04- Desculpa

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A última tomada foi gravada às 4h da manhã. Xiao Zhan pegaria o voo às 6h.

Pediu para retirar apenas a peruca, pois removeria a maquiagem no banho. Não queria que Yibo percebesse o quanto estava triste, mas não podia deixá-lo sem uma resposta. Era a segunda vez que o levava a cometer faltas gravíssimas e, embora a vergonha a culpa estivesse consumindo sua alma, ele não podia deixar Yibo no vácuo.

Os dois estavam removendo a peruca. Observou que os olhos de Yibo estavam escuros, sem nenhum sinal da alegria contagiante, que irradiava durante o dia e nem a sombra do homem que havia transado com ele na banheira. Ele parecia tão frágil e desolado, que Xiao Zhan desejava poder voltar no tempo e nunca tê-lo levado a fazer aquilo.

— Precisamos conversar — disse Xiao Zhan.

A maquiadora que removia as perucas estava trabalhando com eles o dia inteiro. Ela também estava presente no set de filmagem. O cameramen, o segurança... talvez até a moça da faxina. Xiao Zhan sentia os olhares como flechas de julgamento. Cada levantada de sobrancelha, cada revirada de olhos, cada gesto. Todos estavam falando deles... Na indústria existe um mercado negro de fofocas, e Xiao Zhan se perguntava quanto cada um deles poderia faturar ao deixar essa informação vazar?

Um nó se formou em sua garganta.

Os dois foram para a área externa do set de gravação, aguardando pelo carro. Xiao Zhan não conseguia dizer uma única palavra. Simplesmente encarava as estrelas, enquanto pensava: "Eu desejo, do fundo do meu coração, que Yibo possa ler meus pensamentos agora"!

Quando o carro chegou, Yibo entrou junto com ele.

— Gege... você não precisa me pedir desculpas.

Como se Yibo tivesse desfeito o nó em sua garganta, a profusão de seus sentimentos vieram junto com suas lágrimas.

— Você é humano?! — perguntou Xiao Zhan, enquanto suas lágrimas encharcavam suas roupas.

Yibo o puxou para si, apertando os braços ao redor de Xiao Zhan, na esperança de que a sua presença naquele momento, pudesse fazê-lo parar de chorar.

Quando o carro chegou ao hotel, eles finalmente se soltaram. Desceram e seguiram para seus quartos. Xiao Zhan suspirou, inspirando e expirando profundamente. Ele precisava daquela força... precisava de força para ser honesto, encarar seus erros e pagar por eles.

Eram quase 5h da manhã, mas ele ainda precisava conversar.

— Wang Yibo, preciso que você venha até meu quarto. Amanhã você também tem que gravar, mas... não vou conseguir deixar essa conversa para mais tarde.

Os dois entraram no quarto. Yibo, sabendo que a conversa seria longa, foi até o frigobar pegar um refrigerante.

— Quer uma Coca?

— Não...

Xiao Zhan não sabia por onde começar:

— Como você está se sentindo?

— Um pouco confuso. -  Respondeu Yibo, sentando-se ao lado de Xiao Zhan na cama.

— Sobre o quê?

— Por que você está tão triste?

— Porque eu fiz uma coisa muito, muito errada, Yibo.

— Tem algo que eu possa fazer, para você se sentir melhor?

Xiao Zhan sentiu um soco no estômago.

— Você tem ideia do tamanho da merda que eu fiz?! A repercussão disso pode destruir sua vida! E você está preocupado em como eu me sinto?!

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