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A praia estava quase deserta naquela tarde, exceto por alguns surfistas ao longe e o som calmo das ondas quebrando suavemente na areia. Eli e eu tínhamos decidido passar um dia só nosso, longe de tudo e de todos. Depois das últimos meses malucos com lutas, drama e confusão, um tempo de paz e calma era exatamente o que precisávamos.

Eu estava deitada em uma toalha ao lado dele, o som do mar servindo como trilha sonora perfeita para o momento. O sol estava começando a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e rosa, e a luz dourada refletia no oceano, tornando tudo ainda mais mágico.

— Sabe — Eli começou, com a voz calma, virando o rosto para me olhar —, eu estava pensando... com tudo que aconteceu nos últimos tempos, eu nunca tive a chance de te agradecer.

Virei a cabeça na direção dele, confusa. — Agradecer pelo quê?

Ele sorriu de leve, seus olhos brilhando com a luz do pôr do sol. — Por ser a pessoa mais incrível que já conheci. Você esteve comigo em todos os momentos, nos altos e baixos, e mesmo quando eu estava confuso sobre tudo, você sempre esteve lá.

Acho que fiquei um pouco vermelha, tentando esconder um sorriso. — Você sabe que eu não ia te deixar na mão, né? — brinquei, empurrando levemente o ombro dele. — Além disso, você também esteve comigo. Não tem como eu imaginar esses últimos anos sem você ao meu lado.

Ele pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos. O toque era confortável, familiar. Tinha algo na maneira como Eli me olhava naquele momento que parecia mais profundo, como se ele estivesse buscando as palavras certas para dizer algo importante.

— Eu fico pensando... em tudo que aconteceu entre a gente. Todas as brigas, as risadas, as aventuras malucas. E eu sei que não fui perfeito, mas quero que você saiba que nunca estive tão certo de nada na minha vida quanto estou de você — ele disse, sua voz mais baixa, mais sincera.

Meu coração acelerou. Mesmo depois de todo esse tempo, Eli ainda conseguia me surpreender com a profundidade dos sentimentos dele. Eu me inclinei um pouco mais perto, sentindo o calor do corpo dele ao meu lado.

— Você não precisa ser perfeito, Eli. Eu também não sou. A gente só precisa ser nós mesmos, juntos. Isso é o que faz a gente funcionar — sussurrei de volta, apertando levemente a mão dele.

Ele sorriu, aquele sorriso que sempre me fazia sentir que tudo ficaria bem, não importava o que viesse. Depois, se inclinou para me beijar, um beijo suave, mas cheio de carinho. Um momento que parecia suspenso no tempo, apenas nós dois e o som do mar como testemunha.

Quando nos afastamos, ele suspirou e deitou de volta na toalha, olhando para o céu agora tingido de roxo.

— Às vezes eu penso no futuro — disse ele, meio distraído, mas com um sorriso no rosto. — Tipo, nós dois. Onde a gente vai estar daqui a alguns anos. Se vamos continuar juntos, o que vamos conquistar... eu gosto de pensar que vai ser algo incrível, sabe?

Eu ri baixinho, gostando da forma como ele estava pensando além do presente.

— Bem, a julgar por tudo o que já passamos, acho que a gente tem uma boa chance de conquistar qualquer coisa juntos. E quem sabe? Talvez a gente acabe vivendo alguma outra aventura maluca antes disso — provoquei, piscando para ele.

Eli virou-se para mim de novo, os olhos brilhando com uma mistura de alegria e afeto.

— Contanto que seja com você, eu topo qualquer coisa.

Nós ficamos ali, lado a lado, aproveitando o silêncio confortável. Não precisávamos de grandes gestos ou palavras naquele momento. Estar juntos, em paz, era tudo o que importava. E, no fundo, eu sabia que não importava o que o futuro reservasse para nós, desde que estivéssemos juntos, estaríamos prontos para encarar qualquer coisa.

Sangue de Cobra, Alma de GuerreiraOnde histórias criam vida. Descubra agora