Gerusa observou a saída de Rodolffo e ele parou na sua frente.
- Senhora eu só queria ajudar, mas essa sua senhora não aceita.
- O senhor tem que entender que ela vive um mal momento.
- Eu não sou o culpado. Nem sequer bebi junto do marido dela nos últimos instantes de lucidez dele. Desde o princípio sempre quis ajudar, mas eu me retiro. Porém, se um dia ela precisar de ajuda e o orgulho lhe abandonar ainda posso lhe estender a mão.
Dito isso saiu definitivamente da casa de Juliette.
Gerusa foi até a sala de refeições e encontrou sua senhora chorando.
- Por que ele fez isso comigo? Meu marido nunca me tocou Gerusa. Por quê?
Juliette chorava de desgosto.
- Eu sou feia?
Gerusa chegou perto dela e lhe fez um carinho nas costas.
- A senhora é linda, meiga e gentil. Ele só não soube valorizar isso e quanto a ele nunca ter te tocado, guarde isso no seu coração. E só diga o seu segredo ao homem certo.
- Não haverá homem certo. Eu não quero casar de novo e passar pelo desprezo que passei.
Gerusa segurou a mão de Juliette.
- É muito moça e deve sim conhecer um homem merecedor de te amar. Precisa ter família por que eu não tive e olhe que fui casada por mais de vinte anos.
- Gerusa qualquer homem que se aproximar de mim vai querer apenas me usar.
- O certo casará contigo e viverá o quê aquele imbecil não quis viver. Minha querida, não se feche a possibilidade. Perdoe o seu falecido, mas peça ao bom Deus uma nova oportunidade.
Juliette abraçou Gerusa e logo depois buscou os funcionários da casa para informar que tudo continuava como antes.
- Ninguém vai perder os seus trabalhos. A lavoura e os animais precisam ser cuidados. Vamos nos reerguer. Vamos a luta.
...
Três meses se passaram...
E Juliette compartilhava a casa com Gerusa enquanto os demais funcionários tinham suas acomodações perto da casa principal. Era uma vida pacata e ela não saia muito, ao menos que tivesse algo muito importante a resolver.
- Meus pais não querem saber de mim Gerusa. Isso me entristece, mas eu não vou atrás deles. - ela dizia enquanto ajudava a preparar uma carne.
- Por isso que eu te digo que peça a Deus alguém que te cuide.
- Meu pedido é que a vontade dele seja feita na minha vida. Se eu vou ficar sozinha ou acompanhada, o tempo dirá. No momento estou conseguindo tocar o barco, não estou?
- E muito bem senhora.
Juliette sentia-se satisfeita com a sua vida. Mesmo com os pais afastados, ela não reclamava dos seus dias.
...
Na propriedade do Senhor Renato Mascarenhas.
Rodolffo e Renato tomavam whisky enquanto jogavam cartas.
- Pai, não me roube. - Rodolffo alertava.
- Eu vou levar todo o seu dinheiro para te impedir de embarcar.
Rodolffo olhou para o pai e sorriu. Trancando as cartas nas mãos.
- Já estou aqui a muito tempo. Já gastei muito dinheiro a toa.
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A desafortunada
FanfictionAquela que acredita ter sido abandonada pela própria sorte.