29. Olhos Chocolate e Sardas.

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Dois capítulos hj pq terça n teve <3


Os potes, a lua e os faróis dos poucos carros que passavam pela rua quase deserta eram a única fonte de luz naquela noite. Já estava escuro, mas os dois garotos que caminhavam em silêncio com as mãos ainda entrelaçadas não pareciam se importar com isso. Finalmente, chegaram a casa do esverdeado, ele destrancou a porta e entrou na casa acompanhado pelo loiro.

E o de sardas se questionou se Hanna estava morando em sua casa, depois que acabou vendo o beijo dela e sua mãe - no qual ele ainda queria perguntar a sua mãe sobre -, toda vez que ele chegava em casa a morena estava lá; isso já se repetia por três dias seguidos.

- Finalmente! Já estava quase saindo de casa procura-los. - Hiraki disse assim que viu seu filho e Tsukishima entrando na casa. - Tsukishima vai passar a noite aqui?

- Hoje não. Está tarde e eu acabei não avisando minha mãe que dormiria aqui. - a mãe de Kei trabalhava de madrugada quatro vezes por semana e hoje era justamente o único dia que ela não ia. Pode ouvir um suspiro vindo de Yamaguchi.

- Tudo bem. Tem alguns biscoitos amanteigados lá na cozinha, vou trazer pra você.

- Não precisa. - Ele amava os biscoitos amanteigados que a mãe do amigo fazia, era deliciosos. Apenas dizia que não precisava por educação, porque lá no fundo ele implorava pra que ela trouxesse.

- Eu insisto. - O loiro não disse mais nada. A mais velha dos Yamaguchi foi até a cozinha.

Tsukishima e Yamaguchi permaneceram em pé onde estavam e só então notaram que Hanna, que estava em pé na sala de estar, encarava os dois.

- O que é? - cogitou Tadashi.

- O que? Nada. - ela desviou o olhar rapidamente, um pequeno sorriso de canto surgiu em seu rosto.

- Aqui. - Hiraki saiu da cozinha e voltou com um pote com alguns biscoitos, entregou a Tsukishima que agradeceu e colocou em sua mochila.

- Ah, tenho que te devolver uma coisa. - Segurou o pulso do de óculos, subindo as escadas até seu quarto.

De início Kei ficou confuso. Eles entraram no quarto de Yamaguchi que foi até seu armário e pegou uma peça de roupas dobradas que estavam num canto e entrou ao loiro. Eram as roupas de quando o menor tinha ficado com febre, Tsukki tinha o levado pra um banho de água gelada e suas roupas acabaram ficando encharcadas.

- Elas foram lavadas e estão secas.

- Obrigado. - o de óculos tirou a mochila das costas, apoiando na cama do esverdeado e colocando as peças lá dentro. Se virou pra ele de novo.

Estavam bem próximos, apenas a alguns passos de distância. Seus olhares se encontraram e eles se. encararam. E de repente, Tsukishima se via perdido naqueles olhos marrons chocolate, mesmo que desejasse parar de olhar, não conseguiria. Os olhos de Yamaguchi eram como um abraço apertado porém reconfortante. Encarar aqueles olhos esbugalhados ridículos que ele tanto amava lhe permitiu ter a visão das pupilas do garoto a sua frente dilatando a medida que seus rosto se aproximavam.

Com um piscar de olhos, as mãos de Tadashi tomaram seu lugar em sua nuca, era impressionante a forma como elas se encaixavam perfeitamente ali. A pele dele era quente e macia, as sardas - que eram seu charme; notas: Tsukki. - se destacavam, não tanto quanto eram crianças, mas ainda eram maravilhosas. Distribuídas por seu rosto, predominante nas áreas das bochechas e nariz, escorriam por seu pescoço e nuca.

Sem pensar duas vezes, uma mãos de Kei correu até a cintura do mais baixo, enquanto a outra para a bochecha esquerda o mesmo, acariciando de leve com o polegar. Pode ver ele corar, sua pele não voltaria ao tom original tão cedo; as sardas destacaram. O loiro poderia ficar admirando Yama pra sempre enquanto estivessem ali.

- Tsukki... - a voz os esverdeado soou num sussurro tão baixo que mesmo que o de óculos estivesse próximo, quase não pôde ouvir. - ...eu quero te beijar.

- Faça como quiser. - disse baixo. Tadashi sentiu seu corpo estremecer de leve, mas não exitou em puxar o mais alto pra um beijo.

Um beijo calmo, não tinham pressa alguma pra saírem dali. Era como se o mundo tivesse ficado em silêncio e apenas os dois existissem. Conforme os dois se acostumaram, as mãos de Tsukishima se tornavam menos tensas sobre a cintura, chegando a levantar parte da camisa do uniforme escolar que Yamaguchi usava para ter contato direto com sua pele quente, ao contrário da dele, as suas eram frias e talvez tenham dado um pequeno sustinho no menor; suas mãos posicionadas na nuca do loiro o puxaram um pouco mais pra perto, aprofundando o beijo cada vez mais. Por alguns segundos, Tadashi cogitou estar num sonho, mas descartou essa opção assim que os dedos de Kei tiveram a ousadia de subir até suas costelas; o toque era bom demais para não ser real. Um som baixo escapou do fundo de sua garganta quando o de óculos mordiscou seus lábios, o fazendo corar.

Suas bocas agora molhadas e com os lábios avermelhados se separaram, buscando por oxigênio. Ofegantes, seus peitos subiam e desciam juntos, sincronizados. Permaneceram calados enquanto tentavam recuperar ar perdido. As batidas de ambos os corações eram rápidas que podiam ser um pouco ouvidas. Yamaguchi afundou o rosto na curvatura do pescoço do mais alto, desejando profundamente poder sentir o perfume de lavanda que ele exalava, relaxou e suspirou quando o sentiu. Tsukishima levou uma das mãos aos cabelos do esverdeado, fazendo pequenos carinhos suaves. Se lembrou do frasco da colônia em seu quarto que estava quase no fim, com certeza compraria outro.

- eu tenho que ir pra casa.. - Yamaguchi murmurou um "uhum" em reposta, mas Tsukki ainda demorou se separar.

Depositou uns dois selinhos úmidos no pescoço do menor antes de se afastar e colocar sua mochila nas costas de novo.

- Tsukki. - chamou. - você está pálido.

E só aí Tsukishima se lembrou daquele "pequeno" detalhe. Ele não tinha comido de forma correta absolutamente nada ja tinha quase dezoito ou vinte horas, estava sobrevivendo apenas na base de água.

- Ah, tem algumas horas que eu não como nada. - era uma meia verdade, ele não diria que não comida nada a vinte horas, não queria preocupar o esverdeado.

- Eu vou te ligar mais tarde e se você não tiver comido nada, vou dar permissão para que Akiteru o force.

- Como se ele já não fizesse isso.

- Eu sei que ele já faz isso, mas você retruca, idiota. Você não pode ficar tanto tempo sem comer nada.

- Tá bem, não se preocupe com isso. - se aproximou dele mais uma vez. - Eu já vou, tudo bem? - depositou um selinho em seus lábios e antes que pudesse se afastar, teve o rosto puxado por Yamaguchi, que selou seus lábios uma última vez.

- Eu te amo. Me atende quando eu te ligar.

- Alguma vez eu deixei de te atender?

- Não. Tô só confirmando. - O loiro sorriu de canto.

- Eu também te amo. - deu mais um selinho em seus lábios, se afastou e saiu do quarto, fechando a porta.

E essa foi a hora de Tadashi se jogar em sua cama, encolher o corpo e ter pequenos surtos internos.

[...]

- Tadashi! - sua mãe gritou do andar baixo.

- Tô indo! - ele terminou de escovar seus dentes, secou a boca e desceu as escadas correndo. - o que foi?

- Esse casaco é seu? - mostrou um casaco do Karasuno que tinha em mãos. Era grande demais pra ser seu, então logo entendeu o que tinha acontecido.

- ah..o Tsukki deve ter esquecido, vou devolver pra ele depois. - pegou o casaco e correu de volta pro quarto.

Tsukishima estava usando aquele casaco desde que saiu do quarto de Yamaguchi, ele tinha tirado enquanto estava indo embora e deixado especificamente em cima do sofá da sala de estar. E Kei não era idiota ao ponto de largar um casaco na casa de Tadashi assim.

Pegou seu celular, entrou no contato de Tsukishima e ligou pra ele, assim que o mesmo atendeu, começou a falar com um pequeno sorriso:

- Tsukki, você é muito bobo.

 Mʏ Fɪʀsᴛ Lᴏᴠᴇ - TsᴜᴋɪYᴀᴍᴀ Onde histórias criam vida. Descubra agora