Capítulo 19

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Lola

Eu era uma dissimulada.

Claro, eu já sabia disso. Todo mundo que me conhece sabe disso. Exceto o Apolo.

Cacete, eu tinha vivido dez anos longe daqui e levei pra cama caras que me olharam com menos desejo do que o Apolo fez ao me ver só de biquíni.

E, como a boa diabinha que eu era, eu banquei a inocente que não sabia o que estava acontecendo. Mesmo que eu soubesse exatamente o que ele estava pensando.

Era o mesmo que eu.

Valia a pena jogar essa amizade tão bonita no ralo apenas para saciar o nosso desejo?

A resposta era sim.

Mas não para a parte de jogar a amizade fora. Eu já tinha participado dessa coisa de amizade colorida antes, fiz muito bem e mantive a amizade até hoje. Eu até era amiga de alguns ex-namorados meus.

Era totalmente possível transar e continuar sendo amigo.

Claro, para Apolo não era tão claro. Eu duvidava que ele já tivesse tido uma amiga colorida. E, por mim, tudo bem. Eu podia ser aquela a apresentar esse conceito para ele.

Céus, eu fui bem rápida em jogar fora todas as minhas convicções de não transar com mais ninguém.

Mas nem se a mulher fosse cega, ela deixaria a chance de estar com Apolo passar. E eu não era cega e, que atire a primeira pedra, quem nunca teve o sonho de transar com seu primeiro amor!

Apolo era um terreno seguro.

Eu podia saciar meu desejo, realizar os sonhos da Lola jovem e me manter longe de problemas. Minha paixão juvenil mal resolvida? Já resolvi! Amizade colorida!

O que poderia dar errado? Nada!

Então, eu estava intencionalmente sendo dúbia com as minhas ações e palavras para confundir ele. Aprendi bem rápido que instigar a ideia de algo na mente de um homem era o jeito mais fácil de pegá-lo. E eu era uma mestra nisso.

Kinsey era a nossa devoradora de homens.

Mas eu? Eu era a encantadora deles.

Nunca houve um homem que eu não fui capaz de fazer dançar conforme a minha música. E Apolo ia descobrir bem rápido qual era a música que eu queria dançar com ele. Por isso, eu estava fazendo questão de tocar nele sempre que podia, até mesmo fazendo parecer que era acidental.

Opa, esbarrei meus peitos em você? Desculpe, como eu sou desastrada.

Era até um pouco engraçado a forma como ele estava lutando para não ficar me encarando. Eu tinha escolhido o menor biquíni que eu tinha, de uma cor lilás que eu sabia que me valorizava. Apolo tinha um olhar desconfiado para mim, enquanto eu nadava em sua direção.

— No que você está pensando? – perguntei, assim que cheguei perto dele. Aproveitei minha proximidade e passei meus braços ao redor do seu pescoço. Eu estava em suas costas, já que seria muito óbvio fazer isso de frente para ele.

— Nada. – ele disse, meio sufocado e eu dei uma risadinha. Ah, até que eu sentia falta de ser meio malvadinha. Apertei mais meu peito contra suas costas e Apolo ofegou. Como um homem que era sete anos mais velho que eu parecia tão alheio ao fato de que eu estava, claramente, tentando transar com ele?

— Sabia que eu tenho um piercing? – falei, eu estava nos guiando para fora da zona segura. Talvez eu não o beijasse hoje, mas o faria logo. Eu era uma garota paciente, podia esperar até ele estar pronto. Uau, pareci um homem falando agora. Apolo me encarou por cima do ombro, curiosidade brilhando em seus olhos azuis. Isso. Curiosidade era bom. — Sabe onde? – perguntei e ele desviou o olhar. É óbvio que ele sabia. Com esse biquíni dava para perceber a pequena haste que atravessava meu mamilo. E Apolo tinha dado uma encarada nos meus seios.

As Batidas Do Seu Coração (The Heartbreakers #4)Onde histórias criam vida. Descubra agora