16 de abril de 2036,
📍 São Paulo - SPAurora's Pov
- Mamãe... posso falar com você?
Entro devagar no quarto dos meus pais e vejo minha mãe sentada na cama mexendo em uma caixa.
- Claro que pode, meu amor, vem cá.
Me aproximo e sento ao seu lado.
- Ei... que carinha é essa? - mamãe toca meu rosto e faz um carinho - aconteceu alguma coisa na escola?
- Mais ou menos...
- Quer me contar o que aconteceu?
Respirei fundo três vezes e comecei a falar.
- Algumas crianças descobriram de quem eu sou filha, isso não seria um problema pra mim, só que tem 4 meninas que acham que é mentira e não me deixam em paz. E tem outras crianças que ficam me pedindo um montão de coisa.
- Que coisas, filha? - mamãe tenta sorrir mas eu sabia que ela tava preocupada.
- Fotos, autógrafos e outras coisas - começo a brincar com os pingentes da minha pulseira - Eu não quero ter que ficar sozinha pra evitar essas pessoas. Você e o papai são famosos, não eu.
Mamãe me puxa para um abraço e eu deixo minhas lágrimas saírem.
- Oh, meu amor... - ela sussurra, envolvendo-me em seus braços. - Eu entendo como você se sente. Ser filha de alguém famoso pode ser complicado às vezes.
Sinto seu calor e o conforto que só ela pode me dar. O abraço dela é como um abrigo, e por um momento, as preocupações parecem diminuir.
- Eu só quero ser eu mesma, mamãe. Não quero que as pessoas me vejam só como a filha da... da Ana Castela e do Gustavo Mioto. Quero que elas me conheçam de verdade.
Ela se afasta um pouco, olhando nos meus olhos com uma expressão séria, mas cheia de amor.
- E você é muito mais do que isso, princesa. Você tem sua própria identidade, seus próprios sonhos e talentos. Não deixe que a fama dos seus pais defina quem você é.
- Mas é difícil... - confesso, enxugando as lágrimas com as costas da mão. - Às vezes eu só quero ser uma menina normal.
- Eu sei que parece difícil agora, mas sempre haverá pessoas que te apoiarão e te conhecerão pelo que você realmente é. Vamos pensar em algumas maneiras de lidar com isso. Que tal?
Sinto uma onda de esperança surgindo dentro de mim.
- Tipo o quê?
Ela sorri, já começando a planejar.
- Podemos falar com sua professora para explicar a situação e pedir ajuda. E quem sabe fazer um clube ou grupo onde você possa se divertir com amigos que realmente te aceitam?
A ideia parece boa, e meu coração se aquece ao imaginar ter um espaço seguro onde eu possa ser eu mesma sem pressões.
- Isso seria legal! - respondo animada. - E se fizermos uma atividade divertida? Assim posso convidar os amigos e fazer novas amizades!
Mamãe acena com a cabeça, seu sorriso se alargando.
- Isso mesmo! E lembre-se: você não está sozinha nessa. Eu e seu pai estamos aqui para te apoiar sempre.
A conversa vai fluindo entre ideias e risadas, enquanto mamãe me ajuda a pensar em como criar esse grupo de amigos.
- Mamãe... - digo pensativa - você acha que um dia essas meninas vão parar de me incomodar?
Ela coloca uma mão no meu ombro e olha nos meus olhos novamente.
- Com o tempo e com confiança em quem você é, elas podem perceber que não têm poder sobre você. E lembre-se: a verdadeira amizade vem da aceitação mútua.
Aquelas palavras ecoam em mim enquanto decido que não vou deixar a pressão das outras crianças me afetar mais.
- O que aconteceu para essa menininha linda e perfeita estar chorando?
Papai entra no quarto e senta ao lado da mamãe.
- Só uns probleminhas com algumas crianças chatas - sorri - mas já conversei com a mamãe, tá tudo bem agora.
- Que bom, meu amor, não gosto de te ver chorando. Você tem um sorriso tão lindo.
Papai sempre sabe como fazer meu coração se sentir um pouquinho mais leve.
- Obrigada, papai - respondo com um meio sorriso, tentando esconder a tristeza que ainda estava ali.
- E o que você está pensando em fazer para resolver isso? - ele pergunta, olhando para mim com interesse genuíno.
- A mamãe teve uma ideia incrível! Vamos criar um grupo de amigos e fazer atividades divertidas. Assim, posso conhecer melhor as pessoas e quem sabe até fazer novas amizades!
Papai sorri, claramente orgulhoso da minha iniciativa.
- Isso é ótimo, filha! E lembre-se de que você pode sempre contar comigo para ajudar a organizar as atividades. Que tal uma tarde de jogos ou um piquenique no parque?
Minha cabeça começa a imaginar todas as possibilidades. Um piquenique seria perfeito! Comidinhas gostosas, jogos ao ar livre e, quem sabe, até uma apresentação de violão, já que estou aprendendo a tocar.
- Isso seria incrível! Podemos convidar os meus amigos mais chegados e até algumas crianças da escola que são legais - digo animada.
- E podemos fazer isso bem especial, com decoração e tudo mais! - acrescenta mamãe, já começando a planejar em sua mente.
A ideia de ter um espaço onde eu poderia ser eu mesma estava me deixando muito feliz. Era como um sopro de ar fresco em meio à pressão que sentia na escola.
- E se fizermos um cartaz para convidar todos? - sugiro, já imaginando como poderia decorar o convite.
- Adorei a ideia! - diz mamãe. - Vamos criar algo colorido e divertido, assim todos vão querer participar!
Enquanto falamos sobre o piquenique e os convites, sinto que estou começando a tomar as rédeas da situação. Não vou deixar que as outras meninas me deixem triste; vou mostrar quem eu sou de verdade.
- Mamãe... - digo com um sorriso travesso - você pode me ajudar a fazer o cartaz?
- Claro! Podemos usar glitter e desenhos bem legais! - responde ela com entusiasmo.
Papai ri.
- Só não esqueçam do meu papel importante como crítico de arte no cartaz. Vou garantir que fique perfeito!
Assim que começamos a planejar tudo isso, percebo que não estou sozinha nessa jornada. Tenho meus pais para me apoiar e ajudar a construir amizades verdadeiras.
Sinto uma onda de determinação crescer dentro de mim. A partir daquele dia, não serei apenas a filha da Ana Castela e do Gustavo Mioto; serei Aurora, uma menina cheia de sonhos e pronta para conquistar seu espaço no mundo.
- Vamos lá então? - pergunto animada. - Temos muito trabalho pela frente!
E assim começamos a planejar nosso piquenique especial, envolvendo risadas e muito amor em cada detalhe.
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Aurora
FanfictionOnde Ana Flávia e Gustavo vivem um casamento feliz e tranquilo, até descobrirem a verdadeira felicidade.