Dois anos depois...
José Israel já falava pelos cotovelos e incentivava seu irmão João Isidoro a fazer o mesmo. Ambos filhos de coração de Rodolffo e Juliette, igualmente paparicados.
Os dois meninos chegaram para o casal com uma incrível diferença de dez meses. Se tivessem planejado não teria sido tão organizado.
Os garotos eram apaixonados pelo papai e isso não significa que Juliette não fosse uma boa mãe, por que ela só tinha olhos para os filhos.
José Israel tinha traços mais parecidos com a Juliette, como cor da pele, cabelos e olhos. Já João Isidoro tinha um biotipo mais parecido com Rodolffo, apesar que seus olhos eram verdes.
Juliette dava a janta dos pequenos e sempre os colocava para dormir. Depois tinha um momento a sós com o seu marido.
- Eles deram muito trabalho hoje? - Rodolffo disse segurando a mão de Juliette.
- Não... Mas eles estão amando sair de casa e ir para o chiqueiro jogar pedras nas galinhas. Precisa proibi-los. José é mais levado que João. Então é uma tendência dele incentivar o irmão a fazer o mesmo.
Rodolffo gargalhou e Juliette também.
- Eu vou conversar com o José e igualmente com o João. Eles não podem ficar dando trabalho a mamãe enquanto eu estou fora de casa. O combinado é ele te proteger e não massacrar as galinhas.
Juliette encheu os olhos de lágrimas e Rodolffo percebeu.
- O quê foi? Por que ficou triste? Eles só são crianças meu amor. É uma fase. Eles estão se divertindo.
- Eu sei. Não é nada.
- Você está triste?
- Não.
- Que tal aproveitar que os bebês dormem e nós...
- É possível.
Terminaram a refeição e Rodolffo já veio abraçando Juliette por trás. Ela aceitou ser levada para o quarto e devido a presença dos meninos, trancaram a porta.
- Eu nunca vou cansar de amar você. De ter a sua entrega para mim.
Ele disse enquanto lhe despia e logo a depositava sobre a cama. Juliette sentia-se sensível demais e toques que antes lhe davam prazer, agora também lhe causavam incômodo.
Quando plenamente satisfeito, Rodolffo deitou-se ao lado dela e viu Juliette se cobrir, algo que não era habitual.
- Meu amor... Tem alguma coisa que queira me contar?
Ela ficou em silêncio.
- Juliette o quê está acontecendo? Você precisa me dizer se há algo errado.
- Promete que não vai ter esperanças?
- Como assim?
- Tem três meses que não tenho regras. Não sei se estou esperando um bebê, mas o meu corpo inteiro está diferente. Não notou?
Rodolffo não tinha notado tantas diferenças assim.
- Os mamilos estão diferentes... Isso eu tenho notado. Que você tem chorado por tudo eu também já reparei.
- Não só isso. A barriga tá crescendo, mas eu tenho medo de acreditar.
- Por que tem medo de acreditar? É a nossa benção.
- Eu amo os nossos meninos. Não quero que esse amor mude.
- Não vai mudar. Eles são nossos, mesmo que não tenham saído de nós. - Rodolffo fez carinho na barriga de Juliette. - Tal como os amo, amarei essa criança que está no seu ventre.
- E se for uma doença?
- Não haverá de ser doença alguma. Confiemos em Deus que sabe o tempo certo de todas as coisas.
...
Seis meses passaram logo e Juliette foi aceitando a gravidez quando a criança começou a te chutar. Não era nada além disso.
Os seus filhos mais velhos viveram plenamente a ansiedade pela chegada da irmã, que nasceu num início de manhã, trazendo uma das alegrias mais genuínas para aquela família.
Joana nasceu muito parecida com a mãe, mas com os cabelos negros do pai.
- Mamãe... Posso pegar? - perguntou inocentemente José.
- Ôh meu amor... A irmã é muito pequena. Mas deita aqui pertinho da mamãe e ficaremos todos juntinhos. Vem João.
Os meninos deitaram juntos de Juliette e da irmã, enquanto Rodolffo sentou-se na beirada da cama.
- São quase seis anos do seu lado e parece que eu só vivi desde quando te conheço. Obrigado por ser a melhor pessoa do mundo.
Juliette sorriu e chorava. A bebê estava mamando, os irmãos estavam quietinhos observando.
- Eu amo você e os nossos filhos. O amor aqui não se divide, se multiplica dia a dia. José, João e Joana, seus pais os amam muito e além.
Os pequenos deram um beijo na mamãe, enquanto Rodolffo beijou de seguida João, José, Joana e Juliette.
- Fortunas da minha vida. - disse Rodolffo por fim.
Viveram até os últimos dias na pacata propriedade. Seus três filhos viveram plenamente o amor fraternal sem distinções.
Fim!
...
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A desafortunada
Hayran KurguAquela que acredita ter sido abandonada pela própria sorte.