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Narrador pov.
Gabi Zanotti sempre foi conhecida por sua força e determinação em campo. Com 39 anos, uma carreira brilhante no Corinthians e um espírito indomável, ela tinha construído uma vida onde o futebol era sua maior paixão. No entanto, por trás da imagem de atleta imbatível, havia uma mulher que se mantinha distante de relacionamentos, temerosa de se abrir para o amor.
Certa noite, durante um evento de confraternização entre atletas, Gabi conheceu S/N, uma jovem jogadora de vôlei de apenas 22 anos. S/N era vibrante, cheia de energia e sonhos, e sua presença cativante rapidamente fez o coração de Gabi acelerar. As duas conversaram, riram e, em meio a um clima leve, acabaram se envolvendo em um momento intenso e inesperado. A conexão foi inegável, e, após uma noite mágica juntas, Gabi sentiu algo que não experimentava há muito tempo.
No entanto, na manhã seguinte, quando os primeiros raios de sol iluminavam a cidade, S/N enviou uma mensagem nervosa para Gabi, buscando um sinal de que a noite compartilhada havia significado algo mais. O coração da jovem estava repleto de esperança, mas Gabi, sentindo o peso de seus próprios medos e inseguranças, hesitou.
Ela olhou para a tela do celular, seu coração batendo acelerado. "É só uma garota", pensou, tentando se convencer. Porém, as emoções que estavam começando a brotar dentro dela a assustavam. Com um gesto brusco, Gabi decidiu não responder, e as palavras que se formavam em sua mente se transformaram em um "não" decidido.
O dia seguiu, e S/N, confusa e desanimada, não conseguiu entender a frieza da jogadora mais velha. Para Gabi, o ato de rejeitar S/N era uma forma de proteger a si mesma, de evitar se perder em sentimentos desconhecidos que poderiam arruinar sua vida cuidadosamente construída.
Na semana seguinte, durante um treino, Gabi notou S/N à distância, rindo e interagindo com suas colegas. A jovem parecia radiante e feliz, e isso apenas intensificou a dor no peito de Gabi. Ela se sentia culpada por ter tratado S/N com indiferença, mas a ideia de se abrir para um relacionamento a atormentava.
Em um momento de impulso, Gabi decidiu se aproximar, mas ao ver S/N sorrindo, ela se lembrou de seu próprio medo e, em vez de suavizar a rejeição, acabou disparando palavras ríspidas. "Você não deve esperar nada de mim. Isso foi apenas um momento, não significa nada", disse, sua voz mais dura do que pretendia.
Os olhos de S/N se encheram de lágrimas, e ela se afastou, o sorriso desaparecendo como uma sombra. Gabi sentiu uma pontada de arrependimento, mas o orgulho e a insegurança a impediram de se desculpar.
Os dias se passaram, e Gabi, apesar de sua fachada forte, não conseguia tirar S/N da cabeça. A imagem da jovem jogadora a perseguiu, e as memórias daquela noite a atormentavam. O que começou como um simples encontro se transformou em um dilema emocional. A cada treino e competição, Gabi se perguntava se havia tomado a decisão certa, se deveria ter se permitido sentir.
