Recém-formada em enfermagem, Lily inicia sua carreira em uma clínica psiquiátrica onde, durante o estágio, vivenciou os desafios do ambiente. Agora, como profissional, ela é designada para a ala mais complexa, onde os pacientes sofrem com transtorno...
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LILY
Enquanto ando pelo corredor vazio do hospital, uma série de pensamentos confusos e conflitantes invade minha mente. O comportamento de James me deixou profundamente perturbada. A angústia que sentia era como uma sombra que me perseguia por todos os cantos. A informação que Maggie me deu sobre a lactofilia ajuda a entender melhor o comportamento de James, mas a dúvida sobre como lidar com a situação persiste.
Sentada naquela pequena área de descanso, sob a luz tênue da lâmpada, ponderei minhas opções, enquanto a chuva tamborilava contra a janela. Sei que preciso abordar a situação com cuidado, mas o medo de cometer um erro me faz hesitar. Finalmente, decido que o melhor é ser direta e aberta com James. Se ele estiver disposto a conversar, quero garantir que ele saiba que meu objetivo é compreender e apoiar, não julgar.
Horas se passam e a noite começa a cair. Com o coração pesado, decido que é hora de enfrentar a situação. Levanto-me, ajeito a postura e caminho com determinação em direção ao quarto de James.
Ao chegar na porta, dou uma leve batida antes de abrir. O quarto está escuro, com apenas uma luz suave iluminando o ambiente. James está deitado na cama, com um semblante cansado. Entro com cautela, tentando não incomodá-lo.
— James, posso conversar um pouco com você? — pergunto, com a voz suave, mas firme.
James ergue a cabeça, seus olhos piscando contra a luz baixa. Ele não esconde o espanto e rapidamente sua expressão muda para uma mistura de desconforto e raiva.
— O que você está fazendo aqui? — Ele pergunta, a voz carregada de frustração. — Já não bastava o que você viu mais cedo?
Sinto um nó no estômago com o tom agressivo dele, mas tento manter a calma.
— Eu só queria entender melhor o que aconteceu e oferecer apoio. Falei com Maggie e descobri que você tem uma condição chamada lactofilia. Não estou aqui para julgar ou criticar, apenas para entender e ver como posso ajudar — explico, procurando transmitir sinceridade.
James se levanta abruptamente da cama, o rosto vermelho de raiva.
— Não precisava ter visto aquilo! — Ele exclama, a voz ecoando no quarto. — Agora você deve estar pensando o pior de mim, como todos os outros enfermeiros que cuidavam de mim — Esbravejou — Por que você teve que invadir minha privacidade dessa maneira?
Dou um passo para trás, meu coração apertado pela reação dele.
— Eu entendo que isso deve ser difícil para você, e peço desculpas se minha presença fez você se sentir invadido. Não era minha intenção — tento explicar, sentindo a tensão no ar. — Fiquei preocupada com o que aconteceu e realmente só quero ajudar.
James revira os olhos e cruza os braços, visivelmente frustrado.
— Ajuda? Como você pode me ajudar se mal sabe o que está acontecendo? E por que você acha que sabe o que eu preciso?
— Eu não sei exatamente o que você precisa, James. — Tento manter um tom calmo e conciliador. — Mas quero aprender e estar aqui para você. Falei com Maggie porque precisava de mais informações para entender o que você está passando.
Ele respira fundo, claramente lutando para controlar a raiva.
— Então você acha que uma conversa vai resolver tudo? — Ele pergunta, o sarcasmo evidente na voz. — Você não pode simplesmente vir aqui e achar que vai entender minha vida em uma noite.
— Não estou esperando que tudo se resolva imediatamente. — Respondo, com sinceridade. — Estou aqui para ouvir e oferecer apoio. Se eu errei ao vir até você sem ser convidada, me desculpe. Apenas quero que saiba que estou disposta a entender e respeitar o que você precisa.
James olha para mim com uma expressão misturada de exaustão e confusão.
— Eu... não sei se estou pronto para isso agora. — Ele admite, sua voz mais baixa e hesitante. — Eu só me sinto tão exposto.
— Eu entendo. — Digo, com um tom suave e compreensivo. — Eu só queria que você soubesse que, quando estiver pronto para conversar, estarei aqui. Não se sinta pressionado a falar agora, só saiba que estou aqui para você.
James parece ponderar minhas palavras, seu olhar suavizando um pouco.
— Vou precisar de tempo para processar tudo isso. — Ele diz, com um tom mais calmo. — Talvez... talvez a gente possa falar mais tarde.
— Claro, James. — Respondo, aliviada por ele estar disposto a abrir espaço para a conversa, mesmo que seja mais adiante. — Estou aqui quando você estiver pronto.
Com um último olhar compreensivo, me levanto e deixo o quarto, sentindo um misto de alívio e preocupação. Embora a conversa não tenha sido fácil, sinto que dei um passo na direção certa para construir uma base de entendimento e apoio.