Sangue de Cobra, Alma de Guerreira

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—O cara do pátio disse que precisamos de 4 mil pesos . Deve dar um milhão de dólares. —disse papai.

— São 200 dólares,mas só temos metade do valor— comento no meio deles.

—Sem carro , não acharemos o Miguel.— comenta Papai e nossa atenção é chamada a atenção para um grupo de pessoas em volta de uma mesa.

—É uma pimenta Savina-vermelha. Ela desce queimando— comenta Robby enquanto observamos duas pessoas competindo e papai olhou para Robby.— Mamãe e eu vimos no YouTube.— informa.

—É a nossa chance de conseguir grana. Se eu engasgar ,cubra minha boca para eu não cuspir.— comenta Papai.

— Espere . Deixe com Robby . — afirmo parando papai.— É nossa melhor chance . Ele pode vencer.— afirmo e vou junto de Robby .
Robby sentou se a mesa e eu fiquei ao seu lado colocando o dinheiro na mesa.

O primeiro frasco já tinha acabado.

— Este é meu garoto!— afirma pai.

— O gringo está usando como um porco.— comenta o homem careca que competia contra meu irmão.— Estará morto antes da segunda rodada.— afirma.

— Mais uma . Me dê a pimenta mais picante!— Meu irmão pede.

— El Dragón! — gritou o homem .

Após alguns minutos apareceram com o frasco e entregou as pimentas.

—Vamos apostar tudo .— comento colocando o dinheiro sobre a mesa.

—você consegue . Nunca duvidei de você.— afirma papai .

Robby fez cara de concentrado e juntou as mãos com a pimenta no meio se concentrado com isso discretamente deixou a pimenta cair como num truque de magia que eu e ele costumávamos fazer e eu tapei com o pé enquanto ele fingia colocar na boca e logo encenava fazendo uma careta do quão horrível e picante era comer aquilo , após um tempo assim fingiu engolir e abriu a boca mostrando a língua ,como se não tivesse já nada.

O Homem que competia vendo isso pegou a outra pimenta e com rapidez a colocou na boca começando a mastigar .
Mas em poucos minutos começou a sentir calor e muito picante começando a soar e não aguentou tendo que beber leite.

—Isso !!— festejamos.

 Mas então, tudo foi interrompido quando o careca derrotado, sem conseguir controlar o efeito da pimenta, cuspiu, acertando diretamente papai e Robby. Eles congelaram por um segundo, antes de papai levantar as mãos, limpando o rosto e encarando o homem com uma expressão entre irritada e confusa.

—Eu sabia que essas pimentas eram potentes, mas não sabia que vinham com cuspes de brinde!— Robby comentou, ainda tentando limpar o rosto, mas rindo da situação.

—Bem, pelo menos agora temos dinheiro suficiente,—eu disse, tentando aliviar o clima enquanto pegava o bolo de notas na mesa.

—Certo, certo. O importante é que conseguimos o dinheiro. Vamos pagar o cara do pátio e pegar o carro de volta.

Fizemos nosso caminho de volta ao pátio, sentindo o calor do sol em nossos rostos, o gosto da vitória e, claro, o alívio de finalmente estarmos prontos para retomar nossa busca por Miguel. O cara do pátio, um homem robusto com tatuagens visíveis nos braços, estava à nossa espera, encostado em uma caminhonete velha. Ele viu o dinheiro nas minhas mãos e fez um sinal com a cabeça.

—Conseguiram rápido, hein? Estou impressionado. Tá tudo aqui?—ele perguntou com desdém, claramente não achando que daríamos conta.

—Está sim,— respondi, estendendo o dinheiro. Ele contou as notas rapidamente, como se já soubesse o total, e então jogou as chaves na direção de papai.

—O carro está ali. Boa sorte com sua busca.

Tínhamos ido até ao local que Carmen tinha ouvido durante sua Ligação com Miguel . Era onde supostamente ele estaria .

—Vou me mesmo meter?— pergunto para mim mesma ao lado de Robby olhando papai começar uma luta como sempre .

—É Karaté contra MMA ! O chute dele é rápido como um raio!!— afirma o comentador.

Eles continuaram lutando,os dois estavam caídos no chão papai estava perdendo e logo me lembrei da Pimenta .

— Papai!— chamo e ele me olha e então atiro a pimenta ,ele a pega e a esmaga nos olhos do lutador.

—onde está Hector?— pergunto me abaixando a altura do lutador estendido no chão e logo nos passou a localização.— vamos .— informo me levantando e logo saímos até ao carro.

Entramos rapidamente no carro, o motor rugindo com força enquanto papai acelerava pelas ruas, desviando habilmente do trânsito. Eu e Robby nos entreolhamos,tínhamos conseguido a informação que precisávamos, mas o tempo estava contra nós. Miguel poderia estar em perigo, e a cada segundo que passava, a situação parecia ficar mais tensa.

—Você tem certeza de que ele disse a verdade?—Robby perguntou, olhando para mim com uma expressão séria.

Eu dei de ombros, ainda sentindo o impacto de tudo o que acabara de acontecer. 

—Não sei, mas é a única pista que temos. Não podemos arriscar.

Papai, com uma mão no volante e os olhos fixos na estrada, olhou pelo retrovisor. 

—O cara não tinha motivos pra mentir. Ele sabia que, se mentisse, teria que lidar comigo depois. E acho que depois da pimenta, ele vai pensar duas vezes antes de fazer isso.

Robby riu um pouco, mas o clima no carro ainda estava carregado. A cada quilômetro que passávamos, eu podia sentir a tensão aumentando. Estávamos cada vez mais perto, mas o que encontraríamos quando chegássemos? Miguel estaria bem? Ou chegaríamos tarde demais?

Quando estacionamos vimos Miguel do lado de fora ao celular chorando , papai saiu do carro e correu até Miguel o abraçando e eu abracei Robby pelos ombros enquanto víamos a cena a nossa frente. Nós poderiamos ter uma boa relação com nosso pai agora , mas , nunca seria igual a relação de papai e Miguel, como Robby tem com a mamãe e eu tinha com os LaRusso .