Hashirama estava sozinho em seu quarto, cercado pelo silêncio da noite. O peso dos conflitos, das responsabilidades e das decisões difíceis que tinha de tomar o cercavam como sombras, mas nenhuma delas pesava tanto quanto a ausência de Madara. Seu coração batia inquieto, como se o vazio ao seu redor fosse um reflexo da distância crescente entre ele e o homem que tanto amava. Desde o momento em que se tornaram um, em corpo e alma, Madara havia se tornado sua principal prioridade, a força que o guiava, o amor que o sustentava. Nada mais importava da mesma forma.
No entanto, havia algo errado. Hashirama sabia. Sentia isso. Algo escorria pelas rachaduras de sua conexão, algo que Madara tentava esconder, mas que o vínculo entre eles não permitia. Muitas vezes, Ashura lhe aparecia em sonhos, trazendo consigo visões de uma família — uma imagem recorrente, que fazia o coração de Hashirama vibrar de maneira estranha, confusa. Por mais que tentasse entender, o significado escapava, permanecendo envolto em mistério.
Madara... o que está te afligindo tanto? — pensava Hashirama, enquanto seus dedos deslizavam sobre a marca que ele havia deixado no corpo de seu amado. A marca pulsava com uma energia inquieta, uma angústia que não podia ser escondida. Ele conseguia sentir o medo, o desespero latente em Madara, como se o outro estivesse sendo consumido por algo maior do que ele podia carregar. Essa sensação o deixava agoniado, como se parte de sua própria alma estivesse presa em uma tempestade que ele não conseguia controlar.
Não podia mais suportar. Precisava ver Madara. Precisava estar com ele, e, mais do que tudo, precisava que Madara confiasse nele o suficiente para dividir aquele fardo que estava claramente lhe consumindo. O amor de Hashirama por Madara era tão vasto quanto o céu, tão imensurável quanto as montanhas que cercavam suas terras. Não havia dor que ele não estivesse disposto a suportar, não havia verdade que ele não pudesse enfrentar, desde que estivessem juntos.
Levantou-se com determinação. Hoje, Madara vai me contar o que está acontecendo. Não porque ele iria forçá-lo, mas porque precisava que Madara entendesse que não estava sozinho. Que, embora o medo o devorasse, o fardo poderia ser dividido. Hashirama estaria ali para carregar o que fosse preciso, como sempre esteve, como sempre estaria.
Enquanto caminhava para o encontro marcado com Madara, os pensamentos de Hashirama vagavam pela intensidade do que eles compartilhavam. O amor entre eles era uma força avassaladora, algo que quebrava todas as barreiras e desafia todas as regras impostas por seus clãs, suas famílias, suas próprias dúvidas. Hashirama nunca imaginou amar alguém de forma tão completa, tão absoluta. E talvez fosse isso que mais o preocupava. Se Madara estava escondendo algo, era porque temia que aquele amor fosse abalado, ou talvez porque não acreditasse que Hashirama pudesse suportar o peso de sua dor.
Mas Hashirama já havia decidido. Meu amor por você, Madara, é inquebrável. Se houvesse uma criança, se houvesse um destino que ele não pudesse prever, ainda assim, nada mudaria. Ele enfrentaria o que fosse, lutaria contra o que viesse, desde que pudessem estar juntos.
Quando finalmente chegou ao local combinado, seu coração batia acelerado, não de incerteza, mas de antecipação. Ele estava pronto. Pronto para ouvir a verdade, pronto para segurar Madara e mostrar que, mesmo em meio à escuridão, o amor deles seria a luz que guiaria o caminho.
"Você não precisa carregar isso sozinho, Madara", sussurrou para si mesmo, com uma força silenciosa, quase uma promessa ao vento.
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Entre sombras e destinos
Romance"Entre Sombras e Destinos"** No turbulento universo do Japão feudal, onde a guerra entre os clãs Senju e Uchiha se intensifica, a hierarquia social é rigidamente definida por status ABO. Os Uchiha, temidos e rotulados como demônios, lutam para mante...