Capítulo 27

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Lola

Ainda meio sonolenta eu abri meus olhos. A claridade no quarto tinha me acordado e eu olhei rapidamente ao redor.

Esse não era meu quarto.

Após cinco segundos de reflexão, eu me lembrei que esse era o quarto de Apolo e de tudo o que fizemos na noite anterior. Caramba, eu devia ter ficado louca. Rolei na cama e franzi o cenho ao perceber que estava sozinha. Já era dia, a claridade que entrava pela janela e tinha me acordado era prova disso.

Então, onde estava Apolo?

Ansiedade me corroeu por dentro. Talvez ele tivesse se arrependido e foi embora para não ter que lidar comigo. Isso já tinha acontecido antes, eu conhecia o procedimento. Era só me arrumar e ir embora sem fazer barulho. Sempre foi assim.

Mas a forma como meu peito doeu com essa possibilidade era nova.

Eu deveria esperar que ele fosse se arrepender. Por mais gentil que Apolo fosse comigo, era óbvio que ele já tinha ouvido tudo o que falavam sobre mim. Como ele não se arrependeria após anos e anos de fofoca sobre minha vida sexual? Se eu tivesse feito metade das coisas que eles me acusavam, até estaria tudo bem, mas eu era bem puritana para todos aqueles boatos.

A porta do quarto se abriu de repente e eu pulei na cama. Apolo entrou, carregando uma bandeja de café da manhã e vestindo apenas uma calça jeans que pendia em seus quadris. Seus cabelos loiros estavam claramente bagunçados ainda e eu podia ver várias marcas vermelhas e de mordidas em seu peito e pescoço. Quando viu que eu estava acordada, Apolo sorriu.

— Bom dia, Lola. – sua voz rouca arrepiou meu corpo e eu fiquei sem reação. Ele não parecia arrependido. Homens arrependidos não levam café da manhã na cama.

— Bom dia. – murmurei, me sentando na cama quando Apolo colocou a bandeja no meu colo e se sentou de lado. Ele se inclinou e beijou meus lábios.

Certo, então ele não estava arrependido.

— Imaginei que você fosse estar com fome quando acordasse e fiz isso para nós. – ele disse, indicando a bandeja e eu a olhei. Panquecas, suco, frutas cortadas, cereal. — Acertei?

Acertou.

Acertou bem no meu coração.

Como caralhos eu devia evitar me apaixonar por um homem que era assim? Eu era fraca! Que porra eu deveria fazer agora? Mesmo que eu não ficasse com Apolo, como eu poderia aceitar alguém que fosse menos do que ele? Eu até podia não ter juízo nenhum quando era adolescente, mas eu sabia que Apolo era o único homem que eu deveria me casar e eu estava certa!

— Acertou. – consegui falar e ele sorriu e seus olhos caíram para meu colo. Eu estava usando uma camisa dele. Ela era branca e ficava gigante em mim. — Pensei que você tivesse se arrependido. – era melhor tirar isso da minha cabeça logo. Ou talvez se ele confirmasse, eu poderia impedir o sentimento que parecia apenas crescer no meu coração.

Coração burro. Coração mau.

— Me arrepender? – ele parecia chocado com essa possibilidade. — Nunca. Como eu poderia me arrepender de algo que te envolvesse, Lola? – ele perguntou, tocando meu rosto.

É, eu era competitiva mas sabia reconhecer uma derrota. E era isso. Eu ia perder. Minha única chance de vencer era tirar meu time de campo.

— O que vamos fazer hoje? – eu desconversei, pegando o copo de suco e tomando um gole. Se Apolo percebeu o que eu estava fazendo, não disse nada.

— O que acha de irmos ver a Lolinha?

— Ótima ideia. Ela já está muito grande? Ah, podemos assistir filmes também. O que acha?

As Batidas Do Seu Coração (The Heartbreakers #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora