Episódio 20

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Dois anos depois...

José Israel já falava pelos cotovelos e incentivava seu irmão João Isidoro a fazer o mesmo. Ambos filhos de coração de Rodolffo e Juliette, igualmente paparicados.

Os dois meninos chegaram para o casal com uma incrível diferença de dez meses. Se tivessem planejado não teria sido tão organizado.

Os garotos eram apaixonados pelo papai e isso não significa que Juliette não fosse uma boa mãe, por que ela só tinha olhos para os filhos.

José Israel tinha traços mais parecidos com a Juliette, como cor da pele, cabelos e olhos. Já João Isidoro tinha um biotipo mais parecido com Rodolffo, apesar que seus olhos eram verdes.

Juliette dava a janta dos pequenos e sempre os colocava para dormir. Depois tinha um momento a sós com o seu marido.

- Eles deram muito trabalho hoje? - Rodolffo disse segurando a mão de Juliette.

- Não... Mas eles estão amando sair de casa e ir para o chiqueiro jogar pedras nas galinhas. Precisa proibi-los. José é mais levado que João. Então é uma tendência dele incentivar o irmão a fazer o mesmo.

Rodolffo gargalhou e Juliette também.

- Eu vou conversar com o José e igualmente com o João. Eles não podem ficar dando trabalho a mamãe enquanto eu estou fora de casa. O combinado é ele te proteger e não massacrar as galinhas.

Juliette encheu os olhos de lágrimas e Rodolffo percebeu.

- O quê foi? Por que ficou triste? Eles só são crianças meu amor. É uma fase. Eles estão se divertindo.

- Eu sei. Não é nada.

- Você está triste?

- Não.

- Que tal aproveitar que os bebês dormem e nós...

- É possível.

Terminaram a refeição e Rodolffo já veio abraçando Juliette por trás. Ela aceitou ser levada para o quarto e devido a presença dos meninos, trancaram a porta.

- Eu nunca vou cansar de amar você. De ter a sua entrega para mim.

Ele disse enquanto lhe despia e logo a depositava sobre a cama. Juliette sentia-se sensível demais e toques que antes lhe davam prazer, agora também lhe causavam incômodo.

Quando plenamente satisfeito, Rodolffo deitou-se ao lado dela e viu Juliette se cobrir, algo que não era habitual.

- Meu amor... Tem alguma coisa que queira me contar?

Ela ficou em silêncio.

- Juliette o quê está acontecendo? Você precisa me dizer se há algo errado.

- Promete que não vai ter esperanças?

- Como assim?

- Tem três meses que não tenho regras. Não sei se estou esperando um bebê, mas o meu corpo inteiro está diferente. Não notou?

Rodolffo não tinha notado tantas diferenças assim.

- Os mamilos estão diferentes... Isso eu tenho notado. Que você tem chorado por tudo eu também já reparei.

- Não só isso. A barriga tá crescendo, mas eu tenho medo de acreditar.

- Por que tem medo de acreditar? É a nossa benção.

- Eu amo os nossos meninos. Não quero que esse amor mude.

- Não vai mudar. Eles são nossos, mesmo que não tenham saído de nós. - Rodolffo fez carinho na barriga de Juliette. - Tal como os amo, amarei essa criança que está no seu ventre.

- E se for uma doença?

- Não haverá de ser doença alguma. Confiemos em Deus que sabe o tempo certo de todas as coisas.

...

Seis meses passaram logo e Juliette foi aceitando a gravidez quando a criança começou a te chutar. Não era nada além disso.

Os seus filhos mais velhos viveram plenamente a ansiedade pela chegada da irmã, que nasceu num início de manhã, trazendo uma das alegrias mais genuínas para aquela família.

Joana nasceu muito parecida com a mãe, mas com os cabelos negros do pai.

- Mamãe... Posso pegar? - perguntou inocentemente José.

- Ôh meu amor... A irmã é muito pequena. Mas deita aqui pertinho da mamãe e ficaremos todos juntinhos. Vem João.

Os meninos deitaram juntos de Juliette e da irmã, enquanto Rodolffo sentou-se na beirada da cama.

- São quase seis anos do seu lado e parece que eu só vivi desde quando te conheço. Obrigado por ser a melhor pessoa do mundo.

Juliette sorriu e chorava. A bebê estava mamando, os irmãos estavam quietinhos observando.

- Eu amo você e os nossos filhos. O amor aqui não se divide, se multiplica dia a dia. José, João e Joana, seus pais os amam muito e além.

Os pequenos deram um beijo na mamãe, enquanto Rodolffo beijou de seguida João, José, Joana e Juliette.

- Fortunas da minha vida. - disse Rodolffo por fim.

Viveram até os últimos dias na pacata propriedade. Seus três filhos viveram plenamente o amor fraternal sem distinções.

Fim!

...

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