Capítulo 17

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Depois da descoberta, continuei no jardim, perdido em minhas memórias, quando senti o olhar preocupado de Lily em mim

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Depois da descoberta, continuei no jardim, perdido em minhas memórias, quando senti o olhar preocupado de Lily em mim.

— James, por que seus pais não queriam que você tivesse contato comigo? O que aconteceu entre nossas famílias?

Respirei fundo.

— Foi complicado. Meu pai sempre teve um emprego estável, mas quando seu pai decidiu comprar a casa ao lado da nossa, as coisas mudaram. Ele ameaçou meu pai, dizendo que se não vendesse, poderia fazer com que ele perdesse o emprego.

— Isso é insano, — ela murmurou, balançando a cabeça. — Como isso poderia ter chegado a esse ponto?

— Os adultos complicam tudo, — eu disse, frustrado. — Eles estavam tão preocupados com o que achavam que era o melhor para nós que não se importaram com nossos sentimentos.

— Sério, que drama. E você nunca questionou isso? Nunca tentou mudar a situação? — A dor na voz dela era evidente.

— Eu era apenas uma criança, — respondi. — Achei que não podia fazer nada. Mas nunca deixei de pensar em você.

— Se soubéssemos disso, talvez tivéssemos lutado mais — Lily disse, a tristeza visível em seu olhar. — Tipo, era só a gente se juntar e gritar: "Ei, adultos, parem de ser idiotas!"

— Exato! — ri, tentando aliviar o clima. — Mas na época, tudo o que eu fazia era desenhar você em cadernos.

— Sério? O que você desenhava? — ela perguntou, curiosa.

— Ah, só a gente fazendo coisas normais. Tipo, aventuras em um mundo onde nossos pais eram legais.

— Que lindo! Deveria ter mostrado. Quem sabe a gente não teria dado um jeito em tudo isso antes? — ela sorriu, mas logo a expressão dela ficou séria novamente.

— Mas agora estamos aqui, — eu afirmei. — Podemos construir algo novo, algo que ninguém possa destruir.

Ela hesitou, então perguntou: — E como estão suas coisas agora? O que aconteceu com sua família?

— Na verdade, um ano antes de eu ser internado na clínica psiquiátrica, meus pais conseguiram uma oportunidade incrível. Eles ganharam milhões com isso e, agora, estão super bem de vida — revelei, sorrindo levemente. — Mas, assim que as coisas melhoraram, eles decidiram me internar na clínica por conta da lactofilia. Eles nunca aceitaram isso, e antes não tinham dinheiro para o tratamento.

— James, você já falou para eles que não existe tratamento para lactofilia? — ela perguntou, a preocupação voltando ao seu rosto.

— Não, nunca falei, — respondi, sentindo um peso no peito. — Eles estavam tão focados em ‘resolver’ a situação que não pararam para ouvir o que eu realmente precisava.

— Isso não é justo, — ela disse, com a voz firme. — Você não precisa mudar quem você é. Seu valor não depende da aceitação deles.

— Eu sei, mas é difícil quando você cresce ouvindo o contrário — eu admiti, sentindo a emoção subir. — Mas agora, com você aqui, parece que posso finalmente começar a me libertar dessas correntes.

— Olha, James, a vida é muito curta para deixar os outros controlarem a gente. Se a gente não lutar pelo que realmente importa, que sentido isso faz?

— Verdade. Se não for por nós, por quem será? — respondi, sentindo uma chama de determinação crescer.

— E se eles não entenderem, paciência. A gente se entende, e isso é o que importa — ela disse, com um brilho nos olhos.

— Juntos, podemos superar qualquer coisa — declarei, e a confiança na minha voz parecia ter a força de um grito.

— Exatamente! Então, vamos fazer algo a respeito. Que tal começarmos com um chá ou algo? — sugeriu, com um sorriso suave.

— Chá? Você sabe que sou mais de café, né? — brinquei.

— Não importa, a gente encontra um meio-termo. Vamos nos divertir um pouco! — ela respondeu, rindo.

O clima entre nós mudara, e eu sentia que estávamos prontos para enfrentar o que viesse pela frente.

Amando meu paciente: A Enfermeira e o PacienteOnde histórias criam vida. Descubra agora