7. Pra sempre, você promete?

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•Alguns dias após
Yamaguchi receber alta.

O responsável pelo sequestro de Yamaguchi Tadashi era seu próprio pai, que escondia drogas em casa e acreditava que o filho teria descoberto e o entregado a polícia, o que não tinha acontecido até então. Após o sequestro e algumas investigações, ele acabou sendo preso.
Entretanto, a Sra.Yamaguchi acabou sendo diagnosticada com depressão e estava fazendo terapia e tomando alguns remédios, tentava passar o máximo de tempo ao lado de seu filho e sempre que ela iria ao psicólogo o menor ficava na casa dos Tsukishima's.

O ar gélido percorria por seus pulmões e saiam rapidamente, os que causavam arrepios; as ruas ainda estavam encharcadas devido à tempestade da noite anterior, nem o sol que já reinava no céu azul era capaz de deixá-las secas tão rapidamente, folhas das árvores acumulavam água que pingava no chão, os raios da enorme bola de fogo atravessavam essas horas e causavam pequenos "arco-íris" no ambiente, deixando tudo mais bonito.

Os dois pedalaram as pressas, não sabiam porque estavam correndo; o risco de escorregaram nas poças era enorme, porém era ignorado por eles. Chegando no lago, largaram suas bicicletas e se sentaram embaixo da árvore, só aí se tocaram que a grama estava molhada, ofegantes.

- que droga.. - reclamou vendo que suas calças estavam encharcadas agora, mas se sentou mesmo assim.

- Tsukki. - chamou após alguns segundos de silêncio.

- Hm.

- porque será que as pessoas se casam? - era uma pergunta complicada pra duas crianças.

- ..porque elas se amam? - soou mais pra uma pergunta do que uma afirmação.

- então porque meus pais se casaram? - Tsukishima olhou pra ele - meu pai disse que odiava a mim e minha mãe, então porque eles se casaram?

O loiro não sabia como responder a pergunta, decidiu improvisar.

- ..deve ser.. - pensou. - ..eles devem ter se apaixonado um dia, mas seu pai é um bosta e não soube dar valor. - cruzou os braços, tirou um pequeno sorriso do esverdeado.

Os dois permaneceram olhando pro lago, a luz do sol batia na água e refletia em seus olhos, o que não permitia que eles olhassem por muito tempo.

- ..aí.. - Tadashi murmurou baixinho, olhando pra sua mão. Havia um espinho preso em seu dedo.

- o que foi?

- minha mão.. - mostrou.

Kei olhou para o espinho preso num dos dedos do esverdeado, segurou sua mão de leve e aproximou.

- eu posso tirar?

- uhum.

- no três. - concordou com a cabeça - um..dois.. - não disse o número três, puxou o espinho.

- ai! - puxou a mão quando teve o espinho arrancado, um pouco de sangue escorreu. - Tsukki, você disse no três!

- pelo menos eu tirei ele, não reclama! - jogou o espinho longe, notou que escorria um pouco de sangue. - espera, tive um ideia.

Ele procurou por algo em seu braço, uma picada de mosquito já cicatrizada, puxou a casquinha de sangue o que fez sangrar um pouco também. Segurou o dedo machucado de Yamaguchi.

- melhores amigos pra sempre, você promete?

- prometo. - em seguida, Tsukishima esfregou o dedo do menor em seu braço, misturando o sangue de ambos. - pra que isso?

- pra sermos irmãos de sangue pra sempre. - Tadashi sorriu.

Alguns poucos minutos mais tarde, o seu começou a escurer de novo, mas não era noite. As enormes nuvens cinzas começavam a cobrir os raios do sol, junto a alguns barulhos de trovões; as gotas logo começaram a cair. Uma, duas, três..

- é melhor irmos. - o loiro se levantou acompanhado de Yamaguchi.

Ambos apanharam suas bicicletas, pedalando de volta pra casa. A chuva aumentou e logo se tornou uma tempestade, suas roupas estavam encharcadas, seu cabelos mais ainda, podiam sentir seus sapatos se encherem d'água. Mas por algum motivo, eles estavam felizes com isso, Yamaguchi tinha medo de tempestades, mas sentia que não precisava ter medo de nada ao lado de Tsukishima.

Chegaram na rua da casa dos Yamaguchi's, onde se separavam.

- a gente se vê amanhã?! - falavam alto devido ao barulho da chuva.

- com certeza! - o de óculos gritou de volta, com um sorriso no rosto.

O esverdeado sorriu, pedalou mais um pouco e olhou pra trás, acenando para Kei com um sorriso e mesmo sorriu de volta, seus olhares se cruzaram por alguns segundos, porém quebrados por Yamaguchi dando as costas e voltando a pedalar de volta pra casa. O loiro fez o mesmo.

Quando chegou, largou a bicicleta no chão e subiu nas escadas na varanda da casa, tirou os sapatos e as meias deixando na entrada, tremia de frio. Assim que entrou na casa, foi envolvido por uma toalha.

- ei..! - tentou tirar a toalha da frente do rosto, falhando.

- você está encharcado! Se a mãe ver você desse jeito vai te matar. - Akiteru esfregava a toalha em seus cabelos.

- tá, tá! Já tá bom.

Tirou a toalha das mãos do irmão mais velho, se secando por si só.

- Aki? - chamou, tirando seu casaco.

- sim?

O mais novo dos Tsukishima se virou para o irmão mais velho.

- eu e o Yama vamos ser melhores amigos pra sempre. - afirmou com um sorriso, Akiteru suspirou e sorriu de volta

- tenho certeza que vão.

Kei sorriu, deu as costas, correndo até seu quarto.

 Mʏ Fɪʀsᴛ Lᴏᴠᴇ - TsᴜᴋɪYᴀᴍᴀ Onde histórias criam vida. Descubra agora