Scarlett Keene Lawrence é uma bailarina talentosa que volta para Valley,Los Angeles,depois de ter sua vida arruinada em Nova York. Ela reencontra,sua melhor amiga e os LaRusso que sempre a acolherá como filha ,lhe ensinaram karatê estilo Miyagi-do...
O nervosismo que senti crescia a cada segundo enquanto assistia a luta entre Eli e Miguel. Meu coração estava acelerado, e algo dentro de mim dizia que aquilo não iria terminar bem. Eu conseguia ver o cansaço nos olhos de Miguel, o peso de estar lutando não por si mesmo, mas por uma obrigação, por medo de desapontar os outros. Esse olhar me cortava por dentro, porque eu já conhecia muito bem esse sentimento.
Então, no momento em que Miguel saltou e começou a girar no ar, meu coração quase parou. Ele estava tentando o chute 360°, uma manobra arriscada que exigia força e precisão. Eu sabia o que poderia acontecer se algo desse errado. A tensão era insuportável, e minhas unhas se cravaram no braço de Demitri ao meu lado, como se eu pudesse evitar o inevitável.
E então, tudo aconteceu tão rápido. O som das costas de Miguel estalando, o grito de dor que escapou dos lábios dele enquanto ele caía no tatame. A cena trouxe à tona memórias que eu preferia esquecer: o torneio do ano passado, a luta na escola, minha própria queda, a de Miguel. Tudo parecia se misturar em um redemoinho de dor e medo.
Sem pensar, corri em direção a ele. Meu corpo se movia sozinho, guiado pelo pânico e pela preocupação. Subi no tatame e me ajoelhei ao lado de Miguel, com Eli ao meu lado. O rosto de Miguel estava contorcido de dor, e ver isso me fez sentir uma pontada no peito.
— Miguel! — chamei por ele, minha voz tremendo. Quando seus olhos se abriram e encontraram os meus, vi o reflexo da dor que ele estava sentindo. Era como se estivéssemos conectados naquele momento, compartilhando a mesma agonia, a mesma angústia.
Mas o que realmente me partiu foi o grito de Miguel, chamando pelo meu pai, pelo Sensei. O som ecoou pelo ginásio, carregado de desespero e vulnerabilidade. Ver Miguel assim, quebrado e sofrendo, era mais do que eu podia suportar. Ele não merecia aquilo. Ninguém merecia. E naquele instante, todo o meu foco se voltou para ele, esquecendo o torneio, esquecendo as lutas, esquecendo tudo, exceto a necessidade de ajudá-lo a sair daquela dor.
Quando o médico apareceu, tudo começou a parecer um borrão. Minha atenção estava completamente focada em Miguel, no desespero de vê-lo machucado e gritando de dor. Mas, de repente, senti um par de braços me rodeando, me puxando para trás. Era uma sensação estranha, como se a realidade estivesse tentando me afastar daquele momento, me obrigando a sair da bolha de preocupação em que eu tinha entrado.
— Não! — protestei instintivamente, tentando me soltar, mas os braços ao meu redor apertaram mais, me afastando de Miguel.
Meu coração batia tão rápido que parecia que ia explodir, e minha mente estava em um turbilhão de emoções. Eu não queria sair dali, não queria deixá-lo sozinho, mas algo dentro de mim sabia que eu não podia fazer nada naquele momento. Mesmo assim, era difícil aceitar, difícil simplesmente me afastar enquanto Miguel estava sofrendo.
— Scarlett, calma — disse uma voz familiar, tentando me acalmar. Era Eli, tentando me proteger de mim mesma, de todo o caos que se desenrolava ao nosso redor.
Eu tentei respirar fundo, mas o pânico ainda apertava meu peito. Vendo os paramédicos se aproximarem de Miguel, senti uma mistura de alívio e impotência. Estava tudo fora do meu controle agora, e isso me assustava mais do que qualquer coisa.
Os braços de Eli continuavam me segurando, como se ele soubesse que eu tentaria correr de volta para Miguel a qualquer momento. Eu sabia que ele estava certo, mas isso não tornava a situação mais fácil. Eu queria fazer algo, qualquer coisa, para ajudar, mas a única coisa que podia fazer era assistir, tentando manter a calma enquanto o medo e a preocupação me consumiam por dentro.
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A tensão no ar era palpável. Cada segundo parecia se arrastar enquanto aguardávamos para ver se Miguel conseguiria continuar. Meia hora. Apenas trinta minutos para decidir se ele teria forças para lutar novamente. Aquele tempo parecia uma eternidade, e a única coisa que me mantinha relativamente calma era a notícia de que Miguel estava bem, embora provavelmente tivesse distendido algum músculo.
Durante essa meia hora, o torneio continuou. As duas últimas lutas das semifinais aconteceram, e a disputa entre Robby e Demitri acabou com a vitória de Robby. Enquanto isso, a luta entre Tory e Sam se desenrolava diante de nós, e ficou cada vez mais claro para mim que algo estava errado. O árbitro parecia parcial, ignorando pontos legítimos que Sam havia marcado e inventando desculpas para não concedê-los, como alegar que Sam estava fora da área ou que o golpe não contava.
Foi frustrante e revoltante assistir a isso, mas Sam continuou lutando, determinada. O primeiro ponto foi dela, com um pontapé rápido na cabeça de Tory. Logo em seguida, Tory empatou com um soco certeiro na barriga de Sam. A tensão aumentava a cada segundo, com ambas as lutadoras dando tudo de si. Tory marcou mais um ponto com um chute no estômago, mas Sam não deixou barato, devolvendo com um soco forte no peito de Tory. Estava dois a dois. O próximo ponto decidiria quem enfrentaria comigo na final.
Quando a luta recomeçou, dava para ver que ambas estavam no limite, cansadas, mas ainda assim determinadas. Sam estava prestes a vencer quando, de repente, Tory acertou uma cotovelada acidental perto do olho de Sam, fazendo-a recuar. O golpe pareceu ser sem intenção, mas ainda assim a dor e a surpresa estavam claras no rosto de Sam.
Elas voltaram a lutar e, num movimento rápido, Tory conseguiu o último ponto. Com um chute potente na barriga de Sam, ela a fez recuar, garantindo sua vitória.
— Você está bem?— consegui Tory perguntando para Sam .
— O quê?— comenta confusa mas não obteve resposta pois Tory foi puxada pelo resto do cobra kai festejando por estarem na final .
Sam , visivelmente confusa e ainda atordoada pela luta ,voltou para perto de nós.
Agora restavam apenas cinco minutos para o Miguel poder voltar. Mas eu sabia , sabia que Miguel não voltaria .