No início da manhã seguinte, Juliette e Rodolffo seguiriam rumo a propriedade onde seria o lar do casal.
Ainda encontraram muita dificuldade no caminho, mas estavam tão maravilhados por tudo que viveram que nenhum percalço era maior que a vontade de chegar em casa.
Ao chegar foram recepcionados pelos trabalhadores.
- Senhores... Vos apresento a minha senhora. - ele disse orgulhoso de mãos dadas com Juliette. - Hoje estão dispensados. Queremos estar a sós. - ele foi franco e os homens se foram.
Juliette e Rodolffo colocaram os pés direitos ao entrar na casa.
- Ainda há muitos detalhes para serem feitos minha linda, mas será aqui que vamos viver a partir de agora e que terminaremos os dias de nossas vidas. - ele abraçou Juliette por trás. - Eu já vejo os nossos filhos correndo por essa casa. Já posso imaginar os risos e a alegria que será quando eles chegarem.
- Que Deus nos abençoe.
- Já abençoou.
Três dias dedicados ao amor Juliette e Rodolffo viveram ali, até retomarem a vida normal e produtiva.
...
Renato veio até a casa do filho uma semana depois e consigo trouxe duas carruagens. Uma vinha com sua senhora e alguns presentes para os recém casados e a outra eram cheios de pertences de Juliette, que Gerusa havia enviado.
Rodolffo encarou o pai e o clima parecia amistoso entre eles.
- Filhos... Vim para conhecer a casa de vocês.
Juliette recebeu bem a sogra e juntas foram conversar, enquanto faziam um café.
- Por que fez aquilo pai? Achou que eu ia desistir?
- Achei... Mas que bom que não desistiu. Eu estou orgulhoso da sua coragem e vejo que estão muito felizes.
- Nunca estive mais contente. Aqui é o meu lugar. Nos braços da minha mulher eu me sinto um rei. Jamais desistiria de me casar com ela. Se Deus permitir em breve teremos o nosso primeiro filho.
- Terão sim. Deus abençoe.
A visita durou dois dias e depois Rodolffo e Juliette voltaram a ficar sozinhos em casa.
- Já não suportava mais... - Rodolffo disse malicioso, beijando o pescoço de Juliette.
Naquela casa não faltava amor, carinho e reciprocidade.
...
Dois anos depois...
Vinte e quatro meses correram as vistas do casal.
A propriedade desenvolvia-se bem e daquela terra o casal subexistia e ainda tinham duas famílias que moraram perto, onde os respectivos senhores trabalhavam junto com Rodolffo.
Juliette cuidava da casa e dos serviços menos pesados, todo o resto era com Rodolffo. Além de cuidar da sua propriedade, ele ainda ajudava Jeremias a prosperar nas terras de Juliette.
Ela sempre o admirava e tinha orgulho do grande homem que o tempo o tornou, mas nos últimos meses Rodolffo estava gostando de beber e bebendo ele mudava a personalidade.
Todos os dias, ao mesmo horário, eles almoçavam e naquele dia, Rodolffo estava muito calado.
- Hoje fiz do jeito que você gosta. - ela dispôs opções sobre a mesa e Rodolffo a olhou muito sério. - O quê foi?
- Por que não conseguimos? Me dê uma explicação. - ele disse com raiva aparente. - O Ferdinando vai ser pai de novo. Por que nós não temos nenhum filho nesses anos?
- Deus é quem sabe a hora certa...
- Eu não quero mais esperar. Estou cansado. - ele deu um murro na mesa e levantou-se.
Juliette viu ele deixar a casa e todo sujo, faminto e sem destino, montou no seu cavalo.
Era a primeira vez que Rodolffo tomava tal atitude e aquilo despertou uma lembrança terrível na mente de Juliette.
...
O quê parecia um momento passageiro, tornou-se rotineiro. Rodolffo começou a comprar bebida e ter em casa para se embriagar a cada final do dia.
- Pare de beber... Isso não te leva a nada. - ela tomou a garrafa das mãos dele.
- Eu sou fiel a ti desde sempre. Vivemos um para o outro. Eu sou seu único homem. Nós somos saudáveis. Por que o nosso filho não vem?
Juliette o abraçou e eles choraram juntos.
- Eu também quero o nosso filho, mas não sei mais o quê fazer. Acho que não vou conseguir nunca.
Rodolffo fez um carinho no rosto de Juliette.
- Mas não podemos nos machucar como você anda fazendo Rodolffo. Olhe em volta. Nós já construimos tantas coisas juntos.
- Mas não faz mais sentido para mim. Eu te amo, mas estou muito triste. Me sinto sem esperanças.
- Não pode se sentir assim... Acaso você pensa...
- Não penso em ir embora, mas não sei o quê podemos fazer para mudar a nossa condição.
- E se nós pegarmos um bebê para criar? Um filho do coração. Uma criança que os pais não possam cuidar.
Rodolffo ficou em silêncio pensativo.
- Eu gostaria...
- Eu não me oponho. Mas não sei como faremos isso.
- Haveremos de dá um jeito. - ela disse lhe abraçando.
...
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A desafortunada
FanfictionAquela que acredita ter sido abandonada pela própria sorte.