Capítulo 20: Demônios Usando Máscaras de Anjos

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~Dê play na música e comece a leitura ❤️~


David Gomes


Eu e o Felipe estávamos dentro de um uber a caminho do complexo de favelas de Boaçu, demorou para conseguirmos um uber que nos deixasse num lugar central no bairro de Boaçu para de lá partirmos para a nossa busca pela Géssica e pelo filho dela, ainda teríamos luz do sol por algumas horas então tínhamos tempo e disposição para alcançar o objetivo.

Felipe olhava pela janela do carro e parecia preocupado, a favela de Boaçu parecia mais um bairro comum do que uma favela, a pobreza era presente mas as casas não eram amontoadas uma em cima da outra e eu vi várias estradas de barro batido e tinha até uma pegada de cidade do interior que me impressionou. Mesmo sendo domingo eu vi poucas pessoas nas ruas e isso era um mal sinal, provavelmente algum problema aconteceu ou ia acontecer.

Nós descemos em uma praça grande no bairro de Boaçu, haviam alguns comércios, espetinhos e bares funcionando,tinha até bastante gente nos bares tomando cerveja e haviam crianças correndo e tudo mais, quando eu e o Felipe descemos do uber alguns caras ficaram encarando a gente e o Felipe ficou um pouco nervoso.

-Vamo tomar uma cerveja. - Felipe disse.

-Por que? - eu disse.

-A gente não pode ficar parado aqui no meio da praça. - Felipe disse.

Nós nos aproximamos de um barzinho e o Felipe olhava seu relógio,eu tentei bancar o desentendido, eu e o Felipe pegamos duas latinhas de cerveja e nos sentamos em uma das mesinhas do bar e ficamos olhando o movimento.

-João...seria uma boa hora pra você ajudar. - eu sussurrei olhando pros lados.

Felipe olhou por cima do meu ombro e cerrou os olhos e depois pegou a cadeira e se ajeitou do meu lado, ele tocou minha mão e deu um beijo no meu pescoço me dando um susto.

-Tem um cara do Dendê aqui. - Felipe disse.

Eu congelei, eu respirei fundo e o Felipe tocou minha mão e parecia olhar meio de lado para alguém que estava atrás da gente.

-É um traficante? - eu perguntei.

-Não sei...mas pode ser um informante do Beto Pinga ou do Mc.- ele disse.

"Floriano..." eu pensei.

Eu dei mais um gole na latinha de cerveja e fiquei olhando para os lados, a hora já estava avançando e em breve iria anoitecer, era uma corrida contra o tempo. Eu fiquei olhando para os lados enquanto bebericava a cerveja tentando pensar ou ver algo que pudesse nos ajudar a achar a Géssica e seu filho.

-Ela deve estar escondida. - eu disse.

-Eu também estaria. Pra poder fugir sem ser encontrada ela tem que ficar na baixa até a hora da fuga. - Felipe disse.

-O bairro é grande mas temos que tentar achar. - eu disse.

-A gente não pode ir por aí perguntando por ela. Vai chamar atenção demais e pode fazer ela fugir e tem um detalhe....-Felipe disse.

Eu olhei pro Felipe e ele tomou um gole da cerveja.

-Os caras do Dendê já devem ter olheiros e gente atrás dela por aqui. Um passo em falso e ela vai morrer. - ele disse.

-Eu sei....-eu resmunguei.

Eu olhei pra uma das direções na praça e vi uma coisa que fez eu quase cuspir a cerveja da boca, eu vi o Ruan no meio das pessoas ali curtindo o domingo, ele estava pulando e acenando para chamar a minha atenção.

O Amor é Como a MaréOnde histórias criam vida. Descubra agora