Capítulo 7 - "A Marca do Destino"

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A batalha se desenrolava ao redor como uma tempestade furiosa, mas para Hashirama e Madara, a guerra que travavam era interna, alimentada por sentimentos profundos e incontroláveis. Seus golpes já não eram impulsionados por ódio ou rivalidade, mas por algo mais doloroso e intenso. A hesitação no olhar de Madara era impossível de ignorar, e Hashirama sentia-se cada vez mais arrastado para o abismo de emoções que havia entre eles.

Num instante, a atmosfera ao redor pareceu mudar. Um aroma familiar de lavanda invadiu os sentidos de Hashirama, paralisando-o. Seu coração disparou, e a compreensão o atingiu como uma lâmina. Madara estava em cio. O corpo do outro tremeu violentamente, seu rosto contorcido em dor e desespero. A visão fez o peito de Hashirama apertar, e sem pensar duas vezes, ele se moveu.

"Madara!" A voz de Hashirama rompeu o caos ao redor, e num movimento rápido, ele estava ao lado de seu amado, deixando para trás qualquer vestígio da batalha. Ele ergueu Madara nos braços, decidido a protegê-lo, a afastá-lo de tudo aquilo que poderia machucá-lo. Nada mais importava.

Com passos rápidos, Hashirama os conduziu até um vale escondido, longe dos olhos de todos. Ali, sob o céu estrelado, o mundo pareceu se calar. Quando finalmente colocou Madara na grama, viu as lágrimas nos olhos do outro, refletindo a vulnerabilidade que ele tentava esconder. Aquilo cortou Hashirama profundamente.

"Por favor... não me deixe", implorou Madara com a voz baixa, o medo escorrendo por suas palavras.

Hashirama se abaixou, segurando o rosto de Madara entre as mãos com uma gentileza que transbordava amor. "Eu nunca vou te deixar, Madara. Estou aqui." Seus olhos, antes cheios de determinação, agora brilhavam com uma ternura profunda.

A lua cheia iluminava suavemente o vale, enquanto os dois se aproximavam, movidos por uma atração que ia além do físico. Quando seus lábios finalmente se encontraram, o mundo ao redor deles desapareceu. Era mais do que desejo; era uma entrega completa. A conexão que compartilhavam naquela noite era visceral, como se seus corações pulsassem no mesmo ritmo, como se as barreiras entre eles tivessem sido completamente dissolvidas.

Madara, rendido àquele momento, se permitiu sentir algo que nunca ousara antes. Sentiu a marca de Hashirama gravar-se em sua pele, como um símbolo de um laço eterno. E foi ali, naquela entrega silenciosa, que um pensamento invadiu sua mente, surpreendendo-o: ele queria dar algo a Hashirama, algo que fosse parte dele. A ideia o encheu de uma estranha mistura de felicidade e melancolia, pois, por um breve momento, ele esqueceu suas diferenças, suas batalhas e até mesmo a guerra. Naquele instante, eles eram apenas um — não rivais, não líderes, mas dois homens ligados por algo que transcendia tudo.

A noite avançou, e com cada toque, com cada sussurro, o laço entre eles se fortalecia. Hashirama sabia, de alguma forma, que estavam selando um destino maior do que podiam compreender. Havia uma certeza silenciosa de que, a partir dali, nada seria o mesmo. Os corações deles estavam marcados de tal maneira que, mesmo diante do futuro incerto, eles nunca mais conseguiriam se separar. A conexão não era apenas de corpos; suas almas estavam entrelaçadas, para sempre.

Enquanto o amanhecer começava a romper o céu, os pensamentos de Madara voltaram-se para aquele desejo que agora ardia dentro dele. Ele queria oferecer a Hashirama algo que os unisse ainda mais, algo que carregasse uma parte de ambos. E, mesmo sem dizer em voz alta, sabia que aquela promessa silenciosa estava selada naquela noite.

O que nenhum dos dois sabia, porém, era que a marca deixada por Hashirama em Madara não apenas uniria suas almas, mas também colocaria em movimento eventos que alterariam o curso de suas vidas e dos destinos daqueles que os cercavam. Indra e Ashura, que observavam de longe, sentiram a mudança no ar. Eles sabiam que, a partir daquele momento, o mundo nunca mais seria o mesmo.

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