Capítulo 13: Verdades Entre Lágrimas

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O vento soprava suave no Vale do Fim, onde Hashirama já aguardava, seu coração batendo forte com a ansiedade do que estava prestes a acontecer. Quando Madara finalmente apareceu, a expressão de seu amado era um reflexo perfeito do que ele havia sentido na marca, uma mistura de desespero, medo e uma dor que o consumia por dentro. Hashirama se aproximou lentamente, seus olhos encontrando os de Madara com uma intensidade que prometia segurança e refúgio.

Madara hesitou, seus lábios tremendo como se as palavras que estavam presas em sua garganta o sufocassem. Hashirama, percebendo seu conflito interno, estendeu a mão, e em um gesto simples, tocou o rosto de Madara com uma ternura avassaladora.

"Você não precisa enfrentar isso sozinho, Madara," sussurrou Hashirama, sua voz firme, mas carregada de compaixão. "Eu estou aqui. Sempre estarei. O que quer que esteja te machucando, nós enfrentaremos juntos."

Madara fechou os olhos por um breve instante, sentindo o toque suave de Hashirama, sentindo seu coração acelerar e suas barreiras começarem a ceder. Ele não queria contar. Queria proteger Hashirama de mais essa dor, mais esse fardo. Mas as lágrimas começaram a escapar, uma a uma, traindo sua vontade. Seus ombros tremeram, e antes que pudesse conter o impulso, ele desmoronou nos braços de Hashirama, soluçando.

Hashirama envolveu Madara com um abraço firme, permitindo que ele chorasse, que liberasse a dor que por tanto tempo segurou sozinho. "Estou aqui," repetia Hashirama, suas mãos acariciando os cabelos de Madara. "Não há nada que você possa me dizer que me afastará de você. Nada."

Finalmente, entre lágrimas e soluços, Madara conseguiu sussurrar a verdade, sua voz quebrada pelo medo e a vergonha. "Eu... eu acho que estou grávido..." Ele mal conseguiu terminar a frase, seu corpo tremendo de insegurança, esperando que o mundo desmoronasse ao seu redor. Hashirama ficou em silêncio por um breve momento, absorvendo aquelas palavras, mas em vez de hesitar, ele segurou o rosto de Madara com ambas as mãos e olhou fundo em seus olhos.

"Isso não muda nada," disse Hashirama, com uma firmeza tranquila que fez o coração de Madara parar por um instante. "Se for verdade, se houver uma criança... então essa criança será nossa, e eu vou amá-la tanto quanto amo você. Eu vou protegê-los, os dois. Nada, nem ninguém, vai te tirar de mim."

Madara chorava ainda mais, seu corpo abalado pelas emoções que antes tentava suprimir. Hashirama o segurava firme, como se seu amor fosse a única âncora que impedia Madara de afundar no abismo de seus medos. Pela primeira vez, Madara começou a acreditar que talvez, só talvez, não estivesse tão sozinho quanto pensava. Eles se beijaram com uma intensidade que carregava todas as palavras não ditas, todo o amor reprimido, toda a paixão e desejo de segurança. Naquela noite, sob o manto das estrelas, Madara e Hashirama se amaram com uma intensidade que queimava todas as incertezas.

Cada toque de Hashirama em sua pele fazia Madara esquecer do medo, esquecer do peso que carregava. O calor de seus corpos entrelaçados era a única verdade que importava naquele momento. E quando Hashirama estava dentro dele, quando o amor deles se consumava em algo maior, Madara sentiu como se por um breve instante, estivesse livre de tudo. Ali, nos braços de Hashirama, o mundo parecia suspenso, e seus problemas, distantes.

"Eu vou proteger você," Hashirama sussurrou entre beijos, enquanto seus corpos se moviam em perfeita sincronia. "Você e nosso filho. Eu vou cuidar de vocês, Madara, e nada, nem mesmo o ódio do mundo, pode nos separar."

Madara, ainda com lágrimas nos olhos, sentia seu coração bater com uma mistura de alívio e medo. O amor de Hashirama era avassalador, mas seu pai... Tajima jamais o aceitaria. O clã jamais aceitaria. O futuro ainda parecia incerto, mas naquela noite, nos braços de Hashirama, ele encontrou uma força que não sabia que possuía.

Quando Madara voltou para casa naquela mesma noite, ele sabia que algo estava errado. O silêncio pesado no ar era sufocante, e Tajima o esperava, de pé, com uma expressão que congelava o sangue em suas veias.

"Você acha que pode me enganar, Madara?" Tajima começou, sua voz baixa, mas carregada de ira. "Eu sei que tem algo errado com você. O seu mal-estar, sua fuga do campo de batalha com Hashirama... você acha que eu sou idiota?"

Madara estremeceu, incapaz de olhar nos olhos do pai. Izuna estava ao lado, a cabeça baixa, claramente em conflito. Queria defender o irmão, mas o medo o mantinha em silêncio.

"Você já deveria ter entrado no cio, Madara. Isso só pode significar uma coisa... ou aconteceu e você escondeu de mim." Tajima avançou um passo, sua fúria crescendo a cada palavra. "Eu sou seu pai! Acha que pode me enganar? Se você fez algo que traga desonra ao nosso clã, eu vou..."

Madara mal conseguia respirar. Sabia o que estava por vir. E então, como um golpe final, Tajima disse: "Se há uma aberração crescendo dentro de você, eu vou matar Hashirama e vou obrigá-lo a tirar essa coisa da sua barriga."

As palavras de Tajima foram como uma lâmina atravessando o peito de Madara. Ele estava preso, sufocado pelo medo. O abismo do desespero o puxava, e seu coração martelava no peito, não por si mesmo, mas por aquela criança, por Hashirama. Sabia que o caminho à frente seria sombrio, mas enquanto estivesse com Hashirama, acreditava que, de alguma forma, encontrariam uma saída daquele pesadelo.

Mas naquele momento, tudo o que Madara conseguia sentir era o peso esmagador de seu pai, do clã e da incerteza que os envolvia.

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