Carolina:
Depois do jogo de quinta-feira eu mal vir os dias passarem, a pressão acadêmica acabou roubando todo o meu tempo livre, e como o esperado aqui estou eu na biblioteca novamente, cercada por livros, anotações e meu laptop, uma prova importante está se aproximando e eu preciso estudar bastante para ficar em dia com as matérias da universidade e assim poder focar na prova..
Camila: Você não vai parar um pouco? Já são quase 18:00 da noite Carol, você precisa comer e descansar..
Carolina: Não se preocupe eu já estou terminando, falta esse último trabalho que tenho que enviar ainda hoje para o professor... Esses últimos dias eu estava atolada de trabalhos. Esse semestre está acabando comigo. Digo sem desviar os olhos do meu laptop..
Camila: Você tem estado tão ocupada que você não se lembra nem de comer..
Carolina: Só um minuto, estou quase terminando.... prontinho terminei. Então, você trouxe algo para comermos?. Pergunto ao vê que a mesma está com algumas sacolas em suas mãos..
Camila: Sim, vamos comer no jardim da universidade?
Carolina: Sim, me deixe só guardar minhas coisas... Digo já arrumando meus livros e caderno dentro da bolsa...
____________________________________________Camila:
Nesse momento eu e Carolina estamos sentadas no jardim da universidade, sob uma árvore. A luz suave do fim de tarde cria uma atmosfera tranquila, mas o clima entre nós é carregado de emoções não ditas. Olho para a Carolina e vejo que a mesma está inquieta, mexendo no colar que Malee lhe deu, mas não consciente do significado. Observo o gesto com um olhar saudoso, percebendo que, mesmo sem memória, Carolina ainda carrega Malee consigo.
Carolina: Eu não sei o que está acontecendo comigo, Cami. Tudo está confuso. Às vezes, parece que o passado é a única coisa clara na minha mente. Você... nós... fazíamos tanto sentido. Não é?. Ela diz após suspirar, eu tento manter a calma e sorrio de lado..
Camila: Sim, nós fazíamos. Mas nem tudo que faz sentido no passado deve ser carregado para o futuro... Minhas palavras fazem a Carol me olhar confusa.
Carolina: Mas... o que temos ainda está aqui, não está? Esses sentimentos, essa conexão que eu sinto por você... Eu acho que ainda te amo.; Sinto o peso de cada palavra dita por Carol nesse momento e por um milésimo de segundo sinto meu coração ceder a tentação de reviver algo que foi bonito e forte mas eu sei que não posso seguir esse caminho, então respiro fundo e com o olhar baixo tento manter a voz firme...
Camila: Eu também te amei, muito. E, em parte, acho que sempre vou te amar, mas... o que a gente teve... acabou. Não porque eu quis, mas porque a vida seguiu. E você... você seguiu com Malee. Eu sei que você não se lembra, mas o seu coração pertence a ela agora. Eu vejo isso, mesmo que você não consiga.; Minhas palavras fazem a Carol franzi a testa.
Carolina: Como você pode ter tanta certeza? Eu sinto que estou presa entre o que eu sei e o que eu não consigo lembrar. E Malee... eu nem consigo entender o que ela significa para mim.; Ela diz confusa e um pouco frustrada também...
Camila: Eu imagino que isso deve ser confuso. Você não lembra dela, mas ainda assim... você mexe nesse colar. Você fala dela sem perceber, como se ela ainda estivesse dentro de você, só esperando para ser redescoberta. E não é justo comigo ou com você tentar forçar algo que já não é mais nosso.; Digo com uma certa tristeza em meus olhos mas com um sorriso compreensível..
Carolina: Esse colar... é dela?. Ela diz olhando para o colar como se estivesse vendo pela primeira vez...
Camila: Sim..; Digo com um sorriso melancólico.
Camila: Ela te deu isso antes do acidente. Você nunca o tirou, mesmo agora, sem lembrar de nada. Malee te amou tanto, Carolina. E você amou ela de volta, mais do que você se deu conta.
Carolina: Como sabe disso?
Camila: Eu acabei me tornando uma amiga de Ploy, e um dia ela me contou sobre o desfecho do romance de vocês..
Carolina: Eu queria poder lembrar... Ela diz com a voz baixa, quase para si mesma, então suavemente seguro uma de suas mãos..
Camila: E vai, eu sei que vai. Mas você precisa ser paciente e dar tempo ao tempo, não force sua cabecinha. Mas enquanto suas memórias não voltarem eu não posso ser a sua âncora para o passado, eu não posso ser um desvio para o que você realmente sente. Por mais que uma parte de mim ainda te ame... eu não posso te dar esperança, eu não sou o seu futuro.
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Carolina:
Em meio a um silêncio profundo olho para Camila, percebo a dor e o amor misturados no seu rosto... Talvez ela esteja certa, talvez o passado, por mais confortável que pareça, não seja o caminho a seguir.
Carolina: Você sempre foi tão forte, Cami. Obrigada por ser honesta comigo.; Digo com uma pequena lágrima nos olhos..
Camila: Eu só quero a sua felicidade, Carol. E acho que isso está com a Malee.; Ela diz sorrindo suavemente tentando esconder a própria dor..
Carolina: Me desculpa se um dia eu já te machuquei, Cami...
Camila: Tudo bem, você sempre se esforçou para dar o seu melhor em tudo... Ela diz com um sorriso compreensivo.
Carolina: Amigas?. Digo estendendo uma de minhas mãos para ela e sorrindo suavemente..
Camila: Sim, amigas..; Ela diz pegando em minha mão e apertando á mesma...
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Malee:
Na quinta-feira, enquanto eu falava com Marwin e Ploy, sobre como reconquistar o coração de Carolina, a Ploy deu uma excelente ideia sobre eu volta a frequentar a universidade, assim eu poderia me reaproximar de Carol, então eu decidir volta aos ensaios de danças, e aqui estou eu sentada em uma das várias mesas que tem no campus, observando de longe a Carolina e a Camila, não é nenhuma novidade que elas tenham se reaproximado, afinal elas dormem no mesmo quarto, frequentam as mesma aulas e jogam o mesmo esporte..
Ploy: Você está bem?
Marwin: Se precisar, posso fazer uma dança ridícula só para distrair você... Ele diz fazendo uma careta exagerada o que faz a Ploy rir, e eu não pude deixa de soltar uma risada leve, afinal eu tenho os melhores amigos desse país, mas logo os meus olhos se voltaram para Carolina após ouvir o som da sua risada ecoando pelo campus como uma música suave...
Malee: Eu só... não sei. Ela e Camila parecem tão... próximas.; Digo deixando transparecer toda a minha insegurança, ciúmes e medo.
Ploy: É normal sentir ciúmes e insegurança mas lembre-se do que você tem com a Carolina, isso é especial. Eu sei que a Carol ainda não se lembra do que viveu com você mas eu sei que todos os sentimentos que vocês já compartilharam juntas ainda está lá, adormecido, esperando para serem redescobertos...Ela diz com uma expressão sincera..
Malee: E se as memórias dela nunca mais voltarem?.
Marwin: Ela vai se lembrar. Vocês tinham algo forte. Ninguém pode esquecer algo assim para sempre, não é?.
Ploy: O Marwin está certo, o amor é mais forte do que a memória. Você tem que ter paciência, Malee.
Marwin: Vamos lá, Malee! Você precisa de uma boa dança para esvaziar um pouquinho essa sua mente, e depois disso se você quiser, podemos falar sobre isso.;' Ele diz levantando-se e estendendo uma de suas mão para mim...
Ploy: Ele tem razão, vamos lá.;' Ela diz se levantando também, como uma forma de apoio, então olho uma última vez na direção de Carolina, que agora parece estar em um mundo à parte com Camila. Solto um suspiro profundo antes de levantar, decidida a me juntar a eles, mas não sem sentir que a sombra da incerteza seguia comigo, no fundo, eu sei que preciso enfrentar meus sentimentos e medos, não apenas por Carolina, mas por tudo que está em jogo, não posso viver fugindo.
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Capítulo curto mas muito necessário para o final da nossa história✅✨
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depois do aceano ✈️🇹🇭🇧🇷
RomanceA longo dessa história vamos conhecer Ana Carolina, uma universitária brasileira que está indo para a Tailândia para estudar em uma faculdade na qual ganhou uma bolsa integral por meio do futebol, seu maior amor é o futebol. Ana Carolina é uma jovem...