Linhas do destino ou vinhas de espinhos... Lanças angelicais ou punhais infernais...
Tantas e tantas coisas estão entrelaçadas, assim como a luz e as trevas, e como a vida e a morte...
Destinos que foram forçados a se cruzar, ou já tinham traços a s...
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Passei um bom tempo embaixo do chuveiro chorando até decidir terminar o banho e me vestir. Fiquei de frente para o espelho do banheiro e a pessoa que vi pelo reflexo era totalmente estranha, pálida, olhos azuis arroxeados brilhantes e cabelos avermelhados.
Eu não me reconhecia, não daquele jeito. Era como se toda o esplendor e a glória da Princesa de Akalidon fosse engolida e soterrada pelas ruínas e escombros de um Castelo abandonado.
Com um grande e difícil suspirar, me pus a vestir uma roupa confortável que consistia em uma calça de tecido e uma blusa um tanto grande, era o tipo de roupa que Kylie chamava de " A roupa da tristeza " pelo fato de que sempre que eu me sentia triste, me vestia da maneira mais confortável possível pra mim.
O sol que antes havia invadido meu quarto parecia ter sumido e ao ir em direção à janela, vi que o tempo estava começando a se tornar chuvoso e até convidativo para uma pequena caminhada.
Caminhei até o criado mudo ao lado da minha cama pegando o meu celular e fones de ouvido, pegando um casaco que se encontrava sob uma cadeira próxima a minha mesa que estava repleta de livros, tratei de sair do quarto e seguir pelas escadas para o andar de baixo.
Pelo silêncio, ninguém ainda havia aparecido para me procurar ali e aquilo era bom, queria ficar sozinha, ficar longe de todo mundo. Longe de Asmodeus.
Assim que vesti meu casaco, me coloquei a ir para fora de casa a trancando e pondo os fones de ouvido enquanto aumentava o volume de uma música qualquer que havia começado a tocar. A música era um tanto triste, o que me fez dar um sorriso torto e sem animação.
— O universo conspira para que eu caía em tristeza... – Sussurrei comigo mesma enquanto caminhava para qualquer lugar.
Enquanto eu caminhava notei casais andando e sorrindo compartilhando um único guarda-chuva, mães que protegiam seus filhos dos primeiros pingos de chuva, pessoas passeando com seus cachorros.
As pessoas pareciam formiga perto do açúcar, indo para lá e para cá a todo instante, enquanto continuava a andar em minha reta, indo para qualquer lugar que eu pudesse me isolar de todo mundo que pudesse estar me procurando no momento.
Era possível notar o pequeno formigamento em minha mão, o que significava que Kylie estava fazendo um feitiço para me rastrear usando a nossa ligação.
Eu só quero ficar sozinha irmã... Por favor...
Levei minha mão até minha destra e retirei a minha pulseira de contenção, assim, ninguém me acharia facilmente, já que devido a maldição da Iphtriz e o densidade da minha presença demoníaca, daria que eu estava em todos os lugares ao mesmo tempo.
Havia sentido alguns pingos de chuva caírem sobre mim, mas, não me importava de me molhar; dizem que o melhor remédio para a tristeza é caminhar na chuva. E assim eu faria.
