Capítulo 5: Entre Sorrisos e Promessas

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O campo de batalha, agora envolto em um silêncio pesado, havia se transformado em um cenário de dor e revelações inesperadas. Madara estava se recuperando lentamente, seu corpo marcado pelas lutas que travara. Izuna, preocupado e aflito, não se afastava do lado do irmão. As lágrimas escorriam pelo rosto do pequeno, enquanto ele segurava a mão de Madara com força. "Por favor, não me deixe, Nii-chan," ele implorava, seu coração transbordando de medo de perder o irmão mais velho.

Indra observava a cena com um olhar terno. Ele sempre fora apegado ao pequeno Izuna, sentindo uma conexão especial com ele. A dor que Madara e Izuna compartilhavam o tocava profundamente; o amor fraternal era algo que ele entendia bem.

Após a retirada forçada do campo, Madara e Hashirama se encontraram em um local isolado, longe dos gritos e do cheiro do sangue. O silêncio entre eles era carregado de tensão, mas também de uma nova compreensão. Madara olhou para Hashirama, que trazia consigo a dor da perda do irmão mais novo, e sentiu a necessidade de quebrar as barreiras que os separavam.

"Hashirama," começou Madara, sua voz tremendo como o vento que sussurrava entre as folhas. "Sei que estamos destinados a lutar um contra o outro, mas... talvez possamos encontrar um jeito diferente de lidar com isso."

Hashirama o encarou com surpresa, as feições marcadas pela tristeza começando a se suavizar. "O que você quer dizer com isso? Estamos em lados opostos dessa guerra." A preocupação em seus olhos era evidente; ele não podia deixar de pensar na segurança de Tobirama.

"Talvez essa guerra não seja o que realmente queremos," Madara respondeu, sentindo uma onda de coragem misturada ao medo. "Indra e Ashura... eles nos mostraram que é possível amar mesmo em meio ao caos."

As palavras de Madara tocaram algo profundo dentro de Hashirama. Ele respirou fundo, lembrando-se da conexão que tinha com Ashura — uma conexão que transcendia rivalidades e medos. Um sorriso hesitante começou a surgir em seu rosto, mas logo foi eclipsado pela preocupação.

"Você realmente acredita nisso?" Hashirama perguntou, sua voz trêmula entre a esperança e o receio. "E se isso colocar Tobirama em perigo? Eu não posso perder meu irmão novamente."

"Eu sei que você faria qualquer coisa para protegê-lo," Madara disse suavemente, percebendo a luta interna do Senju. "Mas e quanto a nós? E se nós tentássemos entender um ao outro primeiro? O amor pode ser uma força poderosa."

A intensidade das emoções entre eles começou a aquecer o ar gelado ao redor. Hashirama inclinou-se ligeiramente para frente, sua voz carregada de ternura: "Eu quero te proteger, Madara. Você é importante para mim... mais do que eu consigo expressar."

Enquanto isso, em outra parte do mundo espiritual onde Indra e Ashura estavam juntos por um breve momento eterno, os dois riam como crianças. A luz suave da manhã iluminava seus rostos enquanto compartilhavam histórias e memórias.

"Você sempre foi tão sério," Ashura provocou, piscando para Indra. "Lembre-se daquela vez em que você tentou impressionar todo mundo com suas técnicas e acabou caindo do telhado?"

Indra riu, a imagem da queda desastrada ainda vívida em sua mente. "Acho que foi mais vergonhoso do que impressionante!" Ele balançou a cabeça em descrença. "Mas você estava lá para me ajudar a levantar... como sempre."

De volta ao mundo físico, Hashirama estava sozinho, em casa. Sentado em uma sala silenciosa, ele refletia sobre o que seu pai sempre lhe dissera sobre os Uchihas — histórias que pintavam os clãs rivais como demônios, criaturas de trevas e maldade. Hashirama nunca entendeu completamente essas histórias, e sua mente sempre foi um campo de batalha entre o que ele via e o que lhe ensinaram.

Foi Ashura, na forma de sua reencarnação, quem realmente ajudou Hashirama a entender seus sentimentos. Em sonhos e meditações, Ashura revelou a Hashirama a verdade sobre os Uchihas, mostrando-lhe que não eram monstros, mas sim vítimas de circunstâncias e preconceitos. A verdade era que a dor e a luta dos Uchihas não eram diferentes das suas próprias experiências.

Quando Hashirama viu Madara pela primeira vez no lago, ele não sabia que se tratava de um Uchiha. Mas, ao ouvir as histórias e sentir a conexão inexplicável com aquele garoto, Hashirama percebeu, com uma dor aguda, que Madara era o mesmo Uchiha sobre o qual ouvira tantos relatos terríveis. A revelação caiu sobre ele como um golpe devastador, desmoronando suas crenças e deixando-o confuso e angustiado.

Agora, vendo Madara ferido e sofrendo, Hashirama sentia a culpa e a dor de ter ferido aquele que, em muitos aspectos, era sua alma gêmea. O dever do alfa, de proteger seu omega destinado, parecia agora um peso insuportável. Hashirama estava dividido entre o dever para com seu clã e o amor que crescia por Madara — um amor que não se encaixava nas histórias que lhe foram contadas.

"Eu quero acreditar no que você diz," Hashirama murmurou, seu coração apertando-se com a possibilidade do amor ser uma luz em meio à escuridão da guerra. "Mas meu dever é proteger aqueles que amo... mesmo que isso signifique lutar contra você."

Madara sentiu uma onda de afeto por Hashirama; ali estava alguém disposto a sacrificar tudo pelo amor fraternal — alguém que desejava protegê-lo como um verdadeiro omega merece ser amado e respeitado. Mas também havia uma tristeza profunda em seu coração — ele sabia o quanto essa guerra poderia destruir não apenas clãs, mas também laços preciosos.

Enquanto Indra e Ashura observavam seus respectivos mundos se conectarem através dos sorrisos dos meninos apaixonados por suas histórias esquecidas, ambos sentiram uma nova esperança brotar dentro deles — uma esperança de que o amor poderia transcender as rivalidades e unir aqueles destinados à batalha.

Assim, sob os ecos do destino e das risadas compartilhadas, novos caminhos começaram a surgir diante deles — caminhos onde amor e amizade poderiam prevalecer sobre a guerra e o ódio. Madara e Hashirama estavam prontos para explorar esses caminhos juntos, mesmo com os medos pulsando dentro deles como sombras persistentes.

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