Entre sombras e destinos

Capítulo 4: Ecos do destino

### Capítulo 4: Ecos do Destino

A noite se arrastava, envolta em um silêncio pesado que parecia pesar sobre os ombros de Madara. Seu coração pulsava com a intensidade de uma tempestade, enquanto a visão de Indra e Ashura dançava em sua mente como um eco distante. Ele se encontrava de volta àquele sonho, um labirinto de emoções confusas. Indra, com lágrimas nos olhos, questionava sua própria essência, aflito por ser um ômega em um mundo que não compreendia seu amor por Ashura. A dor que emanava dele cortava Madara como uma lâmina afiada.

"Por que eu fui amaldiçoado assim?" Indra gritava no sonho, sua voz reverberando através das sombras. "Ashura, por que não posso ser livre?" A angústia era palpável, e Madara sentiu-se sufocar sob o peso da tristeza do ancestral. Ele queria gritar, queria dizer a Indra que não estava sozinho, que ele também lutava contra as correntes invisíveis que o prendiam à sua própria história.

No meio do desespero, a lenda antiga começou a surgir em sua mente. Contavam os anciãos que quando as reencarnações se encontrassem, o Deus da Lua seria forçado a tirar a vida do Deus Sol para restaurar o equilíbrio entre clãs. Essa verdade cruel reverberou em Madara, fazendo-o entender a ligação inquebrantável que tinha com Hashirama — seu rival e seu amor predestinado.

Quando finalmente despertou, o suor escorria por seu rosto e suas mãos tremiam ligeiramente. O peso da revelação ainda o consumia. Era hora de encontrar aquele diário perdido; as palavras de Indra ecoavam em sua mente: "Procure-o na biblioteca." Com determinação renovada, ele se levantou e foi em direção àquele lugar repleto de conhecimento oculto.

A biblioteca era um labirinto de livros antigos e pergaminhos desgastados pelo tempo. Enquanto explorava cada canto, uma sensação estranha o envolvia — como se Indra estivesse ali ao seu lado, guiando-o para o desconhecido. E então ele encontrou: uma passagem secreta escondida atrás de uma estante imponente. O coração acelerado batia como um tambor enquanto ele a abria e entrava.

Dentro da sala escura e esquecida, encontrou o diário. Suas páginas estavam amareladas, mas as palavras pareciam brilhar com uma luz própria. Ao ler as histórias de amor e dor entre Indra e Ashura, Madara percebeu que eles nunca foram inimigos; eram almas gêmeas perdidas em meio ao caos da guerra.

Na manhã seguinte, a batalha estourou como um trovão no horizonte. Madara e Hashirama se encontraram no campo de combate, seus olhares se cruzando como flechas disparadas ao mesmo tempo. Hashirama havia acabado de perder seu irmão mais novo para os Uchiha e a raiva pulsava forte dentro dele. A dor transformou-se em fúria cega; ele precisava descontar aquela dor em alguém.

Madara sentiu isso tudo — a dor crua emanando de Hashirama enquanto seu próprio corpo lutava contra os efeitos colaterais da pomada que havia usado para curar suas feridas. Um golpe certeiro atingiu-o quase fatalmente.

Mas então aconteceu algo extraordinário: Indra apareceu diante dele como uma sombra protetora. "Ashura!" ele suplicou com fervor enquanto interceptava o golpe destinado a Madara. O tempo parecia parar quando Ashura emergiu do caos da batalha, seus olhos refletindo uma tristeza profunda ao se encontrar com os olhos tristes de Indra.

O mundo ao redor deles se desvanecia em um turbilhão de dor e amor não correspondido; cada coração pulsava com mágoa e destino trágico. Tajima Uchiha rapidamente pegou seu filho nos braços e fugiu da cena horrenda da batalha, levando-o para buscar ajuda da curandeira.

Madara olhou para Hashirama enquanto a realidade desmoronava ao seu redor. Ambos estavam presos em um ciclo interminável de amor e rivalidade — dois homens destinados à guerra por causa de escolhas feitas antes mesmo de nascerem.

Indra desapareceu tão rapidamente quanto aparecera, deixando apenas o eco de sua voz angustiada ressoando na mente de Madara: "Você não está sozinho." E naquele momento melancólico no campo de batalha sangrento, Madara percebeu que seu destino era mais complexo do que poderia imaginar — entrelaçado nas vidas daqueles que vieram antes dele e nas esperanças daqueles que estavam por vir.