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David Silva
Eu, Felipe e o Sérgio saímos andando pelo morro do Dendê em busca de respostas, era de suma importância ajudarmos o Sérgio a quebrar a maldição que se abateu sobre a família dele para termos a ajuda da Pombagira para derrotar não apenas o Yurupari como o outro mal que está nos rondando. Eu estava andando ao lado deles dois e podia ver os olhares estranhos pro Sérgio enquanto a gente andava pelas ruas, ele não era do bairro e com certeza isso chamava a atenção e em breve os marginais iam saber que tinha uma pessoa estranha perambulando por aí comigo e com o Felipe.
-Felipe, onde tem algum terreiro pra gente ir?
-Tem o terreiro da mãe Gorette. - Felipe disse.
-Ela vai nos ajudar? Precisamos de algum pai de santo que não trate a gente como lunáticos quando a gente chegar. - eu disse.
-Quem é essa mãe? É tipo uma mãe de santo? - Sérgio perguntou.
-Sim, ela é dona de um terreiro aqui no Dendê e é muito considerada. Ela inclusive é muito amiga da Karine. - Felipe disse.
Quando Felipe mencionou a Karine eu senti uma pontada no meu peito, eu me lembrei do Flor e comecei a suar, eu ainda estava pensando em tudo o que tinha ocorrido, em como minha mãe sabia sobre nós e mesmo ela nos aceitando eu sinto que o Júnior ainda está escondendo algo de mim. Ele disse que em dois dias íamos conseguir entrar na casa azul e ver o que tem lá mas eu começo a acreditar que o Júnior está guardando alguma surpresa para nós...uma supresa que vai me desagradar demais.
Sérgio estava me observando demais e eu comecei a ficar incomodado, eu sentia que ele parecia ter um certo interesse em mim e não daria muito certo se o Floriano me visse com ele pelas ruas do complexo.
-Tá, a gente achou o bagulho do feitiço e abriu. Será que a maldição se desfez? - Sérgio perguntou.
-Acho que não. - eu disse. - Ainda tô sentindo uma coisa estranha.
-O cheiro que essa sacola tá exalando é horrível, David! Parece cheiro de gente morta. - Felipe disse.
-Eae, galerinha do mal! - João disse aparecendo ao lado do Sérgio.
-Eae, João! - eu disse.
Sérgio olhou para os lados e fez uma cara de confuso que foi até engraçada.
-Esse negócio aí é do mal, David! Tem um líquido estranho escorrendo dessa sacola. - João disse.
Eu parei e observei a sacola, não estava vazando nenhum tipo de líquido e eu logo conclui que devia ser algo espiritual.
-Tu viu algo mais de estranho nessa sacola? - eu perguntei.
-Não...mas isso aí é coisa das trevas. Feito pra prejudicar e matar. - João disse.
-Com quem você tá falando? - Sérgio perguntou.
-Longa história...-Felipe disse.
Nós fomos andando e chegamos até uma ladeira e no meio dela eu vi uma casa que parecia simples e o Felipe me indicou com a cabeça e fomos nos aproximando de lá. Quando chegamos na porta eu ouvi sim de tambores e imaginamos que estivesse rolando alguma cerimônia mas o Felipe chegou e bateu no portão.
-Hoje é segunda-feira, não tem gira dia de segunda. - Felipe disse.
-Tu é macumbeiro? - Sérgio perguntou.
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O Amor é Como a Maré
FanficDavid está voltando a sua cidade natal depois de uma década fora trabalhando nos confins do Brasil profundo. Ele seguiu seu chamado para salvar vidas e encontrou muitas respostas e mistérios em suas jornadas. Ele era o orgulho do seu bairro, um rapa...