Trepando com Draco Malfoy

Você está sendo boba agora, Granger.

"Cara, Hermione, sua hora está chegando. Vai se arrepender por ter cruzado o meu caminho! E por este motivo! Os sangues ruins que habitam nossa fabulosa Hogwarts vão sofrer as consequências por você. E quando todo caos for instalado será sua vez! Corra e esconda-se, se puder!"

Tentei aparentar calma enquanto lia a carta, mas minhas mãos traíam qualquer tentativa, fazendo o papel tremular suavemente sob meu aperto. 

— Está vendo, Hermione? — suspirou Gina, ao notar meu nervosismo. — Mais um motivo para você ficar longe dele… 

Olhei nos olhos dela e a falsidade que transparecia me deixou ainda mais inquieta. O semblante de Gina era uma preocupação fingida, mas com uma faísca de satisfação? Por quê?

— Bom, Gina, acho que é melhor você se arrumar. Não quero que nos atrasemos para o café da manhã. — Tentei não parecer tão grossa, mas minha voz saiu mais cortante do que pretendia.

Ela levantou da cama e se aproxima, dando um beijo na minha bochecha. —  Vejo você no Salão Principal, Mi.

— Certo… — murmurei, contendo minha irritação e evitando mandá-la a lugares pouco amigáveis. Não entendo como alguém pode ser tão dissimulada, felizmente, minha mente não conseguia parar de pensar em quem poderia mandar  o bilhete.

— Caramba, minhas costas doem — Draco reclama, assustando-me ao sair debaixo da cama com a maior cara de sono, seu cabelo todo desgrenhado caía sobre os olhos, e eu estou rindo,  nem é preciso dizer que eu o acho lindo o tempo todo, mas há algo especialmente atraente nele quando ele acaba de acordar.

— Merlin, eu tinha esquecido que você estava aí. —Eu posso sentir minhas bochechas queimando quando a boca dele faz algo parecido com uma carranca.

— Pensei que seria alguém difícil de esquecer, Granger. — Ele reclama, parecendo o mais dramático possível. Foi então que, com um movimento hostil, ele se aproximou, encurralando-me contra a cômoda do quarto, e tira o bilhete das minhas mãos. — Então, Granger, você vai se afastar de mim? — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. 

— Bem, essa é uma situação difícil, não é? — Meu coração afunda, e sinto que isso deve transparecer em meu rosto. — Não suporto a ideia de que algo possa acontecer com os nascidos trouxa por minha culpa. Acho que deveríamos dar um tempo…

— Porra, você está sendo boba agora. — Ele suspirou pesadamente, mas não havia vestígios de ódio em seu tom. — Vai mesmo levar a sério esse bilhete? 

As sobrancelhas dele estavam levemente inclinadas, formando rugas entre elas. Respirei fundo e olhei em seus olhos enquanto falava:

— Draco, eu sinto muito… — As lágrimas começaram a escorrer, e, desta vez, as pontas dos dedos gentis dele estavam ali, prontas para segurá-las.

Doce, cuidadoso, amoroso.

— Não vai acontecer nada, Hermione — disse ele, envolvendo cuidadosamente meu corpo com um braço e me puxando para mais perto dele. Estamos cara a cara agora, narizes quase se tocando; sua proximidade fazia meu coração disparar — O que acha de falar com a Diretora? — sugeriu, desviando o olhar por um instante antes de voltar a me encarar.

— É uma boa ideia. — Respondi sem ânimo, o que o fez soltar outro suspiro exasperado.

— Granger, estou falando sério! — A voz dele ainda era um sussurro. Naquela posição, não havia necessidade de falar mais alto do que isso. — Não vou deixar que isso nos separe. Você tem que me prometer agora, neste instante, que não me deixará por causa dessa bobagem. Porque, finalmente, vou dormir e acordar com você sendo minha namorada...

Meu coração bate como resposta. E ele sabe, porque pega minha mão e a segura contra o seu peito, mostrando o quanto seu coração está batendo no mesmo ritmo.

— Você pode dizer isso de novo? — Um sorriso débil brota em meus lábios.

— O quê, Granger? — Ele pergunta, você fazendo de sonso. — Que você  quer dormir e acordar comigo? — Respondo que sim com a cabeça e sua mão deslizou pelo meu ombro, afastando um emaranhado de cabelo do meu pescoço, arrepiando-me. Então, ele sussurra as palavras próximas ao meu ouvido. — Você é fofa quando dorme, fofa demais para eu não querer dormir e acordar todos os dias da minha vida ao seu lado, eu adoro você.

 — Pare de falar... pare logo.  — Eu posso sentir lágrimas brotando em meus olhos. Isso é demais, tudo é demais.