Capítulo 16: Conexões Sinceras

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Raul estava na sala de aula, mas a tristeza o envolvia como uma nuvem pesada. Ele mal conseguia prestar atenção na aula, seu pensamento vagando pelos acontecimentos recentes. As palavras de Muzzi ainda ecoavam em sua mente, e, por mais que Renato tivesse se desculpado, a dor ainda era palpável. Quando o sinal finalmente tocou, Raul pegou suas coisas e saiu da escola, sentindo-se isolado e perdido.

Enquanto caminhava sozinho pela rua, Renato o avistou de longe. Sem hesitar, ele foi até Raul e o puxou pelo braço, forçando-o a parar.

- Ei, Raul! Como você tá? - Renato perguntou com um tom de preocupação genuína.

Raul, ainda magoado, virou-se e respondeu com um tom defensivo:

- Por que você quer saber? Aposto que você só fala comigo por pena.

Renato franziu o cenho, claramente incomodado com a suposição de Raul.

- Não é por pena, Raul. Eu me importo com você - disse Renato, firme em suas palavras.

Raul hesitou por um momento, desconfiado, mas a sinceridade nos olhos de Renato o fez baixar a guarda, mesmo que apenas um pouco.

- Quer dar uma passada lá em casa? A gente pode conversar melhor - sugeriu Renato.

Raul pensou por um momento. Ele estava prestes a recusar, mas algo dentro dele o fez mudar de ideia. Talvez a curiosidade, talvez a vontade de estar perto de Renato, mesmo que não soubesse ao certo o porquê.

- Tá bom, eu vou - disse Raul, aceitando o convite.

Quando chegaram à casa de Renato, Raul foi recebido calorosamente por Andressa, a mãe de Renato. Ela era uma mulher carismática e simpática, que logo achou Raul adorável. O jeito carinhoso dela fez Raul se sentir um pouco mais à vontade.

- Você é muito fofo, Raul! - disse Andressa com um sorriso genuíno.

Raul corou ligeiramente, mas sorriu de volta. Logo, Renato o levou para o quarto. Era um ambiente simples, mas confortável. Raul sentou-se na beira da cama, um pouco tímido, enquanto Renato procurava algo no armário.

- Vou tomar um banho rápido - disse Renato, voltando-se para Raul. - Pega uma roupa minha pra você também.

Raul hesitou, mas acabou obedecendo. Pegou uma blusa do Botafogo e uma calça preta que estavam à disposição. Ele foi para o banheiro do quarto de Renato tomar banho, enquanto o próprio Renato foi tomar banho no banheiro da sala.

Quando Raul saiu do banheiro, já vestido com as roupas de Renato, ele se olhou no espelho. A blusa do Botafogo era grande demais para seu corpo, e a calça preta também caía um pouco, mas havia algo reconfortante em usar as roupas de Renato. Ele se sentiu mais próximo dele, de alguma forma.

Renato voltou para o quarto logo depois, ainda secando o cabelo com uma toalha. Quando seus olhos caíram sobre Raul, ele parou no meio do quarto, sem conseguir desviar o olhar. Havia algo diferente em Raul naquele momento, algo que o deixou sem palavras por um segundo.

A blusa enorme de seu time preferido parecia ainda maior em Raul, e a calça preta contrastava com sua figura delicada. Renato, por um breve instante, se pegou pensando: Por que ele tá tão adorável com a minha roupa?

Ele ficou ali parado, admirando Raul, enquanto uma sensação estranha e desconhecida tomava conta dele. Renato não entendia exatamente o que era, mas sabia que algo estava mudando dentro dele.

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