Capítulo 26: Bestialidade pt.3

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~Dê play na música e comece a leitura ❤️~


David Silva


Eu, Felipe e o Sérgio saímos andando pelo morro do Dendê em busca de respostas, era de suma importância ajudarmos o Sérgio a quebrar a maldição que se abateu sobre a família dele para termos a ajuda da Pombagira para derrotar não apenas o Yurupari como o outro mal que está nos rondando. Eu estava andando ao lado deles dois e podia ver os olhares estranhos pro Sérgio enquanto a gente andava pelas ruas, ele não era do bairro e com certeza isso chamava a atenção e em breve os marginais iam saber que tinha uma pessoa estranha perambulando por aí comigo e com o Felipe.

-Felipe, onde tem algum terreiro pra gente ir?

-Tem o terreiro da mãe Gorette. - Felipe disse.

-Ela vai nos ajudar? Precisamos de algum pai de santo que não trate a gente como lunáticos quando a gente chegar. - eu disse.

-Quem é essa mãe? É tipo uma mãe de santo? - Sérgio perguntou.

-Sim, ela é dona de um terreiro aqui no Dendê e é muito considerada. Ela inclusive é muito amiga da Karine. - Felipe disse.

Quando Felipe mencionou a Karine eu senti uma pontada no meu peito, eu me lembrei do Flor e comecei a suar, eu ainda estava pensando em tudo o que tinha ocorrido, em como minha mãe sabia sobre nós e mesmo ela nos aceitando eu sinto que o Júnior ainda está escondendo algo de mim. Ele disse que em dois dias íamos conseguir entrar na casa azul e ver o que tem lá mas eu começo a acreditar que o Júnior está guardando alguma surpresa para nós...uma supresa que vai me desagradar demais.

Sérgio estava me observando demais e eu comecei a ficar incomodado, eu sentia que ele parecia ter um certo interesse em mim e não daria muito certo se o Floriano me visse com ele pelas ruas do complexo.

-Tá, a gente achou o bagulho do feitiço e abriu. Será que a maldição se desfez? - Sérgio perguntou.

-Acho que não. - eu disse. - Ainda tô sentindo uma coisa estranha.

-O cheiro que essa sacola tá exalando é horrível, David! Parece cheiro de gente morta. - Felipe disse.

-Eae, galerinha do mal! - João disse aparecendo ao lado do Sérgio.

-Eae, João! - eu disse.

Sérgio olhou para os lados e fez uma cara de confuso que foi até engraçada.

-Esse negócio aí é do mal, David! Tem um líquido estranho escorrendo dessa sacola. - João disse.

Eu parei e observei a sacola, não estava vazando nenhum tipo de líquido e eu logo conclui que devia ser algo espiritual.

-Tu viu algo mais de estranho nessa sacola? - eu perguntei.

-Não...mas isso aí é coisa das trevas. Feito pra prejudicar e matar. - João disse.

-Com quem você tá falando? - Sérgio perguntou.

-Longa história...-Felipe disse.

Nós fomos andando e chegamos até uma ladeira e no meio dela eu vi uma casa que parecia simples e o Felipe me indicou com a cabeça e fomos nos aproximando de lá. Quando chegamos na porta eu ouvi sim de tambores e imaginamos que estivesse rolando alguma cerimônia mas o Felipe chegou e bateu no portão.

-Hoje é segunda-feira, não tem gira dia de segunda. - Felipe disse.

-Tu é macumbeiro? - Sérgio perguntou.

O Amor é Como a MaréOnde histórias criam vida. Descubra agora