Capítulo 14: Fragmentos do Horror pt.2

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~Dê play na música e comece a leitura ❤️~


David Gomes


Eu acordei com uma mensagem do Paraguá no meu whatsapp avisando que os meninos iam chegar as 6 da manhã no aeroporto do Galeão para eu ir buscá-los, eu ainda não sabia como exatamente eu ia informar meus pais que dois indígenas amigos meus iam ficar instalados na casa mas eu já tinha um plano. Eu estava me arrumando já para partir para o aeroporto quando eu comecei a contar pros meus pais.

-Dois índios? - meu pai perguntou.

-Sim! Dois amigos meus, eles vão participar de um evento aqui sobre povos indígenas e vão precisar ficar aqui em casa uns dias. - eu disse.

-Por que não avisou antes? - meu pai questionou.

-Eles não quiseram me dizer para não me incomodar. Eles achavam que por eu estar de luto eu não deveria ser incomodado, eles me contaram ontem a noite. - eu disse.

-Por mim eles podem ficar, eu posso armar uns colchões aqui na sala. - minha mãe disse.

-Eles não vão ficar pelados pela casa ou fazendo a dança da chuva né? - Denise perguntou rindo.

-Não! ahhahahaha! - eu respondi rindo.

-Quais os nomes deles? - minha mãe perguntou.

-Yahto e Yakecan. - eu disse.

-São irmãos?

-Não. - eu respondi.

-Mas todo índio é parente né? - meu pai perguntou.

-O Yakecan é enfermeiro e já está mais habituado a vida na cidade já o Yahto é mais reservado, ele pode parecer um pouco rude mas é o jeitinho dele. Podem ficar tranquilos que quando ele pega confiança ele se solta mais! - eu disse.

Eu me arrumei para sair e estava pronto para pedir um uber para o Aeroporto, eu estava na frente de casa e já estava pronto para ir pro aeroporto quando eu vi uma pessoa correndo pelas ruas e eu a reconheci....era a Karine, a esposa de mentirinha do Floriano. Quando ela me viu veio correndo na minha direção, ela estava com uma cara de pavor que eu nunca tinha visto e até o brilho dela que eu vi naquele dia com o Felipe havia sumido.

-David né? - ela disse.

-Oi...

-O Júnior...-ela disse e começou a chorar.

Eu senti meu coração quase parar, eu senti meus pelos se arrepiarem em meu corpo e uma vontade de chorar. Ela pegou minha mão e começamos a correr pelas ruas, eu comecei a sentir meus olhos lacrimejarem enquanto a gente corria pelas ruas, eu vi um grande movimento nas ruas e vi alguns carros da polícia e do iml seguindo em uma das ruas, Karine me levou por várias ruas até chegarmos numa casa bonita e eu vi que as portas estavam trancadas, ela abriu a porta e me levou lá pra dentro, eu vi uma sala bonita e bem organizada e vi a porta do quarto aberta e ela me guiou até perto dela.

-Júnior...sou eu, a Karine! - ela disse sem botar a cara na porta.

Eu me aproximei e ela apareceu devagar na porta com as mãos pra cima.

-Eu trouxe o David! - ela disse.

Karine me chamou com uma mão e eu me aproximei da porta e tive uma visão que fez meu coração parar. Encolhido num canto do quarto estava o Floriano Júnior com um fuzil na mão, encharcado de sangue e apontando o fuzil pra nós pra todos os lados, no seu pescoço eu via a corda do Muiraquitã que eu tinha lhe entregado e ele estava cheio de medo e horror nos olhos. Eu sabia que aquilo só podia significar uma única coisa...

O Amor é Como a MaréOnde histórias criam vida. Descubra agora