Sentados em uma das cabines da lanchonete, nós seis compartilhávamos risadas e histórias, finalmente tendo um momento de paz após a loucura que tinha sido os últimos dias. Eu ainda estava processando tudo, mas era bom estar de volta com meus amigos, mesmo que o assunto inevitavelmente voltasse para a aventura recente no México.
A lanchonete era o ponto de encontro perfeito para nós. Era acolhedora, com luzes suaves e música ambiente no fundo. O cheiro de hambúrgueres, batatas fritas e milkshakes misturava-se com a conversa animada ao nosso redor, criando uma atmosfera relaxante.
—Aí, ainda bem que estou de volta.— Levei uma batata frita à boca, soltando um suspiro de alívio. O sabor salgado e quente era exatamente o que eu precisava depois de tudo.
Demitri, sentado ao meu lado com um milkshake gigante na frente, ergueu uma sobrancelha, curioso. —O que foste mesmo fazer? Desde que você voltou, não parou de soltar uns comentários vagos, mas até agora eu não entendi direito a história.
Olhei para ele, fazendo uma pequena careta de cansaço e divertimento ao mesmo tempo. —Meu pai decidiu levar dois menores de idade para o México atrás de outro menor de idade. Nada contra, tipo, Miguel é um dos meus melhores amigos, mas... eu não ia de propósito até o México por ele. Foi meio que um sequestro familiar improvisado.
— Que tipo de pai faz isso? — perguntou Ava, incrédula, enquanto dava uma mordida no hambúrguer dela.
Eli balançou a cabeça, rindo com o canto da boca,sabendo a resposta .
— O meu. — disse eu , de um jeito que fez todo mundo rir.
Jasmine, que estava do outro lado da mesa, deu uma risada curta. —Sério? O México? Não podia ser algo mais perto tipo... sei lá, Vegas?
—Vegas teria sido muito mais fácil— concordei, pegando mais algumas batatas fritas. —Mas não, fomos parar no meio de um enredo estilo filme de ação barato. Meu pai metido em lutas de rua, pimentas, e um cara chamado Hector que é a pessoa mais estranha de todas.
Moon, que estava com Ava ao lado, me olhou, chocada, enquanto tentava não cuspir o refrigerante que estava bebendo. —Pimentas ? Tipo... aquelas que queimam a alma?
—Exatamente essas— confirmei, rindo ao lembrar da cena. —A gente até competiu com uns malucos pra tentar ganhar dinheiro comendo as pimentas mais fortes do México. Foi a maneira mais estranha que eu já vi de tentar financiar a devolução de um carro.
Ava, que estava tranquila até então, balançou a cabeça com um sorriso, claramente intrigada.
—Cara, eu só fico pensando... como vocês voltaram pra casa depois de tudo isso?
—Ah, depois de resolver a confusão, foi só pegar o primeiro ônibus e dirigir de volta, tipo nada aconteceu— comentei, irônica. —A parte mais louca foi o fato de que, no final, conseguimos encontrar o Miguel e tudo se resolveu, meio que na base do improviso total.
Demitri riu enquanto bebia seu milkshake.
—Seu pai realmente sabe como transformar uma semana normal de férias em um episódio de Breaking Bad.
—Exatamente—suspirei, rindo com ele. —Mas chega de drama. Agora que estou de volta, quero saber como vocês estão. O que perdi enquanto estive fora?
Jasmine deu de ombros.
—Nada muito louco. Só a rotina normal dos garotos de treinos no dojo, alguns dia de praia, e... ah, sim, Eli ganhou uma rodada de apostas estranhas no fliperama. Ele tá se achando o mestre das máquinas agora.
Eli, que estava quieto até então, estufou o peito, obviamente orgulhoso.
—Ei, se você fosse tão bom quanto eu nas máquinas de garras, também ficaria se achando. Eu peguei três bichinhos de pelúcia seguidos!
—Parabéns, campeão—zombei meu namorado, rolando os olhos com um sorriso. —Pena que não pode usar essa habilidade no karatê.
Moon e Ava riram juntas, e Moon deu um leve tapinha nas costas de Eli.
— É, Eli. Quem sabe você não abre uma escola de fliperama ao invés de seguir karatê?
—Eu me recuso a ouvir esse tipo de comentário depreciativo— brincou Eli, fingindo estar ofendido. —Vocês vão ver, um dia essa habilidade vai salvar minha vida.
Demitri riu de novo, balançando a cabeça. —Claro, cara. Na próxima vez que alguém te atacar, é só jogar um bichinho de pelúcia na cara dele em vez de acertar um chute .
O clima na mesa estava leve e descontraído, exatamente o que eu precisava depois do caos do México.
Enquanto todos riam e continuavam a zombar de Eli, eu percebi que aquele era o momento perfeito para levantar uma ideia. Com toda a tensão que havia acontecido nos últimos dias, um pouco de competição amigável seria exatamente o que a gente precisava.
— Ok, já que estamos aqui e o clima tá tão leve... — comecei, olhando para todos com um sorriso travesso no rosto. — Que tal um desafio? Algo que coloque todo mundo em movimento, mas sem o drama do México. E que tal... garotas contra garotos?Claro que os garotos precisão de arranjar mais dois .
Ava arqueou as sobrancelhas, claramente curiosa. — O que você tem em mente?
— Laser tag. — Respondi sem hesitar. — Amanhã, nós nos dividimos e vemos quem manda melhor em uma batalha no escuro.
Os olhos de Moon brilharam instantaneamente, como se ela já estivesse planejando as estratégias. — Ai, meu Deus! Eu amo laser tag!
Yasmine também deu um sorriso de aprovação, cruzando os braços. — Garotas contra garotos? Parece uma chance fácil de vencer.
Eli soltou uma risada incrédula, balançando a cabeça. — Você acha mesmo que vocês têm alguma chance contra a gente? Sério?
— Com certeza. — retrucou Jasmine, levantando uma sobrancelha, confiante. — As garotas sempre vencem, especialmente em jogos que exigem estratégia.
Demitri, que até então estava apenas observando a conversa, deu uma risadinha antes de entrar no desafio. — Ah, claro. Porque a gente não tem nenhuma noção de estratégia, né? Esquece que passamos meses treinando karatê e aprendendo a lutar. Laser tag vai ser fácil!
— Olha, Demitri, só porque você sabe dar uns chutes no dojo, não quer dizer que você vá me acertar com um laser. — disse Ava, dando de ombros, brincalhona.
— Isso se chama subestimar o inimigo. — interveio Eli, com um sorriso desafiador. — E essa é a primeira regra para perder, garotas.
— Perfeito. — sorri. — Então está decidido. Amanhã de manhã, nós seis mais dos garotso a vossa escolha garotos, no centro de laser tag. Quem perder paga os milkshakes depois.
— Feito. — afirmou Eli, já claramente pronto para provar que podia ser bom em qualquer coisa competitiva.
Moon riu, batendo palmas, animada. — Ai, mal posso esperar! Isso vai ser tão divertido! E já aviso que sou ótima em me esconder nos cantos escuros. Vocês estão ferrados.
Yasmine, que sempre foi mais competitiva do que todos nós, já estava claramente pensando em um plano. — Beleza, garotas. Amanhã, a gente acaba com eles. Garotos não são páreo para a nossa organização.
Eli, sempre confiante, jogou o corpo para trás na cadeira, abrindo os braços. — Podem falar o que quiserem, mas amanhã vocês vão entender o verdadeiro significado de derrota.
— Vamos ver quem vai sair derrotado. — comentei, sorrindo com o desafio no ar. — Só espero que você saiba que, se perder, nunca mais vai viver em paz, Eli.
Moon acenou com a cabeça de forma dramática. — Isso é uma promessa!
A risada de todos se misturou com o som de uma nova música que começou a tocar na lanchonete.
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Sangue de Cobra, Alma de Guerreira
FanfictionScarlett Keene Lawrence é uma bailarina talentosa que volta para Valley,Los Angeles,depois de ter sua vida arruinada em Nova York. Ela reencontra,sua melhor amiga e os LaRusso que sempre a acolherá como filha ,lhe ensinaram karatê estilo Miyagi-do...