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Ponto de vista da Mariona.
Era um dia nublado em Londres, e eu, Mariona Caldentey, estava no campo do Arsenal, mas minha mente estava longe do treino. O som da bola sendo chutada e as instruções do treinador pareciam distantes. Nos últimos meses, tudo o que eu conseguia pensar era em S/N, minha namorada e a cantora que iluminava meus dias. O nosso relacionamento, que antes era uma chama intensa, havia esfriado como um dia cinzento.
Lembro-me de quando nos apaixonamos. Cada encontro era como um show; nossas risadas ecoavam como aplausos e cada toque era uma nota harmoniosa. Mas a rotina pesava. Eu, com os treinos e jogos, e ela, cheia de compromissos e turnês. O espaço entre nós, que uma vez foi preenchido com amor e alegria, agora estava repleto de silêncios e olhares perdidos.
Decidi que era hora de agir. No final do treino, planejei um jantar especial. Um lugar que sempre foi nosso, onde as mesas eram decoradas com flores frescas e a música ao fundo parecia feita sob medida para nós. Eu queria reacender a chama, mostrar a S/N que ainda éramos capazes de ter momentos mágicos juntos.
Conforme o dia se aproximava, minha ansiedade aumentava. O que se eu não conseguisse? O que se, mesmo com minhas tentativas, o que tínhamos se mostrasse irremediável? Mas não poderia desistir. O amor que sentia por ela ainda era forte, e eu precisava lutar por nós.
Quando S/N chegou, seu sorriso brilhante me fez sentir um frio na barriga, mesmo com todo o peso que pairava sobre nós. O jantar começou bem, com algumas piadas e sorrisos tímidos, mas logo a conversa se tornou superficial. Eu tentava puxar tópicos que nos animassem, mas as palavras pareciam secas. O brilho que uma vez iluminou nossos olhos estava se apagando lentamente.
Após o jantar, sugeri uma caminhada pelo parque. As memórias de nossos passeios anteriores me invadiam, e eu esperava que a atmosfera ao ar livre pudesse nos ajudar. Mas, mesmo com o frescor da brisa, a tensão entre nós era palpável. As conversas que antes fluíam agora eram pontuadas por silêncios. Eu sentia meu coração apertar a cada passo.
Finalmente, nos sentamos em um banco sob uma árvore. Olhei nos olhos de S/N, buscando a conexão que sentia faltar. “Precisamos conversar sobre isso”, eu disse, a voz falhando. Ela assentiu, com uma expressão séria. “Eu sei. Sinto que estamos nos afastando, e não sei como mudar isso.”
Aquelas palavras cortaram como uma faca. Eu queria gritar que ainda a amava, que ainda havia esperança, mas a verdade nua e crua era que, apesar de nossos esforços, o amor parecia não ser suficiente. Tentei pensar em algo para dizer, algo que pudesse mudar a direção da conversa, mas as palavras não vinham. A dor da realidade pesava mais do que eu poderia suportar.
“Eu preparei tudo isso porque queria que você soubesse que ainda me importo”, disse eu, com lágrimas nos olhos. “Mas sinto que estamos lutando contra algo maior.” S/N me olhou, seu olhar refletindo a mesma tristeza que eu sentia. “Eu também. Tentei me conectar, mas parece que estamos sempre um passo atrás.”
Naquele momento, a verdade se estabeleceu entre nós: o amor que uma vez nos uniu estava se perdendo. As tentativas de reacender a chama se tornaram apenas recordações do que foi. Com um abraço apertado, nos despedimos daquilo que tínhamos, aceitando que, às vezes, mesmo os maiores amores podem esfriar.
Enquanto caminhava de volta para casa, as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu sentia uma mistura de tristeza e gratidão. A relação que construímos sempre seria uma parte de mim, e mesmo que não tivesse dado certo, os momentos que passamos juntas sempre teriam um lugar especial no meu coração.
O amor é complexo, e às vezes, mesmo com todos os esforços, ele simplesmente não é suficiente para superar as barreiras que a vida impõe. Eu sabia que, mesmo assim, sempre torceria pela felicidade de S/N, onde quer que ela estivesse.
