Linhas do destino ou vinhas de espinhos... Lanças angelicais ou punhais infernais...
Tantas e tantas coisas estão entrelaçadas, assim como a luz e as trevas, e como a vida e a morte...
Destinos que foram forçados a se cruzar, ou já tinham traços a s...
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Tudo o que eu menos queria estava acontecendo.
Minha avó havia descoberto de alguma forma sobre o que ocorreu e assim como eu, todo mundo duvidou que sua " audiência de emergência " fosse preocupação com nosso bem-estar.
Tio Amendriel não parava de andar de um lado a outro da cozinha, Kylie e Kathleen estavam tremendo em seus lugares assim como as meninas, enquanto isso eu e Asmodeus planejávamos alguma ideia para não precisar levar as meninas até o inferno.
— Vocês sabem que ela é capaz de castigar vocês se não obedecerem a ela, não é? – A pergunta de tio Amendriel me fez dar um tapa forte sobre o balcão da cozinha, assustando as meninas.
— Me diz algo que me surpreenda vindo dela? – Rosnei sem esconder a raiva de todas as alternativas frustrantes que tinha. — É só o que ela sabe fazer, rebaixar todos nós a nada e nos castigar como se fossemos seus escravos!
— Arya... – Começou Asmodeus tentando se aproximar de mim.
— Não! Eu já estou cansada de ficar calada perante a " Toda poderosa " se ela machucar as meninas, eu não vou ter pena de avançar no pescoço dela! – Assim que terminei de falar, os olhares de surpresa de Amendriel e Asmodeus foi o suficiente para me fazer notar o que estava acontecendo.
— Ary... Seus olhos... – Sussurrou Kathleen se encolhendo mais ainda.
— O que? Estão pretos? – Perguntei, sem humor.
— Estão lilás, tão violentos e brutais igual os da mãe... – Ronronou Asmodeus agora abrindo um sorriso lateral malicioso. — Não é à toa que se parece com ela.
Aquela declaração dele me fez ficar quieta por alguns minutos. Todos sempre me diziam que eu parecia a minha mãe, mas, eu nunca acreditava.
Minha mãe era uma mulher bruxa poderosa, forte, bonita e muito gentil. Amada, adorada e reverenciada por todos do inferno; ela conquistou aquilo mesmo sendo mortal e acho até mesmo que o faziam por medo da reação do meu pai.
Se não se agradavam por ela ser sua Imperatriz, não ousavam dizer por medo do que meu pai faria.
— Não sou nada igual a minha mãe. – Murmurei por fim, soltando o ar que eu não percebi que segurava.
— É idêntica à Emilly, Ary, você não faz ideia... – Tio Amendriel parecia estar segurando a respiração enquanto falava, como se prendesse o medo durante o tempo que o encarei.
Revirei meus olhos. Eu não era, nada parecida com a minha mãe.
Os cabelos talvez.
No entanto, eu não me achava parecida com ela, não com a mulher das histórias que eu escutava, da sua bravura e força, das habilidades, da esperteza. Eu não era como ela, e nunca chegaria a ser.
