Capítulo 18: Itaoká

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~Dê play na música e comece a leitura ❤️~


David Gomes


Eu estava saindo de casa com o Felipe, a gente ia descobrir o paradeiro da Géssica e tentar ajudar ela antes do tráfico a encontrar e tentar de alguma maneira entender o que aconteceu, Yakecan e Yahto iriam com o Macarrão ver a tal casa que o Macarrão disse que é parecida com a casa que o Yakecan está vendo em suas visões e sonhos.

"Cada um com sua missão...vai dar certo!" eu pensei.

Eu encontrei o Felipe na rua principal e eu podia ver uma movimentação dos marginais para cima e para baixo pelas ruas do morro e aquilo estava me deixando preocupado com o Júnior, ele ainda estava na casa esconderijo do tal Beto Pinga mas eu não conseguia parar de ficar preocupado com ele. Felipe estava nervoso e ainda não estava 100% acostumado com todo o novo mundo que ele tinha conhecido por minha causa.

-Eu não tô achando uma boa ideia a gente se separar. - Felipe disse.

-Eu também não gosto mas não temos tempo sobrando. Temos que correr com isso.

-Eu sei mas tu não se tocou em uma coisa ainda...-Felipe disse.

Eu olhei pra ele e parei.

-A facção tá atrás dela também. Os caras vão estar seguindo a trilha dela e se a gente topar com eles no caminho, como vai ser? - Felipe perguntou.

-A gente vai ficar numa boa....-eu disse.

-Primeiro demônios,depois fantasma e agora criminosos....ser teu amigo tá muito perigoso, David! - Felipe disse.

-A gente precisa encontrar a Géssica. Ela tem algum parente aqui no morro?

-Tem a mãe e os irmãos dela. - Felipe disse.

-Ele pode estar lá?

-Não. Seria o primeiro lugar onde o tráfico ia procurar ela, seria burrice ficar na casa dos parentes. - Felipe disse.

-Tem razão. Temos que pensar em outro lugar onde ela pode estar, ela não pode ter ido muito longe por estar com uma criança pequena. - eu disse.

-Ela não pode ter viajado de avião porque é pobre, se ela quiser ir de ônibus ela demoraria mais pra conseguir o dinheiro para duas passagens com amigos ou familiares. - Felipe disse.

-Exatamente. A pergunta que fica é: pra onde eu iria com uma criança pequena se o tráfico quisesse me matar? - eu divaguei.

-Eu sairia do estado. - Felipe disse.

-É o caminho mais lógico. - eu disse. - Mas sair do estado leva tempo e nesse meio tempo ela teria que ficar escondida até levantar o dinheiro...

-A Géssica tinha parentes aqui no morro mas eu lembro que ela tinha parentes fora do Rio também, agora eu não lembro se era em Niterói ou em São Gonçalo. - Felipe disse.

-Niterói é muito longe pra sair daqui de ônibus ou uber.

-Mas existe a barca que leva da ilha até São Gonçalo.- Felipe disse.

-Achei que as barcas só iam até a ilha Paquetá. - eu disse

-Oficialmente sim...mas existem barqueiros informais que fazem viagens do Terminal de Barcas de Cocotá até Itaoca em São Gonçalo. - Felipe disse.

-Transporte pirata tu quer dizer né?

-É barato e tem muitos trabalhadores que usam esse transporte. A maioria deles moram em São Gonçalo e trabalham na Ilha Paquetá, tem muita gente daqui que também usa esse transporte. - Felipe disse.

O Amor é Como a MaréOnde histórias criam vida. Descubra agora