Recém-formada em enfermagem, Lily inicia sua carreira em uma clínica psiquiátrica onde, durante o estágio, vivenciou os desafios do ambiente. Agora, como profissional, ela é designada para a ala mais complexa, onde os pacientes sofrem com transtorno...
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Lily
Nos despedimos e eu deixei a clínica com uma sensação mista de gratidão e tristeza. A caminhada pelo jardim havia sido um alívio bem-vindo, mas eu sabia que o verdadeiro desafio estava apenas começando.
Agora, precisava começar a reintegrar o James à sociedade e entender mais profundamente as razões que o levaram à clínica. A condição de lactofilia era apenas uma parte do enigma; havia algo mais por trás disso, algo que eu estava determinada a descobrir.
Após 40 minutos de estrada, estacionei o carro na garagem e me dirigi para a porta de casa. Ao abri-la, encontrei Nella deitada no sofá da sala, completamente imersa na trama da novela que passava na televisão. A atmosfera na sala parecia ser um refúgio tranquilo, uma tranquilidade que contrastava com a complexidade dos meus pensamentos.
Quando abri a porta e a vi naquele estado de relaxamento, uma parte de mim quis compartilhar daquela serenidade. Mas a saída da clínica havia deixado em mim uma sensação de inquietação que eu não conseguia ignorar.
— Oi, Nella — disse eu, tentando suavizar a tensão na minha voz enquanto me aproximava.
Ela virou-se para mim com um sorriso caloroso.
— Oi, querida. Como foi seu dia na clínica? — perguntou Nella, seus olhos demonstrando um interesse genuíno.
Sentei-me ao seu lado, tentando organizar os pensamentos que se aglomeravam em minha mente.
— Foi um dia intenso. A caminhada no jardim ajudou a aliviar um pouco a tensão, mas ainda há muito o que fazer — respondi, olhando para a tela da TV sem realmente prestar atenção.
— E, por falar nisso, como foram seus dias por lá? Você gostou da clínica?
Fiz uma pausa, ponderando a resposta.
— Foi uma experiência interessante. Os profissionais são competentes e dedicados.
— Me conte, quem é o seu paciente? Alguma novidade sobre ele?
Eu respirei fundo, sabendo que era hora de compartilhar algo mais profundo.
— Bem, algo realmente surpreendente aconteceu. Um dia, eu cheguei ao quarto e o paciente estava com a mão na boca, pedindo por mamar. Ele parecia tão vulnerável e desesperado — comecei a contar, sentindo um nó se formar na garganta. — Foi um momento muito estranho e revelador.
Nella ergueu as sobrancelhas, claramente intrigada.
— Pedindo por mamar? Isso é realmente inusitado. Qual é a condição dele?
Eu tomei coragem e continuei.
— Ele tem uma condição chamada lactofilia, que é uma fixação por leite. Mas isso é apenas uma parte do quadro. Além disso, ele tem outros problemas que ainda não foram completamente revelados. Sinto que há algo mais profundo que ele não está pronto para enfrentar.
