Capítulo 17: O Som do Trovão

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~Dê play na música e comece a leitura ❤️~


David Gomes


Eu saí de casa indo em direção a entrada da favela, eu já tinha mandado uma mensagem para o Floriano avisando que eu estaria indo ver ele naquele esconderijo. Eu esperei meu uber na entrada da favela e quando ele chegou eu entrei rápido,eu comecei a mandar mensagens pro Floriano avisando que eu estava chegando e ele me respondeu.

"Eu avisei ao Beto que você viria,quando chegar é só me mandar mensagem que eu vou abrir a porta." ele disse na mensagem.

Eu não gostava disso, pelo que eu soube com a morte do Fernandinho o Beto Pinga agora era o novo líder e chefe da facção, ele estava estabelecendo seu domínio e pelo que eu soube os criminosos estavam se preparando para prováveis ataques de rivais. Como a morte do Fernando os rivais do complexo do Dendê poderiam tentar atacar para aproveitar a fragilidade do morro mas o Beto, pelo que o Júnior me disse, já está pronto para tudo. Eu cheguei na casa esconderijo e desci do Uber, eu tinha pedido para ele parar um pouco antes do local para não levantar suspeitas e já estava quase de noite, eu cheguei perto do portão enorme da casa, que era de luxo e muito bonita por fora e liguei pro Floriano, o portão se abriu logo em seguida e eu entrei mas não antes de olhar pra trás para ver se estava sendo seguido.

O Floriano estava de calção e chinelo, usando uma camiseta e óculos lá dentro. Ele estava com o Muiraquitã no pescoço e assim que me viu segurou minha mão me levando pra dentro da casa passando pelo terraço, a casa era bonita e organizada, eu pensei em como seria bom morar ali naquela casa. Quando chegamos dentro da casa o Júnior trancou a porta e fechou as cortinas das janelas, eu fiquei olhando na sala da casa e tudo parecia estar em ordem e o Júnior parecia estar preocupado. Eu abri minha mochila e peguei meu estetoscópio e minhas coisas que eu tinha conseguido com o Felipe, alguns remédios e aparatos para examinar o Júnior.

-Deita no sofá, Flor. - eu disse.

Floriano se sentou no sofá e ficou com as mãos juntas e parecia nervoso.

-Tira a camisa. - eu disse.

Ele tirou a camisa e eu peguei o estetoscópio e comecei a examinar o peito e as costas dele para ouvir seu coração e sua respiração. Eu medi o pulso dele com um aparelho que o Felipe me emprestou, eu examinei ele e pedi pra ele botar a língua pra fora e cheguei as pupilas dele, tudo parecia normal e ele não parecia estar em estado de choque ainda.

-David...-ele disse baixinho.

-Calma. - eu disse.

Depois de eu terminar o exame eu suspirei fundo e guardei os equipamentos. Floriano se levantou e me abraçou forte. Ele suspirou fundo e me apertava e eu o abracei, quando eu afastei o abraço eu segurei o rosto dele com minhas mãos e eu vi medo nos olhos dele, o Júnior era traficante mas o que ele viu realmente o assustou naquele dia.

-Senta aí, Júnior. - eu disse.

Ele sentou de novo no sofá e eu me sentei ao lado dele e segurei sua mão.

-Flor, eu preciso te contar algo de novo...-eu comecei.

-David...eu vi uma coisa...-ele disse.

-Eu sei. Você viu o Yurupari,ele é um demônio que mata pessoas basicamente. - eu disse.

-Mas uma coisa assim não pode existir! - Júnior disse apertando minha mão. - Matou o Fernandinho e matou o Leozinho!

-O que mais você viu? - eu perguntei.

O Amor é Como a MaréOnde histórias criam vida. Descubra agora