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10 de julho de 2027,
📍São Paulo - SP

10 de julho de 2027,📍São Paulo - SP

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Ana Flávia's Pov

Mais um show havia sido finalizado. O último dessa semana. Entro em meu camarim e me sento no sofá, sentindo meu corpo ser consumido pelo cansaço.

- Hey Ana, tá tudo bem? - Bruna pergunta enquanto se aproxima - você tá um pouco pálida.

- To bem Bru, só cansada - sorri fraco - já posso ir pra casa? A única coisa que eu quero fazer agora é deitar com o meu marido e dormir pelas próximas 12 horas.

- Pode sim, Gustavo tá te esperando lá fora.

Me levanto e sinto tudo começar a girar. Corro para o banheiro e vomito o que comi nas últimas horas.

- Isso não é normal Ana! Já é a terceira vez só hoje! - Bruna aparece atrás de mim e me ajuda segurando meu cabelo.

- Deve ter sido algo que eu comi - digo após lavar minhas mãos e boca.

- Não acho que seja por isso. Quando foi a última vez que você menstruou?

- Acho que no final de maio - eu entendi onde ela queria chegar.

- Já tem quase dois meses Ana Flávia! Você não toma anticoncepcional, usaram camisinha nas relações?

- Nas últimas vezes não.

- Você sabe que pode estar grávida, não sabe?

Respiro fundo alguma vezes. Eu sabia que poderia ser uma gravidez, mas não sei se estou pronta pra isso.

- Ai Bru, posso deixar pra pensar nisso amanhã? Eu realmente preciso descansar.

Ela ri e me faz prometer que farei um teste de gravidez. Me despeço de Bruna e das outras pessoas da minha equipe, junto minhas coisas e vou ao encontro do meu gatinho.

Enquanto caminho devagar por ainda estar um pouco tonta, minha mente está uma bagunça.

Como vou encaixar uma criança na minha vida, se as vezes eu mal consigo ficar em casa?

Vejo Gustavo encostado no carro, com um sorriso que sempre faz eu me sentir em casa. Mas, nem com esse sorriso consigo relaxar, a ideia de uma possível gravidez ronda minha cabeça como uma nuvem escura.

- Oi, gatinha! - ele diz enquanto abre a porta do carro para mim.

Deixo um selinho em seus lábios

- Oi... - respondo tentando forçar um sorriso.

Como me conhece muito bem, ele percebe que tem alguma coisa errada.

- Você tá bem? Pareceu um pouco aérea no show.

- Só to cansada. Foi uma semana e tanto - tento mudar de assunto quando entro no carro.

Enquanto dirigíamos pelas iluminadas ruas de São Paulo, minha mente continuava a girar. As luzes pareciam mais brilhantes, mas eu só conseguia pensar na possibilidade de ser mãe. E se eu realmente estiver grávida? E se essa mudança for muito maior do que eu imaginava?

- Linda? - Gustavo interrompe meus pensamentos - Você tá tão quietinha. Tem alguma coisa te incomodando?

Olho pela janela e vejo poucas pessoas passando, provavelmente devido ao horário. Eu sou uma artista, sempre em movimento mas e se agora eu tiver que parar por algo tão grande como trazer uma nova vida ao mundo?

- Amor... - começo hesitante - tem uma coisa que eu preciso te contar.

Ele me olha preocupado.

- Eu não sei como te dizer isso... mas... pode ser que... eu esteja grávida.

A expressão de seu rosto muda instantaneamente de preocupação para choque e depois para um sorriso hesitante.

- Uau! Isso é... incrível! Ou você tá assustada?

- Um pouco dos dois - respiro fundo - não sei se to pronta pra isso. Nossa vida é tão doida...

Gu estaciona o carro em um lugar tranquilo e se vira para mim.

- Ana, nós sempre sonhamos em ter uma família um dia. É claro que é um passo grande, mas isso não precisa mudar quem somos agora. Vamos achar um jeito de conciliar tudo.

Eu olho nos olhos dele e sinto uma onda de conforto. Ele sempre teve esse jeito de fazer tudo ser possível.

- E se eu fizer o teste amanhã? - sugiro, tentando colocar meus pensamentos em ordem.

- Pode ser! E independente do resultado, vou estar ao seu lado - ele cantarola a próxima frase - põe tua cabeça no meu ombro que eu enfrento qualquer coisa com você.

Sorri aliviada ao ouvir sua voz, mesmo que a ideia de ser mãe ainda me assuste.

Ao chegarmos em casa, todo o estresse e cansaço da semana me atingem de vez. Deixo minha bolsa no sofá e me envolvo nos braços de Gustavo.

- Eu te amo - sussurro como se fosse um segredo.

- Também te amo, minha vida.

Permaneço em seu abraço por um tempinho, só aproveitando o carinho que ele fazia em minhas costas.

- Vou ir tomar banho - digo e me separo dele.

- Quer que eu prepare algo pra você comer?

- Não precisa, to sem fome - sorrio sem mostrar os dentes - acho que vou encher a banheira, vem comigo?

Gustavo concorda e me guia pelo corredor. Ao chegarmos no quarto, começo a tirar minha maquiagem enquanto ele prepara nosso banho.

Quando estamos deitados na cama prontinhos para dormir, me aproximo mais de Gustavo, ficando parcialmente em cima dele, sinto seus beijos em minha cabeça.

- Boa noite moça bonita.

Enquanto começo a adormecer, percebo que talvez a possibilidade ter um filho não seja tão aterrorizante quanto parece.

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora