Capítulo 10: Portas Abertas, Portas Fechadas

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~Dê play na música e comece a leitura ❤️~


David Gomes


Eu estava na delegacia para o interrogatório, os investigadores estavam aguardando a sala para me interrogar e eu estava sentado, eles não me algemaram pois eu não estava preso. Os investigadores foram bem educados e gentis mas eu estava preocupado, eu não ia poder simplesmente dizer que um demônio amazônico havia matado os dois meninos, eu precisaria inevitavelmente mentir ou acabaria preso ou suspeito de assassinato para isso eu precisaria de uma ajuda espiritual.

-João...-eu sussurrei olhando para os lados.

-Oi! - João disse aparecendo ao meu lado.

-Preciso que você faça uma coisa pra mim.- eu disse.

-Já é! - João disse.

-Vai até as salas deles e escuta o que estão falando. Escuta tudo e me diz. - eu pedi.

João sumiu de onde eu estava e eu fiquei ali sentado, eu peguei meu celular e comecei a olhar coisas aleatórias até que vi que o número do Júnior e nossa conversa no Whatsapp e eu rapidamente apaguei o contato dele e a conversa, se os policiais me pegassem com uma conversa com o gerente do tráfico da Ilha do Governador eu nem sei como ia conseguir explicar.

Eu fiquei ali esperado o João aparecer até que um dos investigadores apareceu no corredor me chamando.

-Doutor David Gomes? - ele disse.

-Sim! - eu respondi.

-Pode vir! - o agente me chamou.

Eu olhei em volta e nem sinal do João e eu comecei a suar frio mas respirei tentando me acalmar. Eu entrei na sala de interrogatório e me sentei numa cadeira, na minha frente estavam o delegado e um agente da polícia civil.

-Muito bom dia, doutor! - ele disse.

-Bom dia, delegado! - eu respondi.

-Doutor David, nós queremos fazer umas perguntas para o senhor a respeito do que ocorreu ontem com os meninos Ruan e Maycon. - o agente começou.

-Sim, eu pretendo relatar o que eu vi. - eu disse.

-David! - João apareceu no meio deles dois, bem na minha frente e eu dei "graças a Deus" mentalmente.

-Primeiramente, doutor...o que o senhor estava fazendo lá na praça naquela hora? - o delegado perguntou.

-Eu tinha ido comprar um lanche, eu ia sair mais tarde e decidi ir lá comprar alguma besteira para comer antes de voltar pra casa e me arrumar. - eu disse.

-Eles interrogaram o Felipe já. Ao que parece o Felipe disse que vocês dois acharam o pivete Ruan já todo estraçalhado. Ele mentiu pros policiais então tu tem que seguir a linha dele! - João disse.

Eu olhei e o delegado parecia intrigado com minha resposta.

-Eu vi que o senhor mora no Amazonas não é isso, doutor? - ele perguntou.

-Sim, eu sou parte do programa Mais Médicos e atuo junto as comunidades indígenas no município de Nhamundá, no Amazonas. - eu respondi.

-E o que o senhor está fazendo no Rio de Janeiro?

-Minha avó faleceu recentemente. Eu pedi uma licença de falecimento de parentes e emendei com as férias para poder apoiar minha família aqui e depois vou retornar ao meu trabalho. - eu respondi.

O Amor é Como a MaréOnde histórias criam vida. Descubra agora