Capítulo 9: Novas Conexões e Convites

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Depois do inesperado incidente com Renato, Raul e Luís Antônio saíram da escola quase saltitando, como se um peso tivesse sido tirado de suas costas. Eles riam e brincavam, tentando disfarçar o nervosismo do que acabara de acontecer. Enquanto Luís ainda estava animado e falante, Raul, por outro lado, não conseguia tirar a cena da cabeça. Aquela troca de olhares com Renato, o sorriso discreto que ele deu antes de se afastar... tudo parecia um sonho.

Raul sabia que não deveria pensar tanto naquilo, mas não conseguia evitar. "E se esse acidente pudesse acontecer todo dia?", ele se pegava pensando. Talvez aquilo fosse um sinal de que as coisas entre ele e Renato poderiam ser diferentes no futuro. Mas logo depois, o rosto sério da namorada de Renato surgia em sua mente, lembrando-o de que aquela fantasia era perigosa. Mesmo assim, ele não podia deixar de desejar um novo encontro.

Enquanto Raul sonhava acordado, Luís Antônio estava em outro lugar, com a cabeça igualmente ocupada, mas por motivos diferentes. No dia seguinte, ele foi à biblioteca novamente, na esperança de encontrar o garoto de olhos azuis que tanto o impressionara. E não demorou muito até que o visse, sentado à mesma mesa onde sempre ficava, concentrado em um livro.

Com o coração acelerado, Luís reuniu coragem e se aproximou. Ao chegar perto, o garoto olhou para ele, com um sorriso amigável.

— Oi — disse Luís, tentando esconder o nervosismo. — Eu te vi aqui na semana passada. Eu sou o Luís.

O garoto sorriu e estendeu a mão.

— Eu sou o Gabriel. E você estava com seu amigo, né? Aquele que caiu nos braços do Renato? — Gabriel disse, rindo suavemente.

Luís riu também, aliviado que Gabriel parecia tão descontraído.

— Pois é, aquele foi o Raul — Luís respondeu, agora se sentindo mais à vontade. — Foi meio engraçado, mas meio constrangedor também.

A conversa fluiu de maneira natural. Gabriel era espirituoso e gentil, e Luís rapidamente percebeu que eles tinham muito em comum. A tarde passou rápido enquanto os dois conversavam sobre tudo, desde a escola até os livros que gostavam. Luís sentia algo diferente — uma conexão genuína. Cada palavra trocada parecia trazer os dois mais próximos, como se já se conhecessem há muito tempo.

Depois de horas conversando, Gabriel fez um convite inesperado.

— Vai ter uma festa no sábado na casa de um amigo meu. Você não quer ir? — perguntou ele, com um brilho nos olhos. — Pode levar um amigo, se quiser. O Raul, talvez?

Luís sorriu, surpreso com o convite, mas animado. Ele nunca havia sido muito de festas, mas a ideia de passar mais tempo com Gabriel era irresistível.

— Claro, eu vou! Vou chamar o Raul também — respondeu Luís, já imaginando como seria a festa.

Eles trocaram números, e Luís saiu da biblioteca com um sorriso bobo no rosto, como se tivesse ganhado o dia. Enquanto caminhava para casa, ele pensava em como a vida parecia estar dando voltas inesperadas. De alguma forma, tanto ele quanto Raul estavam sendo arrastados para novas direções, com pessoas que mal conheciam, mas que pareciam estar deixando marcas profundas.

Agora, restava contar a Raul sobre o convite.

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