25. Conselhos.

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Yamaguchi caminhava até o colégio como todos os dias, a diferença é que hoje faltava algo, ou melhor, alguém. Hoje, sua caminhada matinal era sem Tsukishima, ele estava sozinho. O vento não era forte naquela manhã, mas era o suficiente para bagunçar seus cabelos por completo. Estava nublado, o clima úmido dava a sensação de que, mais tarde, iria chover. As folhas secas que se soltavam dos galhos das árvores e caiam no chão, alaranjadas e que, quando pisoteadas, se quebrariam em milhões de pedacinhos, hoje não seriam pisoteadas como todos os dias. Mesmo que Tadashi gostasse de ouvir o "crc" que elas faziam, não estava no clima hoje.

O dia na escola foi estranho. Todos concordavam que chuva na escola era algo que a deixava, de certa forma, meio estranha. Mas não era só por isso agora. Tsukishima e Yamaguchi não trocaram olhares nem durante as olhas, nem no intervalo, nem durante o treino; o que era, sinceramente, uma vitória para os professores que tentavam separa-los desde pequenos por serem "próximos de mais para dois garotos."

Parecia que, naquele dia por algum motivo totalmente desconhecido, Tsukishima tinha vencido seu orgulho e queria realmente chamar Yamaguchi para conversar, porém sabia que o esverdeado não iria querer conversar agora. Iria ignora-lo, ou manda-lo ir embora, ou simplesmente tudo iria terminar em mais uma discussão. Dessa vez, ao vivo.

O treino tinha terminado a alguns minutos, estavam todos na sala do clube organizando suas coisas para irem embora. Bem, todos exceto por Kei; que tinha simplesmente pegado suas coisas e saído sem olhar na cara de ninguém. Mas como todos ali conheciam o loiro e seu temperamento, não questionaram; mas Tadashi ter ficado lá não era algo bom.

Antes que alguém pudesse falar algo sobre ele e o bloqueador, pegou suas coisas, se despediu dos colegas e saiu do colégio, seguindo caminho de volta para sua casa. Observava a paisagem a usa volta em silêncio, estremeceu quando sentiu a brisa gelada sob seu rosto, e ele desejou profundamente que seu melhor amigo estivesse ali com ele, queria ouvir Blackbird com ele de novo, andar de mãos dadas com ele de novo, e, quem sabe, até beijar aqueles lábios avermelhados viciantes.

Sacudiu a cabeça expulsando aqueles pensamentos. Era errado pensar isso, quando Tsukishima tinha "outra pessoa". Bem, pelo menos na visão de Yama ele tinha. E ele estava decidido a esperar um pedido de desculpas dessa vez, e não simplesmente da-lo a Tsukki gratuitamente.

- Yamaguchiiii!! - ele ouviu uma voz familiar soar de longe, olhou pra trás.

- Yachi? - a garota apoiou as mãos nos joelhos, ofegante pela correria. - o que foi? Aconteceu alguma coisa?

- na verdade.. - ela recuperou o fôlego. - ..não é da minha conta, mas está tudo bem entre você e o Tsukishima? - ela viu Yamaguchi desviar do olhar. - vocês não se falaram hoj-

- Na verdade.. - cortou a loira rapidamente. - ...não está nada bem. Yachi, está tudo horrível. - sua voz soou num tom vulnerável.

Quando percebeu, Hitoka já estava indo passar a tarde em sua casa, enquanto explicava tudo pelo caminho.

[...]

Tadashi não era o tipo de adolescente que entrava nos lugares sem bater na porta, muito menos em casa. Por isso, foi uma surpresa quando ele simplesmente destrancou a porta de casa e abriu com tudo.

- Mãe! Você pod- Ele se calou. A seguinte cena na qual seus olhos se depararam era surpreendente demais pra si.

As duas mulheres dentro da casa afastaram seus rostos assim que ouviram o som da porta e a voz do garoto entrando na casa. Kobayashi Hanna e Yamaguchi Haruki estavam em meio a um beijo na sala de estar. A mais velha dos Yamaguchi, posicionada contra a parede ainda segurava a nuca da Kobayashi com força, que pressionava as mãos em sua cintura. A diferença de altura das duas era pouca, mas totalmente perceptível, sendo Hanna a mais alta.

 Mʏ Fɪʀsᴛ Lᴏᴠᴇ - TsᴜᴋɪYᴀᴍᴀ Onde histórias criam vida. Descubra agora