Juliette vestiu-se a rigor para ir a cidade. Dentro da carruagem levou diversos produtos feitos na sua propriedade. Dessa vez quem lhe acompanharia era Jeremias e não Gerusa.
Rodolffo colocou os queijos e ovos devidamente arrumados, enquanto Juliette subia no transporte.
Do bolso ele tirou a quantia de dinheiro que julgou necessário para adquirir os animais.
- Eu te falei a base dos preços, se excederem muito não compre. Irei pessoalmente comprar. - ele lhe entregou as cédulas e lhe disse mais intimamente. - Cuide-se. Não ande sozinha pelas ruas.
- Obrigada. - ela disse e perdeu-se o contato visual.
Juliette e Jeremias se foram, enquanto Gerusa ficou ao lado de Rodolffo.
- A senhora decidiu que vai procurar um noivo.
- Como? - Rodolffo disse incrédulo.
- Isso mesmo. Ela quer casar novamente.
- Gerusa, ela não pode fazer isso de qualquer forma. Ela não sabe o quê falam dela na cidade.
- E o quê falam da minha senhora na cidade? Essa menina não sai de casa ao menos que seja para resolver algo muito importante. Juliette não é uma depravada para falarem dela.
- A culpa foi do Antônio.
- Que homem desgraçado.
- Quer que eu diga o quê ele disse dela?
- Senhor...
- Não diga nunca a ela que sei disso, mas o Antônio cogitou entregar a Juliette por ela não ser mais virgem.
Gerusa ficou perplexa.
- Senhor... Que absurdo.
- Eu achei muito baixo da parte dele. Mas todos os dias ele dizia a mesma coisa. Então a alerte para essa decisão.
Rodolffo ia saindo de perto de Gerusa, quando ela foi atrás dele.
- O senhor não vai fazer nada? Vai deixar ela casar com outro?
- A vida é dela. A decisão é dela. Eu não vou impor nada sobre a vontade dela.
- Eu achei que gostasse da minha senhora.
- Mas a sua senhora claramente não gosta de mim. E está tudo bem. Eu não vou me lamentar. Vou fazer o quê prometi e depois vou seguir a minha vida.
Gerusa o viu caminhar para o campo e com certeza ia trabalhar na lavoura.
...
Juliette chegou na cidade com Jeremias e recebeu uma recusa atrás da outra. Ninguém queria comprar os seus produtos e isso doeu.
Doeu por que eram bons produtos e agora a solução era consumi-los o mais rápido possível. Doeu também por que os planos, que ela achava tão bons na boca de Rodolffo, não tinha prosperado.
Até tentou comprar animais, mas ninguém quis lhe vender.
- Vinhemos só nos desgastar Jeremias. Ninguém me levou a sério.
O empregado estava igualmente desanimado.
Ela ia subindo os degraus da igreja quando foi abordada por um homem. Ele era loiro, porte atlético e bonito.
- É a viúva do Antônio Costa Almeida? Eu sou o Augusto de Assis.
Ao primeiro contato Augusto pareceu ser um homem distinto e Juliette até aceitou que ele beijasse a sua mão.
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A desafortunada
FanfictionAquela que acredita ter sido abandonada pela própria sorte.