O Amor é Como a Maré

Capítulo 13: Fragmentos do Horror

~Dê play na música e comece a leitura ❤️~

David Gomes

Eu segui o fantasma do Ruan pelas ruas da comunidade e o João estava atrás de mim,o Ruan ria e ficava saltitando enquanto andava e eu estava indo para um lado da comunidade que eu não ia muito, honestamente eu nem conhecia muito esses lados pra onde eu tava indo.

-Vem tio! - Ruan dizia rindo.

Eu estava andando rápido e tentando não chamar atenção, agora que eu sei que o "dono do Morro" está de olho em mim eu não posso chamar atenção. O Floriano pode me proteger mas eu não posso ficar me arriscando. Eu sentia um aperto no meu peito, eu entreguei o Muiraquitã para o Floriano devido meu medo pelas visões do Yakecan, eu sei que o futuro é complicado e instável, ele pode mudar apenas de se olhar pra ele mas as visões do Yakecan não devem nunca ser ignoradas.

-Esse menininho sabe correr viu! - João disse ao meu lado.

-E você se cansa? - eu perguntei.

-Não. - ele respondeu.

-Eu nunca te perguntei mas você conversa com algum outro espírito aí do seu lado? - eu disse.

-De vez em quando. Gente morta é muito chata e ficam repetindo os mesmos padrões e coisas que faziam em vida, é um porre! - João disse.

Eu continue andando e acompanhando o espírito do Ruan até que chegamos numa pequena rua e vimos umas crianças brincando juntas, parecia um cenário normal com a criançada brincando mas eu vi uma garotinha que parecia assustada ali perto, ela estava agarrada na barra da saia de uma moça que parecia ter seus 18 anos e eu vi o Ruan chegar perto dela e sorrir.

-É ela, Tio David! - Ruan disse apontando pra ela.

-Olha aí...lá vamos nós ajudar mais uma pessoa necessitada! - João disse.

Eu me aproximei das crianças e tentei disfarçar para não parecer um maluco tarado que estava observando as crianças até que a bola com que eles brincavam veio pro meu lado e eu parei ela com o pé.

-Chuta de volta, tio! - um menino disse.

-Lá vai! - eu disse dando um chute na bola.

Eu comecei a rir e de uma das ruas saiu um agente de saúde, ele estava vestido com o típico colete azul da prefeitura e eu sorri ao ver ele, era um senhor de meia idade que sorriu e apontou me chamando pra perto.

-Doutor David! - ele disse.

-Tudo bom? - eu falei.

-Felipe me falou do senhor. É muito bom ter alguém como você de volta. - ele disse.

-Eu só tô de férias. - eu disse rindo.

-Entendo...o Felipe falou muito bem de você no posto! Ele nos falou sobre seu trabalho e suas aventuras na amazônia. - o agente de saúde disse.

-O SENHOR FOI PRA AMAZÔNIA, TIO? - uma das crianças falou botando a mão na boca.

-CARALHO, MANÉ! -outro menino disse.

-Olha a boca, moleque! - o agente de saúde disse rindo.

-Eu fui sim! Eu moro em Manaus mas trabalho junto com os indígenas na divisa com o Pará. - eu disse.

-O SENHOR JÁ VIU UM MACACO?! - um menino perguntou se aproximando.

-O SENHOR VIU UMA ONÇA, TIO?! - outro perguntou.