Capítulo 50 - A&L

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Fuyōna agarrou o próprio couro cabeludo e apoiou os cotovelos na mesa com desespero, algo havia quebrado em seu cérebro como uma percepção totalmente nova e indesejada.

- Não é assim ! - A morena bateu na mesa e se levantou com o coração martelando em seu peito. Aquilo estava totalmente errado, ela não poderia se apaixonar pelo primeiro vagabundo que mostrasse gentileza para ela, não era certo.

- Aw, não ? - Suya rolou os olhos sem paciência para a tolice da mulher - Por favor, você está babando por ele.

- Modos ! - A morena corou e tentou controlar a respiração pesada - Não foi nada mais do que um caso de uma noite.

- Você é como uma navegadora de sentimentos sem bússola - Suya guiou um casal de clientes para uma mesa mais afastada e a morena a seguiu irritada.

- O que quer dizer com isso ? - Fuyōna esperou que ela entregasse o cardápio e a seguiu para longe do casal que parecia interessado na conversa.

- O que quero dizer é que você nem mesmo reconhece que gosta dele - Suya se sentou na mesma mesa de antes e olhou para a mulher de forma astuta - Sente-se !

- Eu não gosto dele ! - Fuyōna gritou de forma irritada mas mesmo assim se sentou, algo parecia errado sempre que ela dizia isso.

- Idiota - Suya resmungou e a olhou como uma criança fazendo birra - Vamos logo com isso.

- Com o que ? - Fuyōna a olhou de cima a baixo e se encolheu com a atitude estranha da mulher.

- Você só vai me responder com sim ou não - Suya falou com um tom firme que não deixou espaço algum para dúvidas.

A morena bufou exasperada com aquilo, o que ela iria fazer afinal ? Ela sabia o que sentia e nada poderia mudar sua opinião.

- Ele te faz sentir borboletas na barriga ?

Fuyōna ergueu a sombrancelha pronta para dizer o quanto aquilo era desnecessário mas se conteve ao ver a raiva de Suya.

- Sim ou não ?

- Sim...

- Te faz sorrir ?

- Sim ...

A morena desviou o olhar para a janela tentando encontrar uma fuga daquele interrogatório desconfortável.

- Seu coração acelera quando ele sorri ?

A mulher pensou por alguns segundos antes de dar uma resposta. Era verdade que quando ele estava por perto seu estômago parecia estar se contorcendo de ansiedade e o sorriso dela só aumentava com cada palavra dele.

- Sim - Desta vez a resposta saiu mais firme.

Para ela a sala parecia muito mais quente agora, o suor estava se acumulando facilmente entre o vinco profundo entre suas sobrancelhas e nas palmas de suas mãos.

- Me diga com sinceridade - Suya encostou a cabeça na mão e estreitou os olhos - Sabe como funciona um caso de uma noite ?

- É claro que sei - Fuyōna revirou os olhos e estalou a lingua.

- Em um caso de uma noite é normal que pensemos apenas no momento sexual que ocorreu. Coisas como sentimentos ou emoções não são lembradas mas sim deixadas de lado como algo trivial - Suya observou a forma como a face inteira da mulher ficou vermelha e em como ela evitava olhar em seus olhos - Agora me diga, quando você pensa nele o que você mais recorda ?

- Da noite - A voz da mulher saiu frágil e sussurrada, ela parecia estar sendo atingida em um ponto doloroso em seu coração.

- Mentira - Suya falou imediatamente cortando a mulher - Você nunca me falou do corpo dele ou se ele era bom de cama. A única coisa que você faz é descrever o homem como o sonho molhado de todas as mulheres do planeta. E com sonho molhado não estou me referindo ao quão atraente fisicamente ele é, estou me referindo ao comportamento cavalheiresco dele.

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