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— Vencedora! — O árbitro levanta meu braço, declarando minha vitória. Eu sorri, mas o sorriso logo desapareceu ao ver Devon vencer sua luta usando um golpe que meu pai havia ensinado. Ele estava radiante de orgulho, o que só aumentou minha frustração.

— Não vale a pena se aborrecer com isso. — Uma voz ao meu lado me deu um susto.

— Puta merda, Oli! — falei assustada, levando a mão ao coração por cima do kimono enquanto Oliver ria. — Quer me matar? — perguntei, ainda indignada.

— E perder a única pessoa que pode vencer Tory e acabar com essa maluquice de dojôs? Não mesmo! — Ele afirmou com convicção, e eu ri.

— Como estão você e Tory? — perguntei, curiosa, enquanto assistia a loira ganhar sua luta.

— Estamos bem... indo devagar. — comentou Oliver ao meu lado. — E você e Eli? — perguntou, e eu fiz uma careta.

— Nem eu sei dizer! — murmurei baixinho, encostando minha cabeça em seu ombro. — Não conversamos ainda. — Acrescentei, sentindo sua mão afagar meus cabelos.

— Tudo bem, concentre-se no torneio. Deixa tudo para depois ou então usa esses sentimentos para lutar. Na verdade, não sei como você costuma fazer... — Ele fez uma careta, me arrancando uma risada.

— É a sua vez! — comentei, apontando para um tatame próximo, onde estavam chamando por ele. Oliver concordou e se afastou, me deixando com meus pensamentos.

Suspirei e me aproximei de Daniel, vendo Sam chegar ao mesmo tempo.

— Ótimas notícias! — comentou Sam, animada.

— Quais? — perguntei ao mesmo tempo que Daniel.

— Demitri venceu! Falcão, ele e eu passamos para a próxima fase. Falta apenas a sua última luta, Scarly, mas sabemos que você vai passar. — disse Sam, dividindo o olhar entre mim e Daniel.

— Ótimo! — afirmou Daniel, visivelmente feliz.

— Como estamos no geral? — perguntei, querendo saber a posição do nosso dojo.

— Em segundo lugar. Passaram mais alunos do Cobra Kai do que os nossos. — respondeu Daniel, e eu assenti, tentando manter o foco.

Logo ouvi meu nome ser chamado.

— Minha vez! — Comentei, sorrindo, deixando um beijo na bochecha de Sam e acenando para Daniel antes de me afastar e me dirigir ao tatame. Eu estava pronta para lutar.

Assim que meu nome foi chamado, subi ao tatame com a confiança que só anos de treino árduo podem trazer. A garota do Topanga estava ali, diante de mim, com uma postura rígida, mas seus olhos a traíam—havia uma pequena hesitação que não pude deixar de notar. Respirei fundo, ajustando o foco. Essa luta era minha.

O árbitro deu o sinal, e num instante, tudo ao meu redor desapareceu. Avancei com rapidez, testando as defesas da adversária, meus movimentos fluindo com naturalidade. Quando ela tentou um chute lateral, eu já estava preparada. Bloqueei o golpe sem esforço, girando meu corpo em um movimento fluido. Meu pé encontrou a lateral dela com precisão, garantindo o primeiro ponto. Uma pequena vitória, mas o suficiente para me manter no controle.

Minha oponente recuou, surpresa com a velocidade e a precisão dos meus ataques. Ela tentou se recuperar, avançando com uma série de socos, mas eu mantive a calma, desviando de cada golpe com a mesma agilidade de sempre. Estava claro para mim que ela estava tentando me pressionar, mas em vez de recuar, esperei pelo momento certo. Quando a abertura apareceu, não hesitei. Lancei-me à frente, aplicando um golpe rápido e certeiro no torso dela. O segundo ponto veio com a mesma facilidade.

Sangue de Cobra, Alma de GuerreiraOnde histórias criam vida. Descubra agora