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Vi Amaral estava em um dilema profundo. A proposta para jogar fora do país era irresistível, e a pressão para se destacar no futebol era intensa. Ela sabia que essa era uma chance única na vida, e a carreira dela poderia decolar. Contudo, a decisão estava pesando em seu coração.
Após a conversa com S/N, Vi passou dias refletindo sobre o que realmente queria. A ideia de deixar S/N para trás a atormentava, mas a paixão pelo futebol e a visão de um futuro brilhante a atraíam como um ímã. Ela treinava com afinco, e a cada drible perfeito, a cada gol marcado, a ideia de se tornar uma ícone do esporte tornava-se mais forte.
S/N, por outro lado, tentou ser compreensiva. Ela sabia o quanto o futebol significava para Vi, mas a distância emocional que se estabelecia entre elas a preocupava. Enquanto Vi se dedicava aos treinos, S/N se sentia cada vez mais isolada. Começou a perceber que, mesmo apoiando a carreira de Vi, o preço que estavam pagando era alto demais.
Finalmente, o dia da decisão chegou. Vi estava em uma sala, cercada por representantes do clube que a queria em sua equipe. A empolgação no ar era palpável, mas a sombra da ausência de S/N pesava em sua mente. Ela olhou para a proposta, a quantia de dinheiro, a possibilidade de reconhecimento e o sonho que sempre perseguira. A imagem de S/N sorrindo se esvaziava na sua memória, e começou a sentir que talvez já não fosse possível voltar atrás.
Quando finalmente aceitou a proposta, um misto de alegria e tristeza tomou conta dela. O futebol estava ganhando, mas o custo dessa escolha era a sua relação com S/N. Ao ligar para S/N e dar a notícia, a voz dela ficou fria e distante.
"Então você realmente decidiu ir," disse S/N, tentando esconder a dor.
"Eu sinto muito. Eu só… eu não podia deixar essa oportunidade passar," Vi respondeu, a culpa pesando em suas palavras.
"Eu entendo, Vi. Eu sempre soube que isso era importante para você. Mas você precisa saber que sua felicidade não pode estar apenas no futebol," S/N disse, com a voz embargada.
As palavras dela ressoaram na mente de Vi, mas a decisão já estava tomada. Após a ligação, Vi se sentiu vazia. O brilho da nova oportunidade não era suficiente para preencher o espaço deixado por S/N. Ela percebeu que, embora o futebol fosse sua paixão, o amor e a conexão que tinham era algo raro, algo que não poderia substituir.
Com o passar do tempo, a vida em um novo país trouxe desafios e conquistas. Vi se destacou em campo, mas frequentemente se pegava pensando em S/N. O que poderia ter sido se tivesse escolhido o amor? Ela assistia aos jogos, sentindo que algo faltava. As vitórias eram doces, mas o sabor da solidão era amargo.
S/N seguiu em frente, encontrando novas oportunidades e amizades. Ela torcia por Vi à distância, mas também começou a se dedicar a seus próprios sonhos. Às vezes, pensava nela, mas a dor da separação se transformou em força.
Ambas, em suas respectivas jornadas, aprenderam que as escolhas que fazemos moldam nossas vidas de maneiras inesperadas. Vi Amaral se tornou uma atleta renomada, mas a lembrança de S/N sempre estaria com ela, lembrando-a de que o amor e o sonho nem sempre podem coexistir, e que cada escolha tem suas consequências.
