-young: Vocês saem às seis hoje também, né? Topam jantar? Por minha conta.

Eles concordam e eu corro para onde fui chamada.

Mil coisas passam na minha cabeça. Todas as cirurgias que fiz nas últimas semanas, todas as complicações, todos os pacientes que tratei... O que será que aconteceu?

Bo-young: Oi cheguei, mandaram me chamar, aconteceu alguma coisa?

Recep.: Oi, Dra. Não é nada demais. É só uma moça que insiste em falar com a senhora, ela disse que é urgente.

Ela aponta para a mulher sentada nas poltronas de espera e quando a vejo a sensação é de ter levado um soco no estômago. O que esse mulher quer falar comigo?

Puxo toda a calma e paciência que tenho do fundo do meu ser e vou ate ela:

Bo-young: Com licença, senhora... Sou a Dra. Park Bo-young. Você pediu para me chamarem?

Ye-jin: Pedi sim. Preciso te contar uma coisa, mas tem que ser em um lugar reservado.

Reviro os olhos, mas ainda assim tento ser educada.

Bo-young: Tudo bem, me acompanhe, por favor.

A levo até minha sala. Lá eu posso me descontrolar um pouco se for preciso.

Bo-young: Então, o que é tão urgente assim?

Ye-jin: Você sabe quem eu sou?

Bo-young: Sim, eu sei exatamente quem você é e você tem muita sorte de estarmos no meu local de trabalho, pq se não eu seria capaz de matar você. Me fala, o que você quer?

Ye-jin: Vou direto ao ponto. Aquelas fotos com Namjoon, são todas armadas. Eu contratei um fotógrafo para fazê-las escondidas. Eu beijei ele de surpresa e o fotógrafo fez a foto bem na hora. Eu queria que ele deixasse você e voltasse pra mim. Afinal de contas, o Namjoon merece mais que uma mulherzinha sem sal igual você, né?

Bo-young: E o que fez você vir até aqui dizer que as fotos foram armadas?

Ye-jin: Bom, isso não é da sua conta. Já lhe contei a verdade e você pode fazer as pazes com o Nam, se quiser. Só não garanto que em um futuro próximo eu não apareça pra arrancar ele de vez de você.

Ela solta um beijinho no ar e sai pela porta. Eu pego um vaso de centro de mesa e jogo na porta e ele se quebra em mil pedacinhos.

Estou com tanta raiva que minhas mãos estão tremendo. Que mulher ordinária. Sinto ódio só de pensar nela.

Tento me acalmar e resolver tudo que tenho para resolver antes do meu plantão acabar.

Como combinado, vou jantar com Lucca e Minah e decido apagar tudo que aquela mulher me falou a tarde. Pelo menos por enquanto.

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