Capítulo 18: Conflitos à Mesa

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Quando Muzzi chegou à casa de Renato, sua presença trouxe uma tensão imediata. Ela ignorou Raul completamente, lançando olhares debochados na direção dele sempre que podia. Renato percebeu o comportamento dela, mas, por algum motivo, decidiu não dizer nada naquele momento. Talvez estivesse tentando manter a paz, mas Raul sentiu o desconforto crescer a cada segundo.

No almoço, as coisas não melhoraram. Raul se sentou ao lado esquerdo de Renato, enquanto Muzzi ocupou o lado direito. Renato parecia frustrado, preso entre os dois, com o clima na mesa se tornando cada vez mais pesado. A mãe dele, Andressa, notou o desconforto de todos e tentou aliviar a tensão com conversas leves, mas nada parecia funcionar. Na verdade, a tentativa de quebrar o silêncio acabou piorando a situação.

No meio do almoço, Muzzi começou a alfinetar Raul com comentários maldosos. Ela insinuou, com tom venenoso, que Raul não pertencia àquele lugar, que estava se intrometendo em algo que não deveria. Raul, já fragilizado, tentou manter a calma, mas Renato, vendo a humilhação se intensificar, decidiu intervir.

- Muzzi, para com isso - disse Renato, sua voz firme. - Não tem motivo pra você tratar o Raul desse jeito.

A resposta de Muzzi foi um olhar de fúria, mas antes que ela pudesse replicar, o pai de Renato entrou na sala de jantar. Ele percebeu o clima e, sem entender completamente a situação, deu seu próprio conselho, sem pensar duas vezes.

- Filho, você precisa ficar ao lado da sua namorada - disse o pai, em um tom sério e autoritário.

Renato ficou em silêncio, pressionado pela opinião do pai. Raul, ouvindo aquelas palavras, sentiu um aperto no peito. Ele sabia que não devia ter se envolvido tanto, que sua presença ali estava criando uma confusão desnecessária. Tentando conter as lágrimas, ele se levantou da mesa abruptamente.

- Acho que é melhor eu ir embora - disse Raul, sua voz trêmula.

Sem esperar uma resposta, ele foi para o quarto de Renato, pegou sua mochila rapidamente e começou a se preparar para sair. Enquanto arrumava suas coisas, ele tentou segurar a frustração e a dor, mas estava claro que o dia havia sido um desastre.

De repente, a porta do quarto se fechou com um estalo suave. Raul virou-se e viu Renato, que havia entrado silenciosamente e agora estava parado ali, encostado contra a porta fechada. Havia um misto de arrependimento e preocupação em seus olhos.

- Raul, espera - disse Renato, a voz baixa. - Não vai assim...

Raul olhou para Renato, tentando decifrar o que ele queria dizer. Por um momento, o quarto ficou em silêncio, ambos sem saber como continuar aquela conversa tensa.

O amor estudar ao ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora