Meu corpo inteiro estava cansado, era como se uma avalanche de Neve houvesse caído sobre mim, empurrando o meu corpo totalmente para o chão e me prendendo em uma imensa camada de Neve.
Camadas grossas e pesadas demais pro meu corpo suportar e somente com pequenos fios de vento passando por brechas tão mínimas que não me dariam oxigênio algum.
E o mesmo tempo parecia que eu estava afundando em um lago, afundando tão rapidamente que não me daria chances de tentar subir para a superfície e lutar pelo ar que meus pulmões tanto desejavam.
Desejavam com tamanha força ganhar ar, que me fazia enlouquecer sob aquela camada grossa que me cobria como um manto sombrio e nada acolhedor.
Aos poucos, a dormência tomava conta do meu corpo como um anestésico imediato, aprisionando meus sentidos e os levando para uma poça úmida e morna de um lago escuro e coberto pelas mais perversas sombras do universo.
O silêncio a minha volta, não era nem um pouco perturbador. Pelo contrário. Parecia acolhedor e muito convidativo.
A sensação, era como sentir uma paz eterna se espalhando pelo meu corpo e inundando tudo aquilo que eu mais temia sobre a morte.
Minha mente, refém da calmaria ilusória da escuridão, pouco a pouco parecia despertar de algum canto, agitado e extasiado de uma pressão forte o suficiente que era capaz de mandar ondas de uma lufada de fogo ilusório por todo o meu corpo, obrigando-o a reagir de alguma forma.
Obrigando-o a lutar pela própria chance de continuar a pisar o solo e espalhar aquilo que me havia sido destinado a fazer. Entretanto, a pergunta era, o que raios eu havia sido destinada a fazer?
Servir de casca para Iphtriz?
Ser a sua reencarnação?
O seu receptáculo?
Seu fantoche?
Servir de saco de pancadas para a minha avó?
Ser uma substituta dela?
Ser uma sombra rebelde e nada compreensível de sua existência maligna por este mundo?
Servir como a causadora do mal que se instaurou pelo meu pai com o meu nascimento?
A ser, a causa da morte da mulher que ele tanto amou?
Não... Minha existência não era necessária, nunca foi...
Eles tinham a Kylie, a versão perfeita e mais delicada, idêntica à minha mãe.
A pessoa certa para governar os Sete Reinos.
Eles não precisavam de mim, tinham a ela, e era evidente que preferiam ela ao invés de uma Princesa problemática foi eu.
— Se eles a preferissem, não tinham nomeado você a Princesa Herdeira. – Uma voz, em meio aquela escuridão e dormência pareceu começar a rachar aquele gelo.
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𝐏𝐢𝐥𝐚𝐫𝐞𝐬 𝐈𝐧𝐟𝐞𝐫𝐧𝐚𝐢𝐬 - 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐚 𝐝𝐨 𝐂𝐚𝐨𝐬
RomansaLinhas do destino ou vinhas de espinhos... Lanças angelicais ou punhais infernais... Tantas e tantas coisas estão entrelaçadas, assim como a luz e as trevas, e como a vida e a morte... Destinos que foram forçados a se cruzar, ou já tinham traços a s...